Capítulo 2.

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Doflamingo estava indo ver sua filha, mas num dia diferente. Ele não poderia ir no dia habitual, e sabia que hoje Crocodile estava de folga e Robin estaria em casa com ele, então foi e acabou se esquecendo de avisar. 

   Já fazia um ano que estava divorciado de Crocodile, mas não estava nem perto de superá-lo. Doflamingo ainda o queria loucamente, e era uma tortura resistir à ele toda vez que ia até a casa do ex-marido. Sempre que ia até lá, Doflamingo ficava dias pensando em Croco, lembrando de coisas que já haviam feito e fantasiando situações que ele sabia que nunca aconteceriam. Mas mesmo não podendo fazer o que queria com ele, Doflamingo ficava feliz de poder ao menos ver Crocodile.

   Quando chegou a casa dele, Doffy digitou a senha da porta e entrou, percebendo o primeiro andar em silêncio. Fechou a porta, e, com cuidado, subiu as escadas. Achou estranho o silêncio na casa, já que Robin estava sempre rindo ou falando, ao não ser que estivesse dormindo. E além do mais, a casa estava arrumada demais, e Crocodile nunca conseguiria a manter assim com a menina de 3 anos em casa. 

   Doflamingo andou pelo corredor, vendo a porta do quarto de Robin parcialmente aberta. Foi até lá, olhando para dentro do quarto, à procura de sua filha. Mas levou um susto com o que viu.

   Quem estava ali era Crocodile, de costas para Doflamingo enquanto tentava pegar algo na parte mais alta do guarda-roupa de Robin. Mas a parte que mais assustou Doflamingo não foi essa. Croco estava só com uma toalha preta enrolada na cintura, e o cabelo e as costas molhadas.

   Doffy mordeu o lábio inferior e sorriu, entrando no quarto silenciosamente. Praticamente na ponta dos pés, Doflamingo foi até a poltrona que ficava perfeitamente atrás de Croco e se sentou, encarando as costas do mais velho com uma visão privilegiada.

   O loiro achou engraçado o fato de seu ex não ter nem sequer se virado para trás quando ele se aproximou e se sentou atrás dele, se aconchegando na poltrona rosa. Doflamingo quase deitou na poltrona, imaginando como seria puxar Crocodile para seu colo, e abriu um sorriso ao pensar nisso. 

   Já Crocodile estava tão concentrado em pegar o cobertor que queria e tão envolvido na música que tocava em seu celular que não ouviu Doflamingo entrando nem percebeu sua enorme presença atrás de si. Tentando pegar a manta, o moreno praticamente deu um pulo para conseguir agarrá-la, mas não deu muito certo. 

   Ele conseguiu pegar o que queria, mas várias outras coisas que estavam em cima caíram em cima dele, inclusive um enorme urso de pelúcia de Robin, que parecia pesar muito mais do que deveria. Acabou que Crocodile se desequilibrou e caiu para trás.

   Bem no colo de Doflamingo.  

   Crocodile se assustou ao perceber o homem ali, tentando se levantar. Mas isso não aconteceu, já que seu ex-marido segurou firmemente sua cintura, sorrindo largo.

— Você tá doido?! Me larga, Doflamingo! — disse, tentando afastar as mãos dele, mas não conseguiu — O que você tá fazendo aqui, seu maluco? 

— Ei, calma aí. — o mais alto riu, ajeitando Crocodile em seu colo e o forçando a ficar ali, fazendo um carinho em sua cintura — Eu tava com tanta saudades, amor... e você me tratando desse jeito. — disse com uma voz aveludada perto do ouvido do outro — Como sempre, né?

   Crocodile ia brigar e sair dali a qualquer custo, mas desistiu quando sentiu algo duro bem embaixo de si, e fechou os olhos quando lembranças indesejadas invadiram sua mente como uma enchurrada. 

— Me larga, seu filho da puta... — mandou com um tom de voz baixo, mas firme — 

— Ah, sério? Eu tava começando a ficar feliz... — riu, dando um beijo simples no pescoço do mais velho, e logo soltou sua cintura — 

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