Gabriel:
Bem, meu nome é Gabriel Dmitry Volkov e eu sou russo. Nesse exato momento, acabei de desembarcar do avião no Brasil junto com minha irmã Natalia e meu primo Viktor. Agora, você deve estar se perguntando por que três russos estão vindo para o Brasil?Eu e minha irmã fomos mandados pelo meu pai para o Brasil depois que eu assassinei minha ex-namorada e o cara com quem ela estava me traindo, não era a primeira vez que eu matava alguém por ciumes ou por traição. Meu pai teve que pagar uma grana para o governo para que eu não fosse preso nem nada. Aí você se pergunta: “Mas se você faz parte de uma máfia, isso não é normal?” Bem, na verdade, sim, mas, na hora da raiva, eu deixei várias provas contra mim mesmo. Porém, eu não estou sendo enviado para o Brasil por causa disso, e sim por causa de uma possível invasão de uma máfia rival à minha. Meu pai disse que, se ele morresse, alguém teria que assumir o lugar dele, então, preocupado conosco, nos enviou para o Brasil. Era para minha mãe ter vindo, mas ela se recusou a deixar meu pai sozinho.
Agora, estamos só eu, minha irmã e meu primo. Estamos caminhando para o portão de desembarque e logo avisto minha tia Maria acenando para nós. Eu e Natalia caminhamos até ela em silêncio.
Natália: — Tia Maria! Que saudade! — fala, abraçando-a enquanto sorria.
Tia: — Nat, como você está linda! A última vez que te vi, você era uma criança! Como você cresceu! — fala sorrindo e abraçando-a.
Gabriel: — Oi, tia, como vai? — falo, abraçando-a.
Tia:-como vc está grande meu deus! Vc se tornou um lindo homem. Com vc está? eu estou bem graças a deus.-
Meu primo olhava para nós sem entender nada, ele não falava nem entendia português. Já eu e minha irmã éramos fluentes.
Tia: — Oi, como é seu nome? — fala sorrindo, estendendo a mão para Viktor, que logo a aperta, sorrindo de volta, mas com um sorriso confuso.
Natália: — Tia, ele não entende português.
Gabriel: — Виктор, она передает тебе привет, это моя тетя Мария. (Viktor, ela está te cumprimentando, esta é minha tia Maria.) — falo em russo para ele entender.
Viktor: — Ой! Извини, передай ей привет и спроси, как она. (Oh! Desculpe, cumprimente-a por mim e pergunte como ela está.) — ele disse sorrindo.
Gabriel: — Ele está dando oi e perguntou como a senhora está. — falo, traduzindo o que ele disse para minha tia, que olhava sem entender o que ele falava.
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Depois de alguns minutos de conversa, seguimos para o carro da minha tia, que nos levaria para a casa dela na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Viktor parecia desconfortável, mas eu e Natalia já sabíamos para onde estávamos indo, pois meu pai havia nos avisado.
Na entrada da Rocinha, homens armados com tatuagens e cordões de ouro guardavam a passagem. Eles acenaram para minha tia, indicando que ela era conhecida na comunidade. Para muitos, a visão daqueles homens seria assustadora, mas para nós não era nada incomum. Estávamos acostumados a lidar com armas e pessoas perigosas, afinal, éramos da máfia. O que realmente nos causava estranheza era a diferença entre o estilo de vida daqui e o que tínhamos na Rússia, onde vivíamos em mansões, rodeados de luxo e riqueza.
Tia Maria: — Espero que vocês não se importem com o lugar. Sei que não é o que estão acostumados, mas aqui é seguro. — Ela olhava para nós pelo retrovisor, tentando esconder o nervosismo.
Gabriel: — Está tudo bem, tia. Nosso pai nos explicou.
Viktor continuava em silêncio, observando a cidade passar pela janela com atenção. Ele, como nós, estava habituado à presença de armas, mas o contraste entre a mansão luxuosa onde morávamos e as construções humildes da Rocinha era claro. Isso o fazia olhar para tudo ao redor com uma mistura de curiosidade e desconforto.
Quando chegamos, as ruas estreitas e os becos cheios de gente nos cercaram.
