[Kiumba é um conceito religioso presente na Umbanda, que basicamente significa espírito sem luz. Espíritos que por algum razão não encontraram seu caminho e mantêm-se presos à terra como espíritos obsessores devido atrasos em sua evolução]
Na salinha dedicada ao Bill, Ford se encontrava rezando com um terço, mas, ao invés de uma cruz, havia uma pequena pirâmide amarela de um olho só, esse olho estava fechado.
Ford tinha o costume de fazer isso, mesmo após o estranhagedon, isso era um hábito que o homem odiaria largar, até porque, não importava tudo o que tinha acontecido, ele ainda era muito grato ao Bill por ajudá-lo a dar o máximo de si.
Toda a dor, todas as cicatrizes, toda a culpa desaparecia enquanto Ford rezava para Bill, ajoelhado em um pano vermelho de veludo, parecia que tudo fazia sentido ali.
Enquanto mantinha seus olhos fechados e sua respiração concentrada, ele sente algo segurar suas duas mãos e quando finalmente abre seus olhos, ele encontra Bill, em uma de suas milhares de formas humanóides, o encarando, olhando-o com um sorriso sínico.
Seus cabelos amarelos que cobrem parcialmente o olho direito dele. Bill está vestindo um manto escuro com uma gola alta e um emblema na garganta em forma de triângulo.
Ford o encara com horror, ele estava morto, certo? Mas algo nele preferiu acreditar que aquilo era só uma ilusão da cabeça dele, mesmo assim, ele permanecia confuso.— Billy?.. Eu pensei que você estava.. Morto.. — Ford fala, sua voz era baixa e hesitante.
O demônio na sua frente segura mais forte suas mãos que permaneciam juntas segurando o terço, seu sorriso se torna maior.
— A devoção fica muito bem em você, Sixer — ele segura o rosto de Ford — você está adorável assim, sabia?
Ford não respondeu, apenas fechou seus olhos, aproveitando o momento enquanto ainda pensava que tudo aquilo não passava de um fruto de sua cansada e infeliz mente.
— Olhe para mim, querido.
— Você.. — Ford olha para ele — você é real?..
— Ah? — Bill ri e solta Ford — claro que sou, por que eu não seria?
— Porque você deveria estar morto..
Bill olha para ele e depois gira em torno de seu próprio eixo.
— Você realmente acha que eu morreria de uma maneira tão patética? Se esqueceu que eu sou um "babaca desagradável?" — Ford o olha confuso — foi o que você disse para aqueles humanos tolos, querido, achou que eu não saberia?
— Eu não.. não quis dizer isso.. — a voz de Ford era hesitante e arrastada.
— Oh, não fuja agora — Bill gargalha — eu entendo sua raiva, eu quebrei seu frágil coração humano, não é?
Um silêncio ensurdecedor tomou conta do local por longos segundos. Stanford engole em seco e fala:
— Bom.. Você acertou onde mais doía em mim.. Mas não faz mal! Eu me arrependo de tudo que eu fiz.. Por favor, não me deixe.. — a voz do cientista era chorosa.
— Você sente muito, é? — Bill se senta em uma cadeira que ali tinha — você gosta tanto de mim assim Fordsy? Isso é tão doce, você é tão adorável, o humano mais doce que eu já conheci.
— Eu.. — Ford ajeita seus óculos, mas não se levanta — eu fico lisonjeado.
— Claro que fica — Bill o olhava de cima a baixo — vai ficar aí, querido?
Ford o olhou por mais alguns segundos até finalmente levantar e caminhar até Bill, seus olhos estavam presos aos olhos brilhantes do demônio, aquilo era algo tão errado, tão bom.. Ele estava realmente apaixonado.
— Fordsy, querido, você sabe o quanto eu senti sua falta? Não teve um dia no qual eu não pensei em você — o demônio amarelo coloca uma de suas mãos no rosto do cientista — você é uma obra prima feita pelos deuses.
Stanford não respondeu, apenas abraçou a criatura sentada na sua frente, a saudade era tanta que chegava a ser estranho.
— Oh! Sixer — o demônio pareceu surpreso, mas logo envolveu o corpo do homem em um abraço — você é surpreendente.
Eles ficaram ali por um longo tempo, sem um barulho ser feito ou ouvido, apenas a respiração de Ford calma e serena.
Isso durou por algumas horas, horas que poderiam facilmente ser igualadas com o paraíso para Ford, mas tudo rapidamente acabou quando ele ouviu a porta do elevador abrir e rapidamente olhou seu sobrinho neto parado, olhando para eles.
— Que porra é essa?! — Dipper grita, surpreso.
Antes que Stanford pudesse realmente raciocinar algo, ele percebe que Dipper não estava sozinho, mas Mabel estava junto com ele.
Bill, olhando tudo isso, dá um pequeno beijo na testa do cientista e então desaparece do local, deixando Ford sozinho ali.
— Tivô Ford! O que foi aquilo?! Era o Bill?! Ele não estava morto?! Por que você estava no colo dele?! — Mabel fazia perguntas, estava desesperada.
— Eu.. Crianças, saiam daqui..
— Mas tivô Ford! — Dipper é interrompido.
— Agora! — o homem diz e logo em seguida os dois saem do lugar, deixando-o sozinho.
Ford se ajoelhou novamente onde estava, mas dessa vez o demônio não apareceu, aquilo machucou ele.
— Ah.. Que azar o meu.. Me apaixonei por um demônio, um kiumba.. Por favor, volte para mim, eu estarei aguardando seu retorno — os olhos de Ford estavam fechados, era uma reza para seu único deus — eu farei tudo o que você mandar, se for preciso, eu vou perdoar todas as coisas ruins que você dizer.. Mesmo que você traia meu corpo e alma todas as vezes..
Ford suspirou, sentiu a presença de alguém na salinha, mas não abriu os olhos, apenas continuou a rezar em voz alta.
— Eu sou apenas um humano frágil, mas eu ainda estou apaixonado por você.. Nunca na minha vida eu me imaginei amando alguém tão puramente quanto eu amo você.. — lágrimas escorrem dos olhos do cientista — eu ficaria tão gesto se você perdoasse todos os meus pecados, você me ensinou que o amor é uma arma poderosa.. Não é?.. Com ele você pode criar uma vida ou acabar com ela..
Bill ri, ele estava atrás de Ford, o demônio se aproximou do ouvido do homem.
— Não pare, quero ouvi-lo mais — a voz do demônio era pura arrogância.
— Eu.. É um sentimento confuso, o que tanto me atrai em você, caos.. Sou seu rei, escravo ou devoto, eu apenas quero ser seu.. — o homem parou de falar, engolindo em seco suas próprias palavras — não me arrependo do que fiz, mas, se você disser que eu tenho que me arrepender, eu estarei arrependido..
Bill se afastou um pouco, andando até parar na frente de Ford que mantinha seus olhos fechados.
— Eu te amo tanto.. Por favor, não me afaste de você.. Você é minha virtude, meu deus e o demônio que sou fielmente apegado.. Eu não posso viver sem você..
Bill ri e pega Ford pelas mãos, o erguendo, abraçando o homem em seguida.
— A devoção fica muito bem em você, querido.. — foi a única coisa que o demônio disse.
(...)
Eu to meio o Ford ultimamente, me apaixonei por um traidor, affs
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I need a human's touch~ BillFord
Фанфик★ A realidade por trás do relacionamento tóxico e dependente que ambos tiveram ★ Serão mini contos por enquanto!