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De pouco em pouco, um grande silêncio absoluto preenchia minha audição, trazendo um conforto bastante incomum para mim, mas era tão bom que nem ao menos ligava. Meu corpo finalmente estava descansando como deveria.

Respirava com tranquilidade enquanto o lugar em que estava deitado era bastante aconchegante e macio, meus dedos passeavam em algo quente, parecendo uma coberta.

Só que, em segundos, esse alívio em que sentia, era destruído de pouco em pouco como se fosse uma parede se rachando em minha frente, trazendo-me de volta a realidade.

O som que chegava é bastante famíliar para mim, franzi o cenho confuso o bastante para poder-me lembrar de onde já teria ouvido isso. Era como se fosse uma máquina apitando alguma coisa.

Mesmo que tentasse mexer minhas mãos para que parasse de vez com esse barulho que começava a me irritar, parecia que meu corpo não queria sair dessa posição confortável e muito menos voltar para o mundo em que vivo. Porém, ao fazer isso, rapidamente meus lábios suspiravam.

Minha cabeça se mexia um pouco, e a minha mão era posta em cima de minha barriga que subia e descia lentamente. Algo quente pressionava meu rosto, e a medida que respirava com minhas narinas, esquentava ainda mais.

" Que merda está acontecendo!? Na onde estou ?!  "

Não aguentando mais essa curiosidade, acabo por virar meu rosto na direção desse barulho ensurdecedor, e lentamente iria abrindo meus olhos que por sinal estava bem difícil de fazer isso. Ao abri-los completamente, minha visão estava inteiramente embaçada, não seria por meu choro.

Então, pisquei algumas vezes estabilizando meu olho em um ponto fixo, e na hora em que fiz isso, uma parede branca com alguns quadros de flores invadiram-me por completo. Minhas sobrancelhas voltaram para seu lugar, enquanto respirava fundo.

De repente, ergo a minha cabeça um pouco mais para cima, ajeitando meu corpo bastante caído para baixo. Porém, em meu lado presenciei o monitor de batimentos cardíacos mostrando minhas informações.

As linhas subiam e desciam quando sentia meu coração pulsar dentro de meu peito calmamente. E em seguida, fechava meus olhos mais uma vez por já saber na onde estou.

" Hospital... "

E mais uma vez estava nessa droga de hospital, mas agora era por um motivo completamente diferente que nem ao menos conseguia raciocinar direito. Entretanto, a última coisa que me lembro era do Izana proferindo que iria me matar!

" Como eu parei aqui?! " — uma dúvida sincera pairava sobre minha mente, fazendo-me relembrar dos fatos mesmo que tivesse desmaiado naquela hora — " Não pode ser, será que.... ? "

— Ran?! — uma voz me chamava com extrema tranquilidade. Rapidamente abro meus olhos e miro em sua direção — Finalmente tomou consciência, estava ficando bem preocupado com você.

E para a minha surpresa ou não, Kenji Sato estava sentado em uma das poltronas acinzentadas do quarto em que estava. Mesmo estando bem longe de mim, seu olhar afixado atingia-me por inteiro.

Mesmo dando de ombros, ele revirou os seus olhos se ajeitando em seguida. O seu torso contraído, se relaxava e logo em seguida seus braços eram cruzados em cima de seu peito.

— Devo ficar feliz com a sua rápida recuperação, mas... — ele parou após dar uma respirada profunda — Não devo me alegrar com uma coisa simples — Disse bem sério.

— O que veio fazer aqui? — perguntei simplista — Não estava com o Izana ?

— Sim, eu estava... — ele mudou drasticamente a sua postura após mencionar o Izana — As coisas perto dele não estão favoráveis. Talvez matar o seu braço direito foi uma péssima ideia...

Vᴏᴄᴇ̂ ᴇ́ ᴍᴇᴜ ᴠíᴄɪᴏ - RAN X SANZUOnde histórias criam vida. Descubra agora