Segredos Floridos ( Meet You at the Blossom ) (Blooming Flowers, Silent Sorrow)

Capítulo 11

OBS: É fanfic ok, e aqui Qi Xiaobin anda mas tem uma história por trás disso, história que você vai descobrir nos próximos capitulos  =D

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O silêncio da floresta era quebrado apenas pelo som de folhas secas sendo arrastadas no chão. Qi Xiaobin caminhava com passos pesados, arrastando Jin Xiaobao pelas pernas enquanto assobiava uma melodia alegre e dissonante. O jovem desacordado pendia como um boneco de pano, sua cabeça balançando com cada passo de Qi Xiaobin. O homem parecia em êxtase, o brilho maníaco em seus olhos contrastando com o leve sorriso em seus lábios. Finalmente, ele havia capturado o garoto que, em sua mente, era a raiz de todos os seus problemas.

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Huai En, com uma mão pressionada contra o ferimento no ombro, voltava para a caverna onde haviam passado a noite. Seus pensamentos estavam caóticos, uma mistura de dor física e preocupação por Xiao Bao. Cada passo era um esforço, mas ele se forçava a continuar, sabendo que a segurança de Xiao Bao dependia disso. Ao se aproximarem da entrada da caverna, You Ying, que estava alguns passos à frente, ergueu a mão, pedindo que Huai En parasse. Seu gêmeo se agachou, examinando algo no chão com atenção.

—O que foi?— Huai En perguntou, sua voz carregada de urgência.

You Ying apontou para o chão, revelando marcas de arrasto na terra. Huai En seguiu a direção que as marcas levavam com os olhos e seu coração afundou. Ele sabia o que aquilo significava. Com um movimento rápido, ele correu em direção às marcas, ignorando a dor em seu ombro. Ao chegar mais perto, ele caiu de joelhos. No chão, entre as folhas caídas e a terra batida, havia uma corrente de ouro familiar. Suas mãos tremeram quando ele pegou a corrente, sua mente sendo invadida por lembranças de Xiao Bao, com a corrente adornando seus cabelos negros.

—Xiao Bao...— Huai En sussurrou, sua voz quebrando.

— Mestre, temos que nos apressar — You Ying disse, colocando uma mão no ombro são de seu amigo e senhor, que assentiu. —Zou Ying vai verificar a caverna só para ter certeza que ele não está lá, depois venha ao nosso encontro. You Ying, vamos seguir os rastros enquanto ainda temos luz do dia — e então, guardando a corrente no bolso ele se levantou com um grunhido de dor pelo ferimento em seu braço e começou a seguir as marcas no chão, com You Ying ao seu lado.

...

Xiao Bao acordou com o rosto molhado, sentindo gotas frias espirrarem em sua pele. Ele piscou, confuso, tentando entender o que estava acontecendo. Sua visão ainda estava embaçada, mas ele podia ouvir uma risada estridente perto dele. Esfregando os olhos, ele finalmente conseguiu focar em Qi Xiaobin, que estava de pé à sua frente, segurando um copo.

—Finalmente acordou, princesa?— Qi Xiaobin zombou, derramando o conteúdo do copo sobre o rosto de Xiao Bao novamente.

Xiao Bao estremeceu, não só pelo líquido frio, mas pelo cheiro forte que agora impregnava o ar ao seu redor. Ele franziu o nariz, tentando identificar o cheiro, mas era uma mistura tão pungente de ervas que não conseguiu distinguir nenhuma em particular.

— O que... o que é isso?— Xiao Bao perguntou, sua voz fraca e rouca.

Qi Xiaobin gargalhou, uma risada que ressoou na pequena clareira onde estavam. —Ah, então você notou o cheirinho especial? Digamos que é uma mistura para acordar os mortos. Ou, pelo menos, para acordar os adormecidos.— Ele se ajoelhou ao lado de Xiao Bao, inclinando-se para que seus rostos ficassem a poucos centímetros de distância. —Agora que você está acordado, temos muito o que discutir.

Xiao Bao tentou se mover, mas percebeu que estava amarrado a uma árvore, suas mãos e pés presos com cordas grossas. Ele olhou em volta desesperadamente, mas só via a densa floresta ao redor.

—O que você quer, Qi Xiaobin? Por que está fazendo isso?— Xiao Bao tentou manter sua voz firme, mas o medo era evidente.

—Por que estou fazendo isso?— Qi Xiaobin repetiu, como se estivesse pensando profundamente na pergunta. —Bem, eu diria que é um acerto de contas. Você lembra de mim, não é? Qi Xiaobin, o homem que você 'ajudou' a perder o movimento de suas pernas.

—Eu... eu me lembro, mas também lembro que minha família te ajudou a recuperar os movimentos, indicamos o curandeiro, pagamos todo seu tratamento.— Xiao Bao disse lentamente, tentando entender onde Qi Xiaobin queria chegar.

— Pagaram? — Qi Xiaobin riu amargamente. — Sim, você me ajudou a andar de novo. Mas a que custo? Você sabe que não podia simplesmente aceitar dinheiro de sua família, seu pai não é exatamente um bom homem para pagar as despesas que o filhinho querido dele causa e ficar por isso mesmo, ele mandou o curandeiro cobrar, você sabia disso? Ele exigiu cada moeda que eu tinha. Quando eu não tinha mais moedas ele exigiu as minhas terras, minha casa, seu papaizinho querido exigiu que o curandeiro cobrasse até minha família! Seu pai aprendeu muito bem com aquela velha Jin que você chamava de avó!

Xiao Bao ficou em silêncio, suas palavras presas na garganta. Ele nunca tinha considerado que sua ajuda pudesse ter um custo tão alto para Qi Xiaobin. Nunca considerou que seu pai cobraria tudo que foi pago, de volta. Na verdade, era bem difícil de acreditar nisso.

—Você me fez perder tudo, Xiaobao— Qi Xiaobin continuou, seu tom ficando mais frio. — Minha fortuna, minha honra, minha posição, minha família. E agora, você vai pagar por tudo isso.

Antes que Xiao Bao pudesse responder, Qi Xiaobin se levantou e caminhou até um saco que estava no chão, não muito longe deles. Ele o abriu e começou a retirar um conjunto de instrumentos cuidadosamente guardados. Xiao Bao observou com horror quando Qi Xiaobin revelou um conjunto de agulhas extremamente finas, suas pontas brilhando perante à luz fraca que filtrava pela copa das árvores.

—Essas são agulhas especiais — Qi Xiaobin disse, segurando uma das agulhas entre seus dedos e virando-a para que Xiao Bao pudesse vê-la melhor. — São embebidas em um veneno que aprendi a preparar com o mesmo curandeiro que me ensinou a andar outra vez. Ele também me ensinou como causar dor, dor real, daquelas que fazem a alma gritar. E você, Jin Xiaobao, vai experimentar cada pedacinho dela.

Xiao Bao engoliu em seco, o pânico crescendo dentro dele. Ele puxou as cordas, tentando desesperadamente se soltar, mas elas eram muito apertadas.

— Não adianta lutar — Qi Xiaobin disse calmamente. — Não há como escapar. E, quando eu terminar com você, não passará do próximo inverno. Vamos começar.

O sorriso cruel de Qi Xiaobin foi a última coisa que Xiao Bao viu antes de apertar seus olhos, quando a mão do homem direcionou para seu ombro, e sentiu a ponta gélida da fina agulha se chocar contra sua pele quente.