Quatro dias depois (2 de outubro de 1995)
Paris parecia pequena quando vista do alto da Torre Eiffel. As luzes atingiam cada ponto da cidade, trazendo o tão famoso charme da cidade luminosa à tona. Louis observava o movimento das pessoas de maneira relaxada. A noite estava fresca, o céu estrelado e a lua cheia. Louis adorava passar noites assim olhando para o céu. E ali, naquele lugar, ele se sentia mais perto de tocar as estrelas.
Era uma das raríssimas noites em que não se tinha tanto movimento como o costume, então não havia tanto barulho que pudesse atrapalhar o momento de paz que Louis tanto desfrutava.
Isso, é claro, quando pessoas não esbarravam nele quando estava apoiado ao guarda corpo e quase lhe causavam infarto.
— Me desculpe — uma voz feminina murmurou com nervosismo.
Louis franziu a testa e olhou para a garota. Baixa e franzina, usava uma saia vermelha longa e um suéter de crochê na cor creme. Carregava uma bolsa marrom atravessada em seu ombro e uma porção de livros nos braços. Ele se perguntava como alguém daquele tamanho se dispunha a carregar tantas coisas. A garota endireitou os livros em um dos braços e passou uma mecha de cabelos castanho-escuros para longe dos olhos.
— Você está bem? Eu te machuquei? — ela perguntava com preocupação nos olhos esverdeados e só então Louis percebeu que não havia dito nada.
— Sim, não se preocupe. Foi só um susto — Louis disse sem perceber que estava sorrindo.
A garota soprou e assoviou em alívio.
— Me desculpa, eu sou um pouquinho estabanada. Aliás, — disse ao estender a mão — sou Eleanor.
Ele involuntariamente apertou a mão dela.
— Louis.
— Bem, Louis, — ela sorriu ao dizer o nome dele, fazendo parecer mais bonito do que deveria ser — eu tenho que ir. Foi um prazer te conhecer, mesmo quase te derrubando e feito um estrago.
Louis deu uma risada anasalada para a euforia da garota.
— É daqui? — ela perguntou.
Quando Eleanor soltou sua mão, ele decidiu responder.
— Não, só vim visitar algumas pessoas.
— Se estiver pela cidade, pode ser que eu te veja de novo. Não parece, mas eu ando pela cidade toda e conheço uns lugares legais — Eleanor desviou os olhos ao falar, andando para trás.
Ele apenas encarou a garota. Ela o estava convidando para sair?
— Quem sabe — Louis agitou os ombros.
Eleanor deu um sorriso e balançou os ombros, se virando para ir embora. Uma fita vermelha que estava presa em seus cabelos se soltou com o vento sem que Eleonor percebesse e Louis foi rápido ao pegá-la antes que voasse para longe. Ele fez menção de chamá-la, mas já estava fora do seu alcance.
— É, talvez eu fique um pouco mais. — Ele remexeu a fita entre os dedos.
Um esbarrão forte quase o fez cair no chão. Louis olhou para quem tinha esbarrado nele e viu um homem o encarando com parte do rosto coberto pela gola do casaco. A mão de Louis foi para dentro do casaco ao ver os olhos daquele homem brilharem em vermelho antes de se virar e sair rapidamente dali.
Louis olhou uma última vez para o céu estrelado e endireitou sua postura. Era hora de caçar.
E chegamos ao fim dessa estória!
O que achou? Conta aí, vai, fiquei curiosa.
Não esquece a estrelinha que é importante pra saber se gostou do conto, hein!
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O Demônio de Veneza - Contos Arcanos I
FantasíaApós um chamado inesperado, Louis se vê de volta no lugar que menos desejava estar depois de anos e com uma missão indesejada em mãos: encontrar um grupo de caçadores que desapareceu em Sant'Erasmo, Veneza. Agora, junto de seus dois parceiros de caç...