Capítulo 5: Café e confissões

6 0 0
                                    


Capítulo 5: Café e confissões

Quando perto dos olhos, uma luz suave entra pela janela, e eu percebo que estou sozinha no meu quarto. O que aconteceu à noite? Meu corpo dói levemente, e uma ressaca começa a se formar. Com esforço, levanto a cabeça e olho ao redor. Há um silêncio reconfortante.

Levanto-me lentamente, ainda com a cabeça rodando. Uma lembrança de Oliver e Dante ecoa na minha mente. O que exatamente aconteceu entre nós? Meu coração acelera ao pensar no beijo que quase aconteceu.

A campainha toca, e um calafrio percorre minha espinha. "Quem seria?" Com o pé descalço, vou até a porta, tentando me recompor.

Ao abrir, vejo Marta, com uma expressão preocupada. — Hanna! Finalmente você acordou! Eu estava preocupado! O que aconteceu?

— Eu... bem, eu bebi um pouco demais. — digo, tentando sorrir, mas sinto o rosto ardendo de vergonha.

Ela entra, e pega um copo de água. — Bebe isso, você precisa se hidratar. Eu bebo um gole e me recosto na parede.

— E, por favor, me conte o que rolou entre você e o Oliver!

— Não sei, só... ele me ajudou a voltar. Não me lembro de muito mais.

Marta revira os olhos. — Você estava se agarrando nele, Hanna! Todo mundo viu!

Sinto meu rosto esquentar. — Sério? Que vergonha...

— Ah, para com isso! — ela diz, dando uma risadinha. — Você estava muito bonitinha.

Sento-me na mesa de café, ainda tentando processar as lembranças nebulosas. — E o Dante? O que ele disse?

— Ele era superprotetor. Basicamente disse que você não deveria ficar sozinho. — Marta ri. — Eu amo aquele lado dele!

— Ele é... diferente. — murmuro, lembrando do olhar intenso e enigmático dele.

— E ele é lindo, não é? —Marta provoca. — Você e eu sabemos disso.

— Não é só isso. Ele parece ter muitos segredos... — eu digo, meio perdido nos meus pensamentos.

Marta cruza os braços. — Segredos são interessantes. Mas voltando ao Oliver, você precisa de um momento de clareza.

— Não sei se quero isso agora. — respondo, me levantando para pegar meu celular na mesa.

Vejo que há várias mensagens não lidas de Gustavo. Um frio na barriga me invade. "O que eu faço agora?" A ideia de responder e abrir a caixa de Pandora me deixa hesitante.

— O que você está pensando? — Marta pergunta, percebendo meu silêncio.

— Só... questões não resolvidas com o passado. — digo, evitando olhar para ela.

— O passado não define o seu futuro, Hanna. Você precisa viver o presente! —ela encoraja. — Além disso, Oliver parece realmente gostar de você.

Sorrio de leve, mas a ideia de estar com alguém novo ainda é assustadora. Sinto meu corpo doer e definitivamente preciso de um banho.

— Vou tomar um banho rápido, você faz um café? — junto as mãos num gesto de súplica e faço beicinho, tentando convencer Marta.

— Só não demora, você ainda tem muito o que me contar — ela responde, com um sorriso malicioso.

Entro no chuveiro, e a água quente escorre pelo meu corpo, como se pudesse levar embora o cansaço e os resquícios de tudo o que aconteceu ontem. Fecho os olhos e deixo o calor me envolve, tentando apagar os fragmentos do que houve entre mim e Oliver. Mas, por mais que eu tente, a memória é nítida. O cheiro dele ainda parece impregnado nas minhas narinas, tão real que estremeço. Minha mente, confusa e tendenciosa, insiste em trazer à tona os detalhes daquela noite. Balanço a cabeça, tentando espantar os pensamentos que me cercam, e terminar o banho, como se a água realmente pudesse me restaurar.

O Inferno de HannaOnde histórias criam vida. Descubra agora