Capítulo 11: Terço (2/2)

124 12 74
                                    




Era uma chuva torrencial.




   As gotas grossas batiam com agressividade nas janelas de vidro e no telhado, causando um barulho alto e ruidoso por todos os espaços da casa, ainda que estQivessem abafados pelo som do filme que passava na TV, ainda viriam os barulhos de trovões para lembrar o que vinha do lado de fora.

     O barulho era tão forte que nem mesmo as crianças conseguiam dormir, voltaram para o andar debaixo junto com as mais velhas para esperar que ela passasse, o mais velho decidiu ficar em seu quarto com seus fones antiruidos. Elas estavam reunidas no sofá assistindo ao lado das senhoras, todos focados no conteúdo, o filme era totalmente entediante para Fluttershy, diferente de Applejack que parecia muito interessada em mais um clássico filme de faroeste do Jhon Wayne, com o nome de Bravura indômita.

    Ninguém sabia que aqueles seriam os últimos segundos em que teriam tranquilidade, os últimos segundos onde poderiam pensar nas grandes mudanças que aconteciam na entrada da pré adolescência, era a última vez em que poderiam imaginar o dia de amanhã com um sol nascendo.

    Porquê desde aquela noite, a tempestade nunca parou.

    A mãe de Fluttershy se levanta e vai até o telefone casualmente.
Alô?.... Sim... Sim sou eu, quem é você? Porquê está com o celular do meu marido?... — O telefone cai no chão, o barulho do objeto faz todos olharem para trás e verem a palidez da mulher, os olhos arregalados e a boca aberta. Então, suas iris se movem para cima e seu corpo cai em um desmaio fulminante.

A cenas seguintes, se passaram como câmera lenta na mente da loira.

  Os dois filhos dela vão em desespero até ela para tentar acordar, ela se levanta, mas para ir até o telefone caído.

   A cada passo que dava, sentia que estava indo no caminho de algo aterrorizante, não sabia se deveria chegar perto dele, se deveria pegar, tinha medo por alguma razão que desconhecia. Seus dedos tocam no objeto e o leva até seu ouvido engolindo a seco.

   [Senhora? Você está me ouvindo?]

   — S-sim... — As palavras quase não saíram da boca dela, seu coração acelerou rápido lhe deixando ainda pior do que estava.

    [Muito bem, ao que parece houve um acidente na pista, um caminhão vinha na contra mão em alta velocidade, o impacto jogou a carga pra frente atingindo o carro de trás e a frente do caminhão bateu na frente do carro e matou o motorista, estamos agora levando um homem e uma mulher para o hospital de Ponyville... Infelizmente o seu marido não resistiu Senhora...]

     Applejack perdeu o seu chão ali, receber aquela notícia havia provocado um mar de emoções intensas dentro de si. Estava incrédula, não conseguia processar as palavras que tinha ouvido no telefone. O baque foi tão profundo que se sentia com dificuldade de respirar e a mente desorientada.

   — Applejack o que tá acontecendo? Me dê esse telefone. — A senhora toma o celular da mão da neta e leva até seu ouvido. — Alô... Não... Não não pode ser!... Me diga que não é verdade!

     A senhora gritava ao telefone, as crianças tentavam acordar a mulher ao chão em meio as lágrimas, e Applejack... Ela olhava para frente, em específica direção para as várias molduras de fotos espalhadas na parede, parada, sem mexer um único músculo, olhava diretamente para seus pais. Por dentro, ela estava com a tempestade impetuosa dentro de si, ela sentia o calafrio, o descolamento e o pesar.

   Ela perderia tudo.

    Tudo.
   

    

BODYGUARD × Rarijack Onde histórias criam vida. Descubra agora