Capítulo 1.

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   O casamento de Crocodile e Doflamingo ia bem em seus primeiros anos. No começo, se davam bem, e Doffy até mesmo conseguiu arrancar um "eu te amo" da boca de Crocodile algumas vezes, ou pelo menos um "também" murmurado quando o mais alto falava que o amava. 

   Mas, de qualquer jeito, eles eram felizes no casamento, mesmo tendo algumas brigas relativamente constantes, que começavam com Crocodile gritando com Doflamingo por algum motivo, e terminavam com ele gritando o nome do loiro na cama.

   Depois de 2 anos de casamento, Crocodile e Doflamingo tiveram uma longa conversa e decidiram adotar um bebê. Alguns meses se passaram até que eles conseguiram finalmente levar a menina para casa. Robin tinha apenas 6 meses quando a adotaram. 

    Nos primeiros meses, a chegada de Robin aproximou ainda mais o casal, os fazendo passar ainda mais tempo juntos. Cuidando dela, eles riam, se conheciam melhor, e passavam ótimos momentos na companhia um do outro e da bebê. 

   Mas, como é de se esperar com um bebê pequeno em casa, Doflamingo e Crocodile não tinham tempo sozinhos, muito menos dormiam bem à noite. Por isso, em uma noite, quando Robin já tinha dormido, Doflamingo começou a importunar Crocodile para que fizessem algo depois de tanto tempo. Mesmo depois de muito resistir, Crocodile acabou por ceder aos desejos do mais novo, e também aos seus. 

   Durante todo o ato, Doflamingo mantinha a mão sobre a boca de Crocodile, para evitar gemidos altos dele, que acordassem a filha deles. Porém, em um momento de distração, Doflamingo acabou soltando a boca do marido, resultando em um gemido que mais pareceu um grito de tão alto que saiu. 

   Eles se olharam com olhos arregalados, Doflamingo parando os movimentos na mesma hora. Esperaram alguns segundos antes de ouvirem o choro inconfundível de Robin vindo alto do quarto à frente. Crocodile empurrou Doflamingo, que desceu da cama, procurando suas roupas desesperado enquanto o choro da menina só aumentava. 

— Que ódio, Donquixote! Eu falei que não devíamos fazer isso... — disse Crocodile, se sentando na cama e começando também a se vestir — Vai lá ver ela logo! 

— Eu sei, eu sei! Desculpa!— falou apressado, antes de sair do quarto para ir acalmar a pequena —

  Depois desse episódio, eles novamente ficaram bastante tempo sem terem nada, e acabaram se afastando emocionalmente também. Talvez pelo cansaço, desgaste e estresse que o trabalho de ambos trazia, entre outras coisas. 

   Na verdade, depois de cerca de um ano e meio, mal se falavam mais. Seu único assunto era a filha, e ela era a única razão pela qual às vezes passavam tempo juntos, os três. Ainda dividiam a mesma cama, mas sempre dormiam um de costas para o outro, às vezes até sem perceber. O único momento em que ficavam realmente próximos um do outro em sentido físico era quando se despediam ou quando um deles chegava em casa, e davam um rápido e insignificante selinho, que com o tempo também acabou cessando. Apelidos que não envolviam seus nomes também foram esquecidos.

    Quando Robin completou dois anos, Crocodile decidiu que não dava mais para continuar como estava. Conversou com Doflamingo, tendo uma conversa longa com ele depois de muito tempo, e decidiram por se divorciar. Crocodile sabia que Doffy não queria aquilo, mas não tinham porque continuarem juntos. E Doffy sabia que, por mais que quisesse continuar com Croco, seria difícil voltarem a serem como antes. Eles haviam deixado esse afastamento ir longe demais, e já não tinha mais volta. Pelo menos era o que eles pensavam.

    Se divorciaram, e Doflamingo comprou um apartamento não muito longe, para facilitar suas visitas à filha. Ia lá todo fim de semana, para vê-la. Sempre que ia lá, obviamente via Crocodile, mas não por muito tempo, já que normalmente levava Robin para sair, ou então Crocodile simplesmente o deixava ter um tempo sozinho com a menina. 

   Mas, para Doflamingo, não era fácil ver Croco com tanta frequência, mesmo que por pouco tempo. Isso porque, Doflamingo ainda sentia pelo, agora, ex-marido o mesmo que sentia por ele na época de faculdade.

E talvez, só talvez, com Crocodile não fosse assim tão diferente.

 

Aposta Judicial | DofladileOnde histórias criam vida. Descubra agora