They Don't Know About Us

Capítulo 73

S/n Malee Suwan S/s POV

A noite em Bangkok estava linda como sempre. As luzes da cidade brilhavam lá fora, criando uma atmosfera perfeita para o que eu sabia que seria uma conversa importante. Estávamos todas na sala, eu, Faye, Freen e Becky, saboreando a sobremesa que preparei com tanto carinho bolo de chocolate com brigadeiro e sorvete. O clima estava leve, cheio de risadas e conversas descontraídas. Faye estava ao meu lado, e Becky contava uma história engraçada sobre algo que aconteceu nos bastidores de uma gravação. Era um momento perfeito de amizade e cumplicidade entre todos nós.

Mas eu sabia que precisava de um momento a sós com Freen. Ela e eu tínhamos passado por muito juntas, e algo dentro de mim dizia que era hora de conversar, de abrir o coração para minha amiga.

— Com licença, meninas… — Falei, gentilmente colocando a colher no prato e me levantando. Faye e Becky me olharam curiosas, mas com sorrisos no rosto. — Freen, será que a gente pode conversar um pouquinho lá fora?

Freen assentiu de imediato, largando também o prato sobre a mesa e se levantando. Havia algo nos olhos dela que mostrava que talvez ela já esperasse por esse momento, ou talvez fosse apenas uma intuição. Caminhamos até a varanda juntas, e o ar noturno nos envolveu assim que abrimos a porta. A vista de Bangkok sempre me impressionava, mesmo depois de tanto tempo vivendo aqui. As luzes, o movimento, a energia que nunca parecia diminuir. Mas, ao mesmo tempo, havia uma paz silenciosa ali fora, uma sensação de estar isolada do caos lá embaixo.

Freen ficou ao meu lado, apoiada na grade da varanda, e por um momento ficamos em silêncio, apenas absorvendo a beleza da noite. Eu respirei fundo, sentindo o ar fresco nos pulmões, e finalmente me virei para ela.

— Freen, eu queria te dizer algo… — Comecei, minha voz mais suave do que o normal. Ela se virou para mim, os olhos curiosos e gentis. — Você é a pessoa que faltava na minha vida.

Ela arregalou os olhos, surpresa com a minha declaração, mas não disse nada. Deixei as palavras fluírem, como eu havia planejado dizer há dias.

— Eu te amo, Freen. Amo a amizade que a gente construiu, a cumplicidade que só cresce com o tempo. — Fiz uma pausa, sentindo a emoção subir. — Eu sei que esses dias que eu passei internada foram muito difíceis para você. Faye me contou sobre como você foi ao seu limite em Manila, mesmo com todo o peso nas costas. E eu só quero te agradecer... agradecer por ser essa amiga incrível, por ser essa pessoa que me apoia incondicionalmente.

Freen piscou algumas vezes, os olhos já brilhando com lágrimas que ameaçavam cair. Ela mordeu o lábio, respirando fundo, tentando se controlar, mas já era tarde. As emoções estavam à flor da pele para nós duas.

— Foi muito difícil... — Freen começou, a voz embargada. — Porque eu tive muito medo de te perder, S/a. Eu estava apavorada. Quando você ficou doente, parecia que tudo estava fora de controle, e a ideia de continuar sem você... — Ela parou por um segundo, respirando fundo. — Eu te vejo como uma irmã mais velha, sabia? E fazer o fanmeet em Manila sem você lá... foi como se uma parte de mim estivesse faltando.

As lágrimas começaram a escorrer dos olhos dela, e eu não consegui mais segurar as minhas. As palavras dela eram como uma confirmação do laço que tínhamos, algo profundo e verdadeiro, que ia muito além do trabalho, muito além de qualquer coisa que a vida pública pudesse oferecer.

Eu me aproximei e a abracei com carinho, sentindo o calor de sua pele contra a minha enquanto as lágrimas rolavam. Ela me abraçou de volta com força, como se precisasse se segurar naquele momento, e nós ficamos assim por um tempo, apenas sentindo o quanto aquela amizade era valiosa.

Depois de alguns minutos, me afastei lentamente, secando as lágrimas que ainda restavam no meu rosto. Caminhei até a pequena mesa de canto da varanda, onde eu havia deixado uma caixinha guardada. Peguei-a com cuidado e voltei para onde Freen estava, que me olhava curiosa, enxugando os olhos com as costas das mãos.