Viktor: — Это... это место, где мы будем жить? (É... é aqui que vamos morar?) — perguntou, olhando ao redor com cautela.
Gabriel: — Да, но не волнуйся, это временно. (Sim, mas não se preocupe, é temporário.)
Entramos na casa da tia Maria. Era pequena e modesta, mas aconchegante. Havia três quartos, o que nos deu um pouco de privacidade. Tia Maria nos mostrou os cômodos com orgulho, tentando nos fazer sentir em casa.
Tia Maria: — Bom, espero que fiquem confortáveis. Sei que não é como a Rússia, mas prometo que farei de tudo para vocês se sentirem em casa.
Nesse momento, nossa prima Alice, de 23 anos, apareceu na sala.
Alice: — Oi, pessoal! Bem-vindos! — disse ela com um sorriso caloroso, enquanto nos cumprimentava.
Natália: — Alice! Que saudade! — exclamou Natalia, correndo para abraçar a prima.
Alice: — Nat! Não acredito que você está aqui! Eu senti tanto a sua falta! — Alice abraçou Natalia forte, e as duas riram juntas.
Natália: — Eu também! Tanta coisa aconteceu! Precisamos colocar o papo em dia.
Alice: — Com certeza! A gente pode conversar a noite toda hoje!
Enquanto elas se abraçavam e conversavam, Viktor permaneceu observador. Tentou puxar conversa com Alice, mas ela não entendia o que ele dizia.
Viktor: — Привет, как дела? Рад познакомиться. (Oi, como vai? Prazer em conhecê-la.) — ele disse, olhando diretamente para ela com um sorriso amigável.
Alice olhou para ele, confusa, não entendendo nada.
Gabriel: — Alice, ele está te cumprimentando. Não se preocupe, vou traduzir para você.
Alice: — Ah, obrigada, Gabriel. — Ela sorriu, um pouco tímida.
O desconforto inicial entre Viktor e Alice começou a se desfazer, mas ainda era claro que o choque cultural estava presente. Para nós, que estávamos acostumados a viver em mansões com todo o luxo que o dinheiro podia comprar, morar em um lugar como a Rocinha seria uma adaptação. Ainda assim, a presença calorosa da nossa tia e prima fazia tudo parecer mais suportável.
Tia Maria: — Vocês devem estar exaustos depois da viagem. Por que não tomam um banho e descansam um pouco? — sugeriu, olhando para nós com um sorriso maternal.
Gabriel: — Acho uma boa ideia. — Concordei, sentindo o cansaço pesar depois do voo longo.
Tia Maria: — Gabriel e Viktor podem ficar no quarto dos fundos. Natalia, você vai dividir o quarto com a Alice, como nos velhos tempos. Lembram como vocês eram inseparáveis?
Natália: — Claro que sim, tia! — disse Natalia, sorrindo para Alice. — Vai ser como antigamente.
Alice: — Sim! Vem, Nat, vou te mostrar onde estão as coisas.
Enquanto as duas iam para o quarto, Viktor e eu seguimos para o nosso. Era simples, mas tinha o suficiente. Eu olhei para Viktor, que observava tudo com cuidado, absorvendo cada detalhe. Era claro que a diferença entre a vida que levávamos na Rússia e nossa nova realidade estava pesando, mas nada com o que não pudéssemos lidar.
Gabriel (pensando):
"A Rocinha seria nossa casa temporária, mas por quanto tempo? Meu pai nos mandou para cá para nos proteger, mas eu sabia que esse lugar, por mais distante que fosse da máfia russa, tinha seus próprios perigos. E agora, cabia a mim cuidar da minha irmã e do meu primo."O primeiro dia no Brasil havia começado. E eu tinha a sensação de que muitas coisas ainda estavam pra acontecer.
Gente finalizei o primeiro capitulo por enquanto.
Nao ficou tao bom mas é a primeira história que eu estou escrevendo.
Tchau até a próxima!
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Entre Criminosos
Romance"Após assassinar duas pessoas e deixar evidências de seu crime, um jovem de 22 anos, filho de um poderoso mafioso russo, escapa da justiça quando seu pai suborna o governo e a polícia para proteger seu filho da justiça. Juntamente com sua irmã e seu...