A Linha Tênue Entre o Amor e o Ciúme

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Rosamaria Montibeller era conhecida por sua força e habilidade em quadra, mas fora dela, ela era apenas uma mulher apaixonada, completamente envolvida em seu relacionamento com s/n. Elas estavam juntas há quase um ano, e apesar de alguns altos e baixos, o amor entre elas parecia indestrutível. No entanto, como em qualquer relacionamento, havia momentos de tensão, e aquela noite prometia ser uma dessas ocasiões.

Tudo começou de forma inocente. Rosamaria estava voltando para casa após um longo dia de treino. Estava exausta, mas animada para ver s/n. Elas haviam combinado de jantar juntas, algo que sempre servia como um respiro em meio à rotina caótica de Rosamaria. No entanto, ao chegar em casa, Rosamaria notou algo diferente no ar. S/n estava quieta, mexendo no celular de forma distraída, mas havia uma expressão no rosto dela que Rosamaria não conseguiu decifrar.

“Oi, meu amor”, disse Rosamaria, se aproximando para beijá-la. S/n respondeu ao beijo, mas não com a mesma intensidade de sempre.

“Oi”, respondeu s/n, com um sorriso forçado.

Rosamaria franziu o cenho. “Tudo bem? Você parece distante.”

S/n suspirou, largando o celular e cruzando os braços. “Estou bem, só… Pensando em algumas coisas.”

Rosamaria sentiu uma pontada de preocupação. “Que tipo de coisas?”

S/n hesitou por um momento antes de falar, escolhendo cuidadosamente suas palavras. “Na verdade, estou um pouco incomodada… Você tem passado muito tempo com a Carol ultimamente.”

Carol era uma das companheiras de equipe de Rosamaria, e as duas tinham se aproximado bastante nos últimos meses devido aos treinos intensos e jogos em equipe. Para Rosamaria, era uma amizade pura, mas o tom de s/n sugeria algo mais.

“Carol? O que tem ela?” Rosamaria perguntou, tentando manter o tom neutro, mas já sentindo uma leve tensão no ar.

“Eu só acho que… Ela está muito próxima de você. Não sei, às vezes parece que ela quer mais do que só amizade.”

Rosamaria riu, tentando aliviar a situação. “S/n, a Carol é uma ótima amiga, e nós passamos muito tempo juntas por causa do time, só isso. Não há motivo para se preocupar.”

No entanto, o riso de Rosamaria pareceu piorar as coisas. O rosto de s/n ficou sério, e ela se levantou do sofá, afastando-se dela.

“Eu não acho que é só isso, Rosa. Você não vê como ela olha para você? Como ela sempre arruma uma desculpa para ficar perto? E você parece não se importar…”

Rosamaria suspirou, sentindo a frustração crescer. “S/n, você está exagerando. Eu nunca dei motivo para você duvidar de mim. Carol é apenas uma amiga.”

“Amiga?” s/n repetiu, a voz subindo um tom. “Será que você está sendo ingênua ou está tentando me enganar? Não é só sobre ela! É sobre como você age ao redor dela, como você se abre para ela de um jeito que não faz comigo!”

“Isso não é verdade!” Rosamaria respondeu, levantando a voz também. Ela odiava brigas, especialmente com s/n, mas a acusação parecia injusta. “Eu te amo, s/n, e você sabe disso. Se eu estou passando mais tempo com ela, é por causa do trabalho, do time! Não tem nada a ver com o que você está insinuando.”

S/n cruzou os braços, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. “Eu só… Não quero perder você, Rosa. Ver vocês dois juntos, tão próximos, me faz sentir como se eu estivesse sendo deixada de lado. Como se eu fosse a segunda opção.”

Aquelas palavras acertaram Rosamaria como um soco. Ela respirou fundo, tentando encontrar a melhor maneira de responder. Apesar da raiva que começava a fervilhar dentro dela, havia um entendimento do medo de s/n.

“Você nunca será a segunda opção para mim, s/n,” Rosamaria disse, suavizando a voz. “Mas você precisa confiar em mim. Carol é parte da minha vida profissional, mas você é minha vida pessoal, meu amor. Eu jamais faria algo para te machucar.”

