Pov. Jeon Karina
As semanas seguintes ao nosso último momento juntos foram uma verdadeira montanha-russa. Eu sabia que convencer Taehyung a procurar ajuda era só o primeiro passo, mas também sabia que cada vitória, por menor que fosse, era um avanço. O mais importante agora era que ele não estivesse mais lutando sozinho.
Ele tinha começado a frequentar as sessões com o psicólogo, e embora nunca me dissesse muito sobre o que acontecia lá, eu podia ver pequenas mudanças. Nada drástico, mas em certos dias