𝐅𝐢𝐫𝐬𝐭 𝐖𝐨𝐫𝐝

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Daemon estava sentado à mesa, sua paciência no limite, e a presença de Corlys Velaryon só o inflamava ainda mais. A cada palavra do Mão do Rei, ele sentia sua raiva crescendo, como uma tempestade prestes a romper. Corlys, por sua vez, continuava calmo, explicando a situação com a experiência de um marinheiro que já enfrentara muitas tormentas.

― A Fé está organizando revoltas na Campina. É necessário enviar um diplomata para encontrar uma solução pacífica. ― Corlys falava com firmeza, mas sem arrogância, dirigindo-se aos outros membros do conselho. Mysaria, sentada próxima a Daemon, observava-o com olhos estreitos, percebendo o perigo em seu silêncio.

Ela sabia o quanto ele odiava aquilo: a diplomacia, a paciência, os jogos de palavras. Daemon era ação e fogo. E agora, com Rhaenyra longe, ele sentia que o peso da Coroa recaía mais sobre seus ombros do que deveria.

― E estão começando a questionar a notícia de que Jacaerys teria se convertido aos Deuses Antigos ― continuou Corlys, provocando um breve murmúrio entre os lordes. Daemon, que até então mantinha-se quieto, não conseguiu mais segurar.

― Os fiéis aos Sete esqueceram quem estão irritando? ― Sua voz cortou o ar como uma lâmina afiada. ― Não foi há tanto tempo que um Targaryen os colocou de volta em seu lugar. A Fé deve lembrar quem governa os Sete Reinos, ou terei que lembrá-los pessoalmente?

Os lordes se entreolharam, visivelmente desconfortáveis com o tom de Daemon. Mysaria sentiu a tensão subir ainda mais, inclinando-se levemente para frente, pronta para intervir se necessário. O que estava claro para todos era que Daemon não toleraria qualquer desvio de autoridade, especialmente quando ele via a Fé como uma ameaça à soberania de sua casa.

Corlys manteve a calma, mas havia um brilho no olhar do Velaryon, um misto de cautela e irritação.

Daemon se inclinou um pouco mais para frente na cadeira, o corpo tenso e os dedos batendo levemente no braço do trono improvisado que ocupava. Ele olhava fixamente para Corlys, como se cada palavra dita pelo Senhor das Marés fosse uma afronta pessoal.

― Daemon, ninguém está sugerindo fraqueza ― Corlys começou, com um tom calmo, mas firme. ― Mas uma guerra com a Fé não beneficiaria ninguém agora. Ainda estamos nos recuperando do conflito, e a paz na Campina é vital para a estabilidade do reino. São eles que fornecem uma parte significativa do nosso alimento.

Daemon riu, uma risada seca, sem humor. O som reverberou pelas paredes da sala, fazendo os outros lordes olharem de soslaio, desconfortáveis.

― Paz? ― Daemon repetiu, com um tom de desdém. ― Paz com aqueles que nos desafiam? Enquanto minha esposa está fora, essa paz só existe na sua cabeça, Corlys. Eles estão cutucando um dragão com vara curta. Se continuarem questionando a fé que Jace tem ou deixa de ter, eu voarei até lá pessoalmente para calar suas bocas.

O silêncio na sala ficou ainda mais pesado, até que Meistre Gerardys, sempre prudente, pigarreou e decidiu intervir.

― Eu ouso dizer, Vossa Graça, que o que Lorde Corlys propõe é o mais sensato a se fazer. A Coroa deve evitar o conflito físico a qualquer custo, não provocá-lo. Ainda estamos engatinhando na nossa recuperação. A Dança dos Dragões ainda não completou um ano de seu fim. E a Campina, como o Mão disse, é de extrema importância. No entanto, sugiro que coloquemos alguém para espionar ou contê-los. O Lorde Tyrell ainda é uma criança de pouco mais de um ano, e sua mãe é a regente. Há espaço para influenciá-los. Lyonel Tyrell poderia se tornar uma peça valiosa com uma aliança futura, talvez até com a princesa Lucerra.

𝑫𝒓𝒂𝒈𝒐𝒏 𝑴𝒂𝒅𝒆 𝑶𝒇 𝑰𝒄𝒆 ― 𝑯𝑶𝑻𝑫Onde histórias criam vida. Descubra agora