S/n fungou, mas não cedeu completamente. “Às vezes parece que você é mais feliz ao redor dela do que comigo.”

Essa última frase atingiu Rosamaria em cheio. Ela nunca quis que s/n se sentisse insegura em seu relacionamento, mas agora percebia o quanto talvez tivesse negligenciado algumas coisas. Era verdade que ela e Carol riam muito juntas, principalmente porque Carol era uma pessoa extrovertida e divertida, mas nunca passou pela cabeça de Rosamaria que isso pudesse estar afetando s/n dessa maneira.

“Eu sinto muito se fiz você se sentir assim,” Rosamaria finalmente disse, se aproximando lentamente. “Eu não percebi o quanto isso estava te incomodando, e eu deveria ter prestado mais atenção. Mas, por favor, entenda que não há ninguém no mundo que eu queira mais do que você.”

S/n olhou para Rosamaria, e por um momento, o silêncio entre elas era palpável. Elas se encararam, e Rosamaria pôde ver a mistura de emoções nos olhos de s/n – dor, medo, mas também amor.

“Eu só quero que a gente seja como antes,” s/n disse baixinho. “Quando tudo era mais simples, quando eu não sentia essa insegurança.”

Rosamaria segurou o rosto de s/n em suas mãos, olhando profundamente em seus olhos. “E nós seremos. Eu prometo. Vou fazer o que for preciso para que você nunca mais se sinta assim. Porque você é tudo para mim, s/n. Eu não quero ninguém mais. Nunca quis.”

Por um momento, tudo ficou em suspenso, até que s/n finalmente cedeu, se aproximando de Rosamaria e deixando que ela a envolvesse em um abraço apertado. Sentir os braços fortes de Rosamaria ao redor de seu corpo sempre trazia uma sensação de segurança que nada mais conseguia proporcionar.

“Eu te amo,” s/n sussurrou contra o ombro de Rosamaria.

“Eu também te amo,” Rosamaria respondeu, acariciando o cabelo de s/n. “E eu vou provar isso a você todos os dias, não importa o que aconteça.”

Elas ficaram ali, abraçadas, por alguns minutos, deixando que a tensão entre elas se dissipasse lentamente. O som dos carros passando na rua e o barulho distante da televisão pareciam distantes. No fundo, tudo o que importava naquele momento era o sentimento que compartilhavam – um amor que, apesar das dificuldades, continuava a crescer.

Quando finalmente se afastaram, s/n sorriu de leve, e Rosamaria retribuiu o gesto. “Vamos deixar essa briga para trás?” Rosamaria perguntou, com um brilho esperançoso nos olhos.

S/n assentiu. “Sim, vamos. Mas promete que vai me avisar se algo mudar? Se você sentir que as coisas estão diferentes?”

Rosamaria pegou a mão de s/n e beijou suavemente. “Eu prometo. Vou ser sempre honesta com você. E espero que você faça o mesmo.”

“Vou,” s/n disse, apertando a mão de Rosamaria. “Vou tentar confiar mais, mas espero que você entenda meu lado também. O ciúme… Ele surge porque eu te amo demais.”

“Eu entendo,” Rosamaria respondeu. “E vou fazer o que for preciso para que você nunca mais tenha motivos para sentir isso.”

Elas se olharam por mais um instante, e dessa vez, o beijo que compartilharam foi cheio de promessa e compreensão. Havia uma nova chama acesa entre elas, um compromisso de fazer o relacionamento dar certo, independentemente dos desafios que surgissem.

Naquela noite, enquanto se aconchegavam no sofá, ambas sabiam que a jornada não seria fácil, mas também sabiam que o amor que compartilhavam era forte o suficiente para superar qualquer obstáculo. As inseguranças, as dúvidas, os ciúmes – tudo isso poderia ser enfrentado, desde que continuassem lado a lado.

E, naquele momento, nada mais importava. Só elas duas, juntas, prontas para enfrentar o que viesse, com o amor como guia.

Palavras: 1279

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