prólogo

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A que ponto eu cheguei?

Essa é a pergunta que eu venho fazendo a mim mesma nesse último mês, e nesse momento enquanto estou em um banco de uma van com a minha irmã indo não sei para onde.

Não era para ser assim, pelo menos não a minha primeira vez indo para esse local. Descobri recentemente que enquanto eu passei anos da minha vida focada em meus estudos e na minha paixão pela moda na França, eu deixei de lado uma das coisas mais importantes da minha vida.

Minha família.

Há alguns anos, quando fui fazer minha graduação na IFM - INSTITUT FRANÇAIS DE LA MODE, PARIS, eu tive que tomar a decisão mais importante da minha vida, deixá-los, só eu sei o quanto isso foi dolorido e as noites que eu passei chorando de saudade deles.

Mas era o meu maior sonho e uma oportunidade tão única de viver a minha paixão e realizar o meu sonho de ser uma renomada estilista, estudando na cidade berço da moda Europeia, da luz, do luxo, glamour, elegância... Enfim, tudo que fazia parte de mim.

E como nem tudo é um Chanel Gabrielle, Paris não é tão luz ou elegante quanto eu pensava, a jornada para se tornar uma grande estilista era bem mais dura e difícil do que eu imaginava, principalmente para quem só tinha a si mesma e um sonho, pensar em tudo que passei e minhas cicatrizes internas me faz sorrir, eu me tornei a grande estilista que almejava, trabalho hoje como design e técnica de moda da Dior, confecciono as peças mais importantes da temporada.

Você deve estar se perguntando em que momento as coisas mudaram para mim. Em que ponto a grandiosa Rarity Belle se viu tão atormentada por pensamentos de arrependimento? Pois bem.

Minha família costumava se comunicar com frequência, com chamadas de vídeo e ligações que poderiam durar uma noite toda, mas pela primeira vez eu recebi uma carta, não de meus pais e sim de minha irmã pequena, Sweetie Belle, a qual não via pessoalmente desde os seus cinco meses de vida.

Não sei como ela me enviou ou como descobriu meu endereço em Paris, mas tinha o seu nome e a sua letra graciosamente mal feita, então não me restava dúvidas de que a carta era sua. Nela ela resumia os grandes acontecimentos de sua vida, como quando arrancou o dente, quando sofreu bullying, quando formou novas amigas que a ajudaram a enfrentá-lo e suas férias de verão com elas. Em todos os momentos ela fazia questão de ressaltar o quanto queria que eu estivesse ali, participasse de seus grandes momentos e fizesse parte da sua vida, que desde de seus cinco era a única coisa que pedia do papai Noel.

Foi ali que eu tive consciência de que perdi 8 anos da vida dela, 8 longos anos longe de meus pais e da minha cidade natal.

Eu precisava voltar.

Meu plano era fazer uma grande surpresa para ela, dizendo que passaríamos as suas férias da escola juntas em família, mas aparentemente meus pais aproveitaram essa oportunidade para fazer seus próprios planos, quero dizer, me deixar sozinha com ela enquanto viajam para o caribe. E para melhorar, minha irmã recebeu o convite de sua amiguinha para passar as férias na casa dela.

E agora no presente, estamos bem longe da cidade, na bendita Van em uma estrada de terra indo para sabe Celestia onde.

Eu tô tão feliz de estar aqui com você, eu prometo que você vai amar o rancho, não é como Paris mas é tipo ela só que mais legal.

Espera... Rancho?

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