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07:00am, Los Angeles, California

- despertador toca -

— Mas que barulho é esse! – Josh murmura enquanto se revira na cama. – Mas que horas são?

Josh se senta na cama e procura o aparelho, se recusando a abrir totalmente os olhos. Quando acha sua única reação é arrastar para o lado o despertador, o desligando.

Ele se deita novamente e demora alguns segundos para se sentar novamente na cama.

— Mas o quê?! – Josh pega o celular nas mãos analisando a capinha azul. – Não pode ser! – Josh larga o celular na cama e esfrega os olhos.

Ele não estava sonhando.

Ele pega o aparelho em suas mãos, e o liga. O celular revela várias mensagens, notificações e um papel de parede sendo uma foto do enorme mar de Sydney.

— Mas, como... não, não. Impossível. – Josh se encontrava em um choque tão grande, que mal conseguia notar tamanha dor de cabeça.

Josh se levanta da cama, ainda com o celular em mãos se recusando a acreditar que isso estava acontecendo.

Ele reconheceria aquele celular até de longe.

Josh deixa o celular na cama, e segue até o banheiro onde lava o rosto e escova os dentes. Ele sabia que jamais conseguiria dormir novamente depois daquilo.

30 minutos se passaram e ele ainda não sabia o que fazer. Ele nem se quer pensará em onde estava o seu próprio celular. Afinal, já sabia que havia pego o celular errado.

- Chamada de "Nour" -

o celular toca, o tirando de seus pensamentos.

Josh recua por um momento, mas sabe que deve atender. Ele já sabe que não é a Nour que estava o ligando.

— Alô? – Ele diz, ao atender o celular de Savannah.

— Eu sabia que era você que estava com ele. – Savannah diz na outra linha.

— Olha Savannah, eu não faço idéia do porquê eu estou com esse celular, então por favor, se você poder me dar um tempo pra lembrar do que aconteceu, eu...

— Josh, por favor. Eu só quero meu celular. Não estou interessada nas suas explicações. Só, por favor desce e me entrega ele. – Savannah diz.

— Como assim...

- chamada encerrada -

Josh mesmo sem entender, sai de seu apartamento e desce até a recepção.

Assim que a porta do elevador se abre, ele vê Savannah de longe.

Ela estava de costas, usava uma calça leg preta, e um moletom branco. Seu cabelo estava preso em coque.

Ela lentamente se vira e os olhos deles se encontram.

Estranheza. Foi o que os dois sentiram ao se olharem.

Como olhos que já se encontraram tanto, podem revelar tamanha dor.

Ambos andam até o encontro um do outro e quando estavam finalmente frente a frente a única interação que acontece é a entrega no celular.

Nenhuma palavra.

Nenhuma expressão.

Nada.

Apenas uma dor imensa rodiando aquele ambiente.

Savannah se vira e começa a andar até a saída, em silêncio, quando algo inesperado acontece.

— Savannah! – Josh a chama, e como se seu corpo travasse ali, Savannah para, mas não se vira.

Josh anda até ela e toca seu ombro.

Savannah se vira e Josh desencosta.

— O que? – A loira pergunta.

— Eu... – Josh se perde em meio a tantas coisas que ele poderia dizer. – Eu sinto muito.

Seus olhos se encontram.

— Eu também. – Savannah diz.

Alguns poucos segundos se passam antes de Savannah quebrar a troca de olhares.

Ela se vira novamente, e sai do prédio.

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— Perdão o atraso. Tive que resolver uma coisa. – Diz Savannah forçando um sorriso e se sentando na cadeira da cafeteria.

— Sem problemas. Eu acabei de chegar. Coisa de trabalho?

— Só coisa chata. – Savannah responde.

— Pedi o de sempre.

— Obrigada, amor. – Savannah diz segurando são do moreno por cima da mesa.

— Lian Salles? – A garçonete pergunta.

— Eu mesmo. – Lian responde e a garçonete coloca duas torradas com abacate, um latte e um matcha em cima da mesa. – Muito obrigada.

— Bom apetite. – A garçonete diz e sai, deixando os dois sozinhos.

— Sav, você está bem? – Lian pergunta.

— Estou. É só... a vida.

— Algo me diz que foi essa "coisa chata" de hoje mais cedo que te deixou assim. – Ele julga, acertando, e morde um pedaço de sua torrada. – Me conta, o que aconteceu?

Lian a atinge com um olhar dócil, o que a convence quase que imediatamente.

— Sabe a festa que eu fui ontem com a Nour? – Lian acente. – Então, um cara pegou meu celular por engano e eu fui buscar hoje. – Savannah explica tentando esquecer quem é o "cara".

— Nossa, meu bem. Por isso demorou a responder, e não atendeu nenhuma ligação. Mas, porque não me chamou pra ir com você? Poderia ser perigoso.

— Foi tranquilo. – Ela mente. – Por favor, vamos mudar de assunto. Como está as coisas na agência? Já soube de algum resultado?

Lian era ator. Um ator bem conhecido entre as agências de Los Angeles.

— Ainda não, mas você sabe que será a primeira a saber assim que eu souber. Inclusive aquele teste que te falei, é o de hoje. – Savannah sorri.

Savannah sentia uma paz muito grande em estar ali. Lian realmente havia sido um presente que a vida a deu.

- chamada de "Saby" -

— Quem é? – Lian pergunta e Savannah vira o celular mostrando.

— Oi Saby! Já chegou? – Savannah responde.

Sabina estava indo para LA, pra resolver algumas coisas na XIX.

— Sim! Estou aguardando você. Esqueceu de mim né? – Sabina diz.

— Claro que não. Já estou indo. – Savannah diz e desliga a chamada.

— Quer que eu te acompanhe? – Lian pergunta.

—  Você não tem que ir trabalhar?

— Sim, na verdade já estou atrasado. – Lian responde, olhando seu relógio de pulso.– Uma pena, queria ir com você.

— Eu também queria, mas a vida de um artista nunca para.

— Tem razão.

— Vamos? – Savannah diz se levantando.

— Vamos. – Lian se levanta com seu café na mão. Ele termina de beber e acompanha Savannah até o carro.

— Tchau, amor. – Lian se despede um um beijo curto e Savannah entra no carro.

Savannah dá partida e segue até o aeroporto.

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Quem é das antigas sabia que uma hora ou outra o Lian ia aparecer kkkkk
Beijos, autora 💋

Not againOnde histórias criam vida. Descubra agora