capítulo 7

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Evem veio da competição comemorando a sua vitória e, como aquilo pode ser a chance de ganhar mais, eu não me importava com o dinheiro e nem com eles. E assim que eles me viram saindo da sala para ir para o quarto, disseram algumas palavras. 

- A surra foi tão boa que trouxe a vitória, será que eu deveria fazer isso da próxima vez? treinar mais deve que não é o suficiente, tenho que pegar mais pesado. E nada de encontrar aquele rapaz novamente, porque se não, considere-o  morto. Evem estava com uma taça cheia de vinho nas mãos, na qual virou com um gole só. Seu olhar veio frio a mim , mas logo foi em direção à cozinha para pegar mais. Já meu pai apenas me olhou com pena e se foi atrás de Evem.

Ultimamente, ele não tem falado nada, mas sempre está com ela, isso de certa forma é um apoio, e eu, não querendo mais fazer parte daquilo, subi para o quarto para tomar um banho refrescante. A medalha de primeiro lugar ainda estava no meu pescoço, na qual eu pego a mesma e coloco com todas as outras da minha coleção. 

E enquanto eu reparo em tudo aquilo, meu celular vibrou avisando que eu teria uma mensagem, e lá estava Mos, ele me parabenizou por toda a minha apresentação

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E enquanto eu reparo em tudo aquilo, meu celular vibrou avisando que eu teria uma mensagem, e lá estava Mos, ele me parabenizou por toda a minha apresentação. Mas no meio de todos os parabéns,  perguntava-me  do meu roxo no pescoço, e eu, não querendo problema e muito menos envolver ele em toda essa bagunça, disse que não era nada demais, nada que ele possa se preocupar, mas eu acho que não colou muito, mas fez o mesmo não falar mais disso. 

Conversamos um pouco e, quando eu estava prestes a desligar o celular, Mos me pergunta se eu queria sair para comemorar. Eu falo que sim, e marco para as 21:00. Talvez seja um bom horário. Evem está bêbada, e meu pai não vai sair do lado seu dela. 

E conforme o combinado, saí novamente. Mas agora Mos estava na rua de cima com um carro preto, era um Volkswagen, era bastante lindo, e aquele que estava dirigindo estava mais lindo ainda.

Sorri, adentrando o carro. Mos estava todo de preto, parecia que ia até para um velório, talvez o meu, se Evem me descobrisse que saí novamente. Mas até que a cor preta lhe cai bem. E o perfume masculino que estava por toda a parte do carro, foi de imediato a invasão em minhas narinas. E eu só acho que ele havia tomado banho de perfume, e a sorte dele era que era o meu favorito. 

Mos me levou para ver as estrelas não tão longe dali, era um lugar no morro onde carros paravam para assistir às estrelas cadentes na madrugada, ou para estudar o céu. Lá de cima se viam todas as luzes da cidade, e o vento que corria ali era gelado e fresco ao mesmo tempo. Me sinto em paz com ele, talvez ele tenha se tornado meu porto, é meu ponto fraco sem nem eu ter percebido.

Assim que estávamos sentados na frente do carro, percebi que mos estava curioso e pensativo com algo, mas ele poderia estar com medo de me perguntar, então dei o espaço e abertura para o mesmo

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Assim que estávamos sentados na frente do carro, percebi que mos estava curioso e pensativo com algo, mas ele poderia estar com medo de me perguntar, então dei o espaço e abertura para o mesmo. 

- Se você quiser me perguntar algo, é só perguntar? Falo ainda olhando para o céu. 

- Quem fez isso com você ? Mos estava me encarando, vejo ele encarar também todo o meu corpo, e isso dava para ver pelo canto do meu olho, mas ficou embaçado com algumas lágrimas de dor que eu estava tentando esconder.

Mas não consegui falar, era como se algo estivesse em minha garganta  impedindo, e meu silêncio deixou tudo mais tenso, mas ao escutá-lo falar depois, percebi que eu não estava sozinho nessa. 

- Eu prometi para mim mesmo que eu não iria deixar você desconfortável, sua família já faz isso com você. Mas saiba que você não está sozinho. 

Sinto a mão de Mos  pegarem na minha e eu o encarar . 

- Eu sei o que você está passando porque já vivi em uma casa onde a paz nunca estava lá, eu cresci vendo meu pai bater em minha mãe todos os dias quando chegava bêbado, e sabe o que eu podia fazer? Nada! Eu apenas tinha 7 anos quando tudo começou, mas imagino que tenha ficado mais sério com meus 10 anos. ( Mos havia ficado quieto, mas eu ainda o encarava. Eu sabia como era difícil falar sobre algo que te machuca, e ver que ele estava escondendo as marcas como eu faço, doeu em mim ). Mas ele continua dizendo antes que eu consolar com  algo.

- Eu sempre gostei muito de escrever e, aos 15 anos, lancei meu primeiro livro. Eu escrevi sobre um romance de uma paixão que eu tinha pelo garoto da minha sala, o livro repercutiu muito e chegou até meus pais. Minha mãe me apoiava, mas já meu pai. Até hoje escuto suas palavras ( eu não criei filho meu para ser viado, uma bichinha ). Aquela noite foi a última noite que eu passei em casa. Depois disso, aluguei uma casa com o livro que eu havia vendido e denunciei meu pai.

Minha mãe tinha dependência emocional nele, então, quando ele foi preso em flagrante, minha mãe me implorou para tirá-lo. Ela falou que ele ia se tornar uma pessoa melhor, e que ia se tratar, mas eu sei que não, e se ele saísse, ele iria matar minha mãe porque não ia conseguir chegar até mim. Com o tempo, minha mãe se tratou e me agradeceu, e como eu já ganhava mais algum dinheiro, tirei-a  daqui dessa cidade e mandei-a  ir para Nova York. É uma cidade grande, muito difícil alguém achar ela se não souber. 

Mos havia ficado quieto novamente, e então eu quebrei o silêncio. - Sua mãe está bem hoje em dia, e seu pai? Mos havia olhado para frente e olhou para mim com um sorriso. 

- Ela está ótima, está casada e eu tenho mais 2 irmãos. Já meu pai, ele morreu na cadeia, mataram ele. 

Olha, eu não sei o'que você está passando dentro da sua casa Banky, mas por favor, não deixe que alguém te machuque dessa maneira novamente.

Mos falava essas últimas palavras olhando para mim, mas eu nem conseguia o encarar . Me senti envergonhado por não ter força,  então sinto suas mãos levantarem meu rosto e o mesmo chegar mais perto para me encarar de pertinho. Meus olhos agora estavam vidrados nos deles, seus olhos eram mais bonitos de perto, eram tão pretos como o céu à noite, e ver meu reflexo atrás deles me fazia se sentir vulnerável de alguma maneira, era como uma barreira indo para o chão, e ele nem precisou de muito para quebrá-la. 

Mos estava chegando mais perto, e conforme sua aproximação ia ficando mais perto, meus olhos iam fechando automaticamente, e quando sinto sua respiração perto de minha boca. Escuto o mesmo.

- Eu posso? Meus olhos, que estavam fechados, agora estavam abertos, o  vendo novamente, e ele realmente esperava algo. Eu apenas sorri e respondi. - Como eu posso dizer; claro, pode…e quando eu ia falar outra palavra, nossos lábios se colaram, Mos havia me beijado. 

Era um beijo doce e calmo, transmitia toda calma e delicadeza de um beijo, seu gosto era de chá verde, daqueles que você toma para dormir melhor, não tinha língua envolvida, era como se fosse nosso primeiro beijo, aqueles que se dá para conhecer melhor a pessoa, e que só os sentimentos sem desejo estavam envolvidos, e isso era tão nítido, que quando paramos, estávamos sorrindo um para o outro. Mos me abraçou logo em seguida e assim nos deitamos para assistir às estrelas, e ali ficamos. 

A todo vapor ( mosbank) bl Onde histórias criam vida. Descubra agora