CAPÍTULO 4.

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A manhã está úmida e nublada nos arredores de Dublin, e a sede da Campos Motorsports está estranhamente silenciosa, exceto pelo incessante passeio de Luiza pela porta da frente. A maioria das luzes está apagada e há poucos funcionários disponíveis, pois é sábado, então Luiza está sozinha andando na escuridão quase total.

Bem, quase sozinho.

"Eles estão atrasados", Andrea diz da área escura da recepção. O zumbido alto da cafeteira com que ela brinca quase faz Luiza dar um pulo, mas ela está muito absorta olhando a longa estrada pavimentada que leva à sede para se assustar com as aspirações de Andrea como barista.

"O avião atrasou, mas eles já estão a caminho. Eles devem chegar a qualquer momento."

-Então venha sentar e esperar como um ser humano normal; Você está andando de um lado para o outro e tremendo como um maldito chihuahua.

O olhar que ela lança para Andrea é o mais feroz que ela consegue em seu atual estado de ansiedade, mas a ruiva está muito absorta em seu café expresso para prestar atenção em Luiza. Depois de dar uma última olhada nas grandes janelas que dão para o estacionamento, Luiza vai até a recepção e tira o café de Andrea de debaixo da máquina.

-Você está roubando o café do seu chefe? "Que ousadia, Campos", diz Andrea, estalando a língua e se aproximando de outra xícara.

"Só estou cuidando para que não esteja envenenado", brinca Luiza após um gole pronunciado. Andréa ri.

"Acho que não seria bom perder sua fonte de dinheiro agora."

Andrea termina a segunda xícara e senta ao lado de Luiza na sala de espera. As duas cadeiras ficam voltadas para o lado oposto das portas, mas Luiza continua lançando olhares furtivos para o estacionamento vazio ao menor ruído: cada segundo passa como uma eternidade.

"Está tudo bem, você tem que se acalmar e respirar. Esta é apenas uma reunião de negócios; "Você sempre foi bom nisso."

Luiza solta um suspiro histérico. "As apostas nunca foram tão altas antes. E se eles disserem não?

Andrea encolhe os ombros, como se a ameaça de retirar todo o financiamento se Valentina Albuquerque não assinasse não tivesse sido ideia dela. "Eles não vão. Se Valentina Albuquerque e o seu representante tiverem pelo menos meio cérebro entre eles, assinarão assim que virem o carro."

"É fácil você falar", resmunga Luiza. Você não os conhece e não estava aqui quando... quando tudo aconteceu do jeito que aconteceu.

"Eu leio os jornais", diz Andrea com indiferença. "E não fiquei tão triste com o seu abandono a ponto de não acompanhar o julgamento. Foi difícil não descobrir, com toda a cobertura que havia."

Luiza se sente franzindo a testa, apesar de tudo. "Foi... muito pior por dentro. Tudo simplesmente... implodiu. Carol acompanhava a carreira de Valentina na época. Se bem me lembro, ele estava prestes a assinar um contrato como piloto reserva conosco no final de sua temporada de F2 quando..."

"Quando sua irmã explodiu o irmão no ar e a enviou para a estratosfera."

Luiza faz uma careta e deixa o copo vazio sobre a mesa. -Por favor, tire isso da cabeça antes que ela chegue. Esta situação já é delicada o suficiente sem a sua falta de tato sobre o fato de minha irmã quase ter matado alguém.

-Várias pessoas, certo? Alguns espectadores também não foram atingidos pelos destroços?

"Andy."

Andrea dá de ombros, sem se arrepender nem um pouco. "Tudo bem. Vou me comportar quando ela estiver aqui. Não achei que Valentina Albuquerque fosse do tipo que guarda rancor; Ele é sempre muito alegre em todo o material promocional que faz para a CatCo. É nojento, realmente."

LIGHTS OUT AND AWAY WE GO - VALU ADAPTAÇÃO.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora