EPÍLOGO

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Rebecca

Seria incrível e até mesmo interessante como a vida se desenrolaria a partir de agora, tenho 19 anos, sou simples em literalmente tudo na minha vida. Claro, nunca me faltou nada, mas ao mesmo tempo e como se não tivesse o suficiente.
Antes eu ate cogitei que fosse pura ingratidão. Mas não se trata disso, e sim de ser a coadjuvante da minha própria história, atualmente trabalho em uma das maiores seguradoras do Brasil, moro com a minha mãe e estou na faculdade, não namoro e nem conheço ninguém interessante.
Sempre imaginei que moraria sozinha com 18 anos, com 19 seria pedia em casamento e aos 25 me tornaria mãe, mas o choque de responsabilidade e realidade veio com força quando descobri que estava doente.

- Filha, vou sair mais tarde do serviço hoje. Consegue estender a roupa? - minha mãe fala interrompendo meus pensamentos.

- Ta bom velinha, esqueci de avisar mas não vou sair mais com o pessoal, acabei desanimando. - Ela me olha com preocupação mas não pergunta nada, me despeço dela com um beijo.

E literalmente complexo existir atualmente, eu vivo na vontade de ser e fazer coisas que sequer sei se realmente existem, não sei se minha visão sobre a vida acabou se tornando deturpada com o tempo. Enquanto meus pensamentos vem se misturando com ansiedade, vejo meu ônibus passando, e novamente vou perder ele. Chega ser cômico como nunca chego no horário, mas decidi correr por algum instinto estranho em mim...

- Merda. - Acabo caindo e rasgando minha calça jeans contra o asfalto. ( seria agora que apareceria alguém para me socorrer)

O ônibus não sai pelo menos o motorista viu minha humilhação, me enfio nesse ônibus ou projeto de micro pirua, um perfume familiar me faz estranhar no meio de tanta gente.
E lá esta ele, o Desconhecido, vejo ele praticamente todos os dias, no mercado, no parque e principalmente aqui, e quase impossível não perceber ele... Sua pele clara e suas bochechas rosadas, o cabelo caído de forma penteada em seus olhos, tudo marcante.

- Moça, preciso passar por favor - Uma mulher loira e alta me cutuca pedindo espaço. Aceno e peço desculpas.

E no exato momento que vou para frente para a mesma passar o ônibus faz uma curva, que foi o suficiente para me derrubar (de novo).

Só que dessa vez foi diferente, ele estava me segurando sentia suas mãos em minha cintura, impedindo que eu caísse por completo.

- Desculpa, moço. Desculpa. Desculpa mesmo - Fico repetindo enquanto sinto cada canto em minha corar de vergonha.

- Você está bem? - Ele não me deixou levantar e me perguntou firme, sua voz era tão linda, que eu simplesmente ignorei a pergunta e o encarei.

- Senta aqui, você não esta tendo um dia de sorte, e acho que não tá bem para se segurar - Ele olha para as minhas mãos vermelhas da queda na rua e da tentativa de segurar.

- Desculpa mesmo, não precisa se preocupar com isso, logo vou descer.

O rosto dele que antes demonstrava interesse e preocupação, agora esta serio como se pensasse no que acabei de falar. E bom, menti.
Passei os 20 minutos dentro do ônibus cheio, e com o Desconhecido me encarando como se não entendesse porquê simplesmente não sentei.

Assim que o ônibus para eu desço apressada rumo a empresa, sequer consegui pensar nele, queria bater meu ponto e terminar logo o dia.

- Filha, vou sair mais tarde do serviço hoje. Consegue estender a roupa? - minha mãe fala interrompendo meus pensamentos.

- Ta bom velinha, esqueci de avisar mas não vou sair mais com o pessoal, acabei desanimando.  - Ela me olha com preocupação mas não pergunta nada, me despeço dela com um beijo.

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