They Don't Know About Us

Capítulo 35

Faye Peraya POV

Eu estava deitada ao lado de S/n, observando-a dormir profundamente. Ela estava de barriga para baixo, com as costas nuas expostas, iluminadas pela luz suave que entrava pela janela. A forma como o lençol apenas cobria a metade do seu corpo, revelando parte de sua pele, me fazia sorrir de um jeito bobo. A respiração dela era tranquila, ritmada, e eu conseguia ver seu peito subir e descer lentamente, o que me dava uma sensação de paz.

Meus dedos traçavam levemente as linhas suaves das suas costas, sem a intenção de acordá-la. Era um gesto quase automático, como se meu corpo quisesse memorizar cada detalhe, cada curva, cada parte dela. Eu ainda estava processando tudo o que tinha acontecido durante a noite — como finalmente tinha S/n ali, ao meu lado, do jeito que eu tanto sonhei nos últimos meses. A sensação era surreal.

Por tanto tempo eu desejei isso, esse momento de intimidade completa. E agora, depois de tudo, ela estava aqui. Nossa noite tinha sido incrível, cheia de descobertas, beijos e toques que eu nunca esqueceria. O jeito que ela me olhava, como se o mundo fosse feito só para nós duas, e como nossos corpos se encaixavam perfeitamente… Tudo parecia certo, como se estivéssemos destinadas a estar ali, juntas.

Eu não conseguia parar de sorrir. Olhei para o rosto dela, sereno e relaxado no sono, os cabelos bagunçados caindo sobre o travesseiro. Era como se cada pedacinho dela tivesse sido feito para me deixar hipnotizada. Ela era tudo o que eu tinha imaginado e muito mais. Eu sabia que, a partir de agora, nada seria igual, e a felicidade que isso me trouxe era imensa.

Com cuidado para não acordá-la, deslizei para fora da cama. O chão frio sob meus pés me trouxe de volta à realidade por um momento, mas a alegria que eu sentia me manteve em êxtase. Peguei minha toalha que estava pendurada na cadeira ao lado da cama e caminhei até o banheiro, ainda sorrindo.

O espelho me refletia com o cabelo bagunçado e os olhos brilhando de felicidade. Eu parecia uma versão mais leve de mim mesma, como se todo o peso que eu carregava nos últimos meses tivesse desaparecido. Liguei o chuveiro, esperando a água esquentar, e me despi lentamente, sentindo o frio da madrugada ser substituído pelo calor da água que começava a preencher o ambiente com vapor.

Entrei no box e deixei que a água morna escorresse pelo meu corpo, lavando qualquer resto de cansaço. Enquanto a água caía sobre meus ombros, eu me lembrava de cada detalhe da noite com S/n. O jeito que ela me tocava, como nossos corpos se moviam em perfeita sincronia, os sussurros, os risos... Tudo era tão real e ao mesmo tempo tão mágico.

Fechei os olhos por um momento, deixando a água correr pelo meu rosto e cabelo, enquanto um sorriso involuntário se formava nos meus lábios. Estava nas nuvens. Nunca imaginei que estar com alguém pudesse me fazer sentir desse jeito — completa, leve e cheia de vida.

Após alguns minutos, desliguei o chuveiro e peguei a toalha, me secando lentamente enquanto meus pensamentos ainda flutuavam ao redor de S/n. A sensação de tê-la ao meu lado, de finalmente termos nos entregado uma à outra, me deixava com uma felicidade que eu nunca tinha experimentado antes.

Enquanto terminava de me secar e me vestia com um roupão, olhei para o espelho uma última vez e sorri, sabendo que, a partir daquele momento, tudo seria diferente. S/n estava na minha vida de um jeito que eu sempre quis, e agora, finalmente, eu a tinha nos meus braços.

Depois de tomar meu banho e me sentir renovada, fui direto para a cozinha, sorrindo ao pensar em como surpreender S/n com o café da manhã. Ela sempre comentou que amava panquecas típicas americanas, então, claro, eu já sabia o que fazer. Reuni os ingredientes e comecei a trabalhar, misturando a massa enquanto cantarolava baixinho uma música que tinha ficado presa na minha cabeça desde a noite anterior. Era tudo tão leve, tão perfeito. Era como se a energia da noite passada ainda estivesse comigo, me preenchendo com uma felicidade calma.