Entre Carinho e Ciúme

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Era uma tarde tranquila no centro de treinamentos da seleção brasileira de vôlei. O som dos saques e das bolas quicando nas quadras ecoava por todo o complexo. S/N estava concentrada em seus exercícios, tentando melhorar sua técnica de bloqueio. Era sua primeira temporada na seleção principal, e tudo ainda parecia um sonho para ela. A sensação de jogar ao lado de jogadoras como Rosamaria Montibeller era indescritível. O nervosismo e a admiração se misturavam em seu peito todas as vezes que olhava para a craque.

Rosamaria, por sua vez, sempre carismática e atenta ao time, observava a jovem jogadora com um sorriso discreto no rosto. S/N era talentosa, focada e, acima de tudo, tinha um brilho especial nos olhos, algo que Rosamaria notara desde o início. No entanto, havia algo mais na maneira como ela olhava para a novata. Era um tipo de fascínio que a própria Rosa relutava em admitir para si mesma. Sempre que a via concentrada nos treinos, uma onda de proteção e carinho tomava conta de seu peito.

Ao fim do treino, as jogadoras se dispersavam para os vestiários, mas S/N ainda praticava alguns saques na quadra. Rosamaria, sem perder tempo, decidiu se aproximar.

— Você treina mais que todo mundo aqui — disse ela com um tom brincalhão, mas com um olhar sério. — Não vai se desgastar, novata?

S/N riu e respondeu:

— Só estou tentando melhorar. Quero estar à altura de todas vocês.

— Você já está. Não se cobre tanto. — Rosamaria piscou, fazendo S/N corar levemente. O tom provocativo da mais velha sempre mexia com ela, mas nunca soube se Rosa fazia de propósito ou era só o jeito dela de ser.

Por mais que tentasse disfarçar, S/N sentia algo mais profundo por Rosamaria. Admirava seu talento, sua confiança, e a forma como liderava dentro e fora das quadras. Mas, ao mesmo tempo, havia um certo receio de que esses sentimentos fossem apenas uma admiração exagerada.

Naquela noite, a seleção tinha um evento social em um restaurante da cidade. Todas as jogadoras estavam animadas para o jantar e a oportunidade de relaxar depois de uma semana intensa de treinos. S/N estava especialmente ansiosa. Não queria admitir, mas a ideia de passar mais tempo com Rosamaria, fora do ambiente de treino, a deixava nervosa.

Ao chegarem ao restaurante, S/N se sentou no canto da mesa, como de costume, tentando evitar muito alvoroço. Mas não demorou para Rosamaria se juntar a ela, sentando-se bem ao seu lado.

— Não adianta se esconder aí no canto. — Rosamaria sorriu. — Hoje é dia de socializar, novata.

S/N sorriu timidamente, enquanto o resto das jogadoras conversava e ria ao redor delas. No entanto, a atmosfera descontraída foi interrompida quando uma das amigas de Rosamaria, uma ex-colega de time, chegou. Clara, uma mulher alta e bonita, conhecida por sua personalidade extrovertida, cumprimentou Rosa com um abraço caloroso, provocando um leve desconforto em S/N. Clara e Rosa tinham uma história de longa amizade, e as duas rapidamente começaram a conversar, ignorando um pouco o restante da mesa.

S/N tentou não prestar muita atenção, mas o jeito que Rosamaria sorria e ria das piadas de Clara a incomodava. E quanto mais Rosamaria se envolvia na conversa, mais ela se sentia invisível ao lado delas.

— Ei, tá tudo bem? — perguntou Gabi, uma das outras jogadoras, ao perceber o desconforto de S/N.

— Tá sim, só cansada do treino — mentiu, tentando disfarçar.

Mas Gabi, que sempre foi observadora, sorriu de canto e levantou a sobrancelha, como se já soubesse o que estava acontecendo. Ela não era boba, notava o jeito como S/N olhava para Rosamaria e, agora, também percebia o ciúme no olhar da mais nova. Para quebrar o clima, Gabi puxou S/N para uma conversa, tentando animá-la.

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⏰ Última atualização: Sep 26 ⏰

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