Capítulo 2 Elo

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   Quatro anos atrás...

   Era Devil's Night, eu estava extremamente ansiosa, meu irmão havia prometido me buscar para me levar para a festa que eles faziam todos os anos, então eu logo ouvi a música The Devil in I da banda Slipknot tocando nos corredores da escola, indicando que eles haviam chegado.

   Alguns minutos se passaram, e eles entraram na sala, Kai apontou para mim, então eu peguei minha mochila e sai da sala, os esperando do lado de fora enquanto eles chamavam os membros do time de basquete.

   Quando eles saíram da sala eu pude notar o olhar de Damon sobre mim, nós logo começamos a andar até os carros que estavam no estacionamento, eu entrei no carro de Damon, pois o de meu irmão já estava cheio, me sentando no banco do passageiro, olhando pela janela durante o caminho até St.Killians, sentindo o olhar de Damon alternando entre eu e a estrada a nossa frente. A maioria das pessoas no carro estavam bebendo, a maioria já bêbados, eu podia ter quase certeza de que, naquele momento, eu e Damon éramos os únicos sóbrios naquele carro.

   Ao chegarmos a igreja já em ruínas, Kai me levou até o pequeno palco que havia alí, me deixando escondida naquele canto, para garantir que eu não fosse abusada ou até mesmo drogada e -entre uma luta e outra- ele aí ver se eu estava bem. Até que uma hora quem veio me ver foi Damon, segurando duas garrafas de cerveja.

   - Coitadinha, ficou aqui isolada, foi?- ele brincou, se sentando ao meu lado.

   - cala a boca- eu disse enquanto desenhava em meu caderno, que ele logo retirou de minhas mãos- me devolve!- eu exigi.

   - Olha só, a japinha tava desenhando St.Killians- ele caçoou, logo jogando o caderno em meu colo novamente- você deveria beber um pouco- sugeriu ele enquanto estendia uma das garrafas de cerveja para mim.

   - Não, não deveria- eu disse enquanto voltava a desenhar.

   - Qual foi, não é todo dia que você tem a chance de beber- falou antes de tomar um gole de sua própria cerveja.

   - Eu já disse que não quero- neguei novamente- eu tenho água, não preciso dessa merda.

   - Mas vai beber!- ele afirmou enquanto colocava um pouco de cerveja na minha garrafa de água.

   - Não faz isso! Tá maluco, porra?- eu disse enquanto tirava a garra de suas mãos, vendo a cerveja se misturar com a água.

   - E aí está ela- ele falou com um sorriso cínico- sabe, você deveria se soltar mais, não pode ficar sempre presa as regras que seu irmão te dá.

   - Não é ele quem dita as regras, ele só as passa para mim.

   - Foda-se! Você tem que aproveitar, não pode ficar se prendendo a esse tipo de regra toda hora! Então vai, toma um gole da cerveja- lavou enquanto me estendia uma das garrafas novamente.

   Eu peguei a garrafa receosa, olhando para o líquido dentro dela, engolindo em seco e logo tomando um gole, fazendo uma careta ao sentir o sabor amargo.

   - Credo, treco ruim!- eu falei enquanto o devolvia a garrafa.

   Ele riu, colocou sua mão em minha cabeça, bagunçou um pouco meu cabelo e se afastou, indo até outra parte da festa, me deixando sozinha novamente.

   Eu voltei a desenhar, pensando no que ele havia me dito: "não pode ficar se prendendo a esse tipo de regra toda hora". Então eu guardei minhas coisas na mochila e sai sorrateiramente da festa, andando em meio a floresta que cercava a igreja, indo até uma praia escondida -que ficava em uma clareira bem escondida em meio as árvores-, tirando os meus sapatos, colocando os pés na areia e me sentando alí, observando o mar.

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