𝐀𝐧𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝

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Rhaenyra adentrou a sala do Pequeno Conselho com uma expressão de irritação controlada.

― Onde está Lorde Corlys? ― ela perguntou, seus olhos passando pela mesa vazia. ― Não o vi em lugar algum, nem os guardas da Casa Velaryon.

― Houve um incidente em High Tide, Vossa Graça, ― respondeu Tyland, sua voz séria. ― Lorde Corlys teve que partir às pressas.

O cenho de Rhaenyra se franziu, suas passadas desacelerando enquanto ela se aproximava de sua cadeira. O broche de Mão estava sobre a mesa, um sinal claro da ausência de Corlys.

― Boa parte do castelo foi consumida pelas chamas, ― Tyland continuou. ― Ele e os filhos, acompanhados da princesa Baela, viajaram o mais rápido possível para Driftmark.

― Sabem se foi criminoso? ― Rhaenyra perguntou, suas mãos instintivamente pousando sobre a barriga enquanto se acomodava na cadeira. Seus olhos, afiados como sempre, notaram a ausência de Daemon e Mysaria, algo que seria questionado mais tarde.

― A princípio, parece ter sido um acidente, mas ainda não podemos afirmar com certeza, ― respondeu Lorde Thaddeus, sua expressão tensa. ― No entanto, Vossa Graça, com ou sem tragédia, a Coroa não pode ficar sem uma Mão presente ao lado do governante.

― Concordo, ― Rhaenyra assentiu, seu olhar varrendo os rostos dos homens à mesa. Ela já sabia o que viria a seguir. ― Suponho que todos aqui tenham um nome em mente para essa posição.

― Na verdade, Vossa Graça, ― começou Gerardys, hesitante.

― O príncipe Jacaerys, ― Tyland o cortou rapidamente, com um gesto discreto cutucando a perna de Gormon para garantir o apoio. ― Não seria a primeira vez que o príncipe herdeiro atuaria como Mão. Acredito que isso seria um excelente preparo para ele assumir o trono futuramente.

― É uma excelente sugestão, Vossa Graça. ― Lorde Gormon apoiou, com um sorriso sutil em seu rosto redondo e barbado.

Rhaenyra cruzou os braços, inclinando-se um pouco para trás, processando a sugestão enquanto Gerardys retomava seu ponto.

― Eu ia sugerir o rei-consorte, Daemon, para o cargo. Ele traria uma visão distinta ao Pequeno Conselho.

― Uma visão de caos e violência, ― Tyland rebateu sem hesitar, sua voz carregando um toque de sarcasmo. ― Com todo o respeito, Vossa Graça, ninguém nesta sala conhece o temperamento de Daemon como a senhora. Quando esteve ausente, ele queria voar até a Campina e queimar os revoltos da Fé, em vez de buscar uma solução diplomática.

Rhaenyra apertou os lábios por um momento, mas seu olhar manteve-se firme.

― Eu conheço meu marido melhor do que todos vocês juntos, ― ela disse, sua voz cortando o ar com autoridade. ― Meu pai jamais fez de Daemon sua Mão, não por temê-lo, mas porque Otto Hightower manipulou o conselho para impedir. Daemon tem uma abordagem agressiva, sim, mas e se for isso o que precisamos agora? Casas ainda se recusam a reconhecer o meu trono. Sussurram contra mim e meus filhos. Há limites para a paciência quando a lealdade ainda é questionada.

― Mas precisamos de uma perspectiva jovem para o futuro, ― Tyland retrucou, insistente. ― O príncipe Jacaerys já provou seu valor. Ele lutou na guerra, alcançou feitos que muitos duvidavam. E eu falo como alguém que testemunhou isso no antigo Pequeno Conselho. Os Verdes subestimavam constantemente o príncipe, e Jacaerys os fez engolir suas palavras. Sua coragem e honra são inegáveis. Ele seria o símbolo de renovação que o reino precisa.

𝑫𝒓𝒂𝒈𝒐𝒏 𝑴𝒂𝒅𝒆 𝑶𝒇 𝑰𝒄𝒆 ― 𝑯𝑶𝑻𝑫Onde histórias criam vida. Descubra agora