Capítulo 63

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Faye Peraya POV

Estacionei o carro no estacionamento privado do aeroporto, reservado para quem utiliza os jatinhos no terminal particular. A tarde estava quente, mas a brisa suave que passava pelo local tornava a temperatura mais agradável. Desliguei o motor e olhei para Sophia, que estava ao meu lado no banco do passageiro. Ela suspirou levemente, ajustando os óculos de sol antes de abrir a porta e sair do carro comigo. Estávamos ali para buscar Amélia, a mãe de S/n, que estava a caminho de Bangkok no jatinho particular de Taylor.

Eu sabia que seria um momento difícil para Amélia, desembarcar em Bangkok sabendo que sua filha estava hospitalizada em estado grave. A angústia dela, mesmo à distância, já era palpável para mim. Precisávamos ser fortes por ela, assim como estávamos tentando ser por S/n. 

Conforme caminhávamos em direção ao terminal privado, o som dos nossos passos ecoava levemente no asfalto. O ambiente era tranquilo, discreto, longe do tumulto de fãs e paparazzi que sempre se amontoavam nas áreas principais do aeroporto. Aqui, tudo parecia mais calmo, mas a tensão dentro de mim ainda era pesada.

— Como foi a chegada da S/n no novo hospital? — Perguntei a Sophia, tentando manter a voz firme enquanto caminhávamos lado a lado.

Ela suspirou, tirando os óculos para me olhar diretamente. Seu rosto refletia o mesmo cansaço que eu sentia.

— Foi tranquilo, dentro do possível. A equipe médica fez o transporte de forma impecável. S/n foi levada direto para a UTI assim que chegaram. — Ela passou a mão pelo cabelo, parecendo pensativa. — O hospital é excelente, Faye. Eles têm os melhores recursos possíveis para tratar malária. Mas... você sabe como é, não consigo evitar a preocupação.

Eu assenti, compreendendo o sentimento. Desde o momento em que tudo começou, parecia que estávamos sempre aguardando pela próxima notícia, sempre na expectativa de algo pior ou melhor acontecer. A espera era o que mais nos desgastava.

— Acho que depois de pegarmos Amélia, devemos ir direto para o hospital. — Continuei, mantendo o foco no que precisávamos fazer. — Tenho certeza de que ela vai querer falar com os médicos assim que chegar. E, se possível, ver S/n.

— Concordo — Sophia respondeu, balançando a cabeça. — Ela vai querer todas as informações de perto. Além disso, os médicos devem ter algum parecer mais atualizado desde que eu saí de lá. Vou mandar mensagem para Wan pedindo para ela encontrar a gente lá. Ela pode ajudar a gerenciar as coisas com os médicos.

Caminhamos até a entrada do terminal privado, onde a equipe nos cumprimentou de maneira discreta e nos conduziu para uma sala reservada, longe de olhares curiosos. A espera seria breve, já que o jatinho de Taylor estava previsto para pousar a qualquer momento.

— Deve ser um alívio para Amélia saber que S/n está recebendo os melhores cuidados possíveis. — Murmurei, tentando acalmar meus próprios pensamentos.

— Sim. — Sophia concordou, mas havia uma preocupação em seu olhar. — Mas nada disso alivia o fato de que ela está longe da filha nesse momento. E quando finalmente a ver, vai ser em um ambiente que nenhuma mãe gostaria de estar, com S/n cercada de máquinas e aparelhos.

Fiquei em silêncio por um momento, tentando imaginar como Amélia deveria estar se sentindo. Eu sabia que, se fosse a minha mãe no lugar dela, estaria devastada.

— Nós vamos apoiá-la em tudo. — Disse, quebrando o silêncio. — Vamos estar com ela em cada passo desse processo. Assim como estamos por S/n.

Sophia assentiu, sua expressão mais suave agora. Sabíamos que ainda havia um longo caminho pela frente, mas naquele momento, a única coisa que podíamos fazer era ser a rede de apoio que Amélia e S/n precisavam.

They Don't Know About UsOnde histórias criam vida. Descubra agora