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Pete mal havia dormido com todos os problemas martelando em sua cabeça, mas o despertador não parecia se importar com isso quando começou a tocar incessantemente

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Pete mal havia dormido com todos os problemas martelando em sua cabeça, mas o despertador não parecia se importar com isso quando começou a tocar incessantemente.

Era o dia do casamento e isso só ajudava na vontade de continuar na cama. Porém, tinha um horário marcado com sua mãe no salão de beleza, e o fato de seu irmão ter contratado profissionais para atendê-lo em casa o dava um incentivo para levantar.

Não se preocupou muito com a aparência já que cuidariam disso no lugar que iriam, mas mesmo se não fossem, essa era a última de suas preocupações. Só queria acabar logo com aquilo.

Já estava sentado na cadeira confortável ao lado de sua mãe e algumas senhoras. Tinha uma touca em seus cabelos para a hidratação e olhava para o grande espelho em sua frente, vendo as marcas da noite mal dormida em seu rosto.

Desde que havia saído de casa, trocara poucas palavras com sua mãe. Beatriz fazia o possível para o dar espaço, mas não deixava de demonstrar sua preocupação enquanto o observava.

- Eu tô bem.

- Não acredito em você. - Disse seriamente, só agora o vendo olhar em seus olhos.

- Eu tô bem, eu juro. Nada que um Bourbon e uma navalha não resolvam.- Lhe jogou um sorrisinho forçado, mas realmente estava tentando manter seu ar brincalhão. Sua mãe sorriu fraco, não deixando de observá-lo. - Tudo bem. Hoje é o dia do Pietro, certo? - Disse debochado, pegando uma revista e finalizando o assunto.

Era 14h00 e todos estavam as pressas para chegar na hora. Tudo bem, o terno de Pietro o permitia se atrasar um pouco, mas também não era pra exagerar.

Na casa estavam as madrinhas e padrinhos, Beatriz e sua irma, e as crianças arrumadinhas com as roupas da entrega das alianças juntamente com as cestinhas de petálas de rosas.

O carro já os esperava na entrada da casa, então Pietro saía apressado com a ajuda de sua mãe para não tropeçar no vestido. Gabi e Pete tentavam parar as crianças que insistiam em brincar de pega-pega, lutando para não entrar no carro. Pete não podia julgá-los.

Finalmente conseguiram entregar as crianças para seus pais, enquanto Beatriz arrumava o terno de Pietro que já estava sentado no carro conversível cinza.

- Entra no carro, querido! - Bea pediu, incentivando com os braços o de olhos azuis e mantendo a voz doce. - E vê se anima, lindinho!

Pete, sem mais escolhas, sentou no carro ao lado de sua mãe e irmão.

- Olha o passarinho! - O fotógrafo disse com a câmera em mãos, sendo impedido por Beatriz

- Não, não! - Fitou Pete que sequer olhava para a câmera. Sendo obrigado pela mãe colocou um sorriso nos lábios.

- Atenção! - O fotógrafo disse, dando vários cliques.
- Bem melhor. - Sorriu saindo da frente do carro que agora acelerava em direção à igreja.

Os sinos da igreja de São Pedro já tocavam em comemoração a data. Quando Pete chegou, a primeira coisa que fez foi arrumar um lugar em que pudesse ficar sozinho. Sentou numa escada na parte de trás da igreja, brincando com o ramalhete de flores que tinha nas mãos.

- Oi.

Levantou a cabeça e viu seu pai agachado para ficar do seu tamanho, como fazia quando era criança.
Sorriu para ele, o vendo sentar ao seu lado.

- Eu estava te procurando.

Pete não conseguia fingir na frente de seu pai, ele o conhecia melhor do que ninguém. Mas, mesmo assim, continuou sorrindo fraco para ele, tentando disfarçar o que sentia.

- E então, por quê deixou ele? - foi direto. Pete não conseguia manter seus olhos nos dele por muito tempo, negando com a cabeça e sorrindo nervoso.

- É complicado, pai.

- Ah, tudo bem. Acho que não teria dado certo, não é?  - Disse  mantendo os olhos incisivos em seu filho, que não respondeu. - Eu me lembro de ter lido um artigo fascinante na revista do New York Times, que dizia que "Toda pessoa tem exatamente o amor que deseja."

Pete encarou seu pai, surpreso.

- E sabe, eu concordo com ele, mas eu não acredito que é isso que você quer, Pete. Desde que você era pequeno, você sempre se preocupou com a opinião dos outros. Agora diz, o que você acha? Ele é o cara pra você?

Pete engoliu em seco, as palavras de seu pai lhe atingindo em um choque de realidade. Assentiu positivamente.

- Vai atrás dele! - Mateu exclamou antes de receber um beijo na bochecha de agradecimento, vendo seu filho levantar e correr sem olhar para trás.

Pete torcia mentalmente para que Vegas ainda não tivesse ido embora. David tinha feito questão de o dizer mais cedo que Vegas havia passado a noite no chalé e havia um vôo marcado.

Precisava de uma forma de chegar rápido até lá, então um táxi estava fora de cogitação. Viu o carro com a plaquinha de recém casados estacionado na frente da igreja, dando um sorrisinho travesso.

Bom, Pietro o devia essa.

Por sorte, sabia que a companhia que havia alugado o carro deixara as chaves no porta-luvas.
Entrou no conversível com um pulo, logo dando a partida e acelerando, ouvindo o barulho das latinhas que estavam amarradas na traseira e rezando para que Vegas o esperasse.

Pete rapidamente chegou na casa. Corria pela trilha até o chalé, quase sem fôlego pela velocidade que estava para chegar a tempo.

Abriu a porta com um empurrão, um sorriso já estampado em seu rosto para se declarar ao mais velho.

Mas quando entrou no local, seu sorriso morreu.

Estava vazio.

Vegas já havia ido embora.

Olhou para frente, vendo um envelope com seu nome na mesa. Se aproximou e reconheceu o papel, era o dinheiro que havia pago à Vegas.

Girou o envelope, vendo que ele havia escrito algo atrás: "Está tudo aqui, pode acreditar". Suspirou desacreditado. Era tarde demais.

 Era tarde demais

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The wedding date | Vegaspete Onde histórias criam vida. Descubra agora