Capítulo 8: Labirinto de ciúmes

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Capitulo 8: Labirinto de ciúmes

Eu estava fazendo minha corrida matinal no parque, o sol suave da manhã iluminando meu caminho e as árvores ao redor balançando levemente com a brisa fresca. Enquanto meus pensamentos vagavam, visualizei uma silhueta familiar ao longe. Era Dante. Ele estava diferente, vestindo uma roupa despojada que contrastava com a imagem misteriosa que eu tinha dele, como se estivesse esperando algo — ou alguém. Ele estava sorrindo de uma forma despreocupada, e isso despertou uma mistura de curiosidade e apreensão em mim.

— Dante!! O que você está fazendo por aqui? — perguntei, tirando meus fones de ouvido e me aproximando dele, tentando decifrar aquele sorriso.

— Estava querendo mesmo te encontrar, Escarlate. Queria te pedir desculpas por ontem — disse ele, a voz carregada de sinceridade.

— Não acho que você precise pedir desculpas pra mim, sabe com quem falar, né? — respondi, tentando manter um tom leve, mas a lembrança da tensão entre nós ainda pairava em meu pensamento.

— Já falei com Oliver, mas preciso te contar uma coisa. Não quero que ninguém nos interrompa. Você pode me encontrar na Paradox pra gente conversar enquanto a cidade dorme? — Ele parecia ansioso, como se o que tivesse a dizer fosse importante, mas sua expressão era tão envolvente que eu mal conseguia me concentrar.

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O barulho do despertador acabou me tirando do que Dante queria falar, e eu não podia acreditar que acabei de sonhar com ele! Algo nele sempre me puxa, como uma força gravitacional irresistível. Ontem, tive momentos incríveis com Oliver, mas a presença de Dante sempre parecia interferir, como se ele estivesse à espreita nas sombras. O olhar dele, que penetrava em mim como uma flecha, me deixava inquieta. E agora, um sonho assim, o que eu realmente quero dele?

Fiquei mais tempo na cama, tentando entender tudo isso. Meu dia parecia estar fluindo normalmente, foquei no trabalho, após, tomei um café com Patrícia eu estava tentando me manter ocupada, mas mesmo assim, as imagens de Dante continuavam a flutuar na minha mente, uma ideia insistente que não se afastava.

Quando percebi, a noite já havia caído, e meu corpo doía. Não era apenas o peso e tensão do trabalho; a noite de bebedeira de ontem tinha um papel importante nessas dores. O sonho que tive com Dante ainda pairava na minha mente, e a necessidade de clareza se tornou um peso que eu não conseguia ignorar.

Decidi caminhar, o pensamento me seguindo como uma sombra. O ar noturno trazia um frescor que contrastava com a confusão que sentia no peito. As ruas estavam vazias, e o silêncio era acolhedor, permitindo que meus pensamentos se organizassem. O som do meu tênis batendo no chão era um ritmo suave, quase hipnótico.

Meus pés me levaram, sem que eu percebesse, de volta ao mesmo bar — o lugar onde tudo parecia ter começado. As luzes suaves da Paradox piscavam à distância, e um sentimento de expectativa crescia dentro de mim. O que Dante queria me dizer? Eu não sabia se estava pronta para ouvir, mas havia uma parte de mim que ansiava por isso. Uma parte que estava desesperada para entender a conexão que parecia se formar entre nós, uma conexão que, por algum motivo, não conseguia resistir.

Ao entrar, percebo o quão vazio está. As luzes são suaves, quase íntimas, exceto por Dante, parece adormecido. Ele está ali, atrás do balcão, seus movimentos lentos e calculados enquanto arruma garrafas. Por um momento, sou invisível para ele, até que nossos olhos se encontram. O sorriso irônico que ele lança é um déjà vu desconcertante.

O Inferno de HannaOnde histórias criam vida. Descubra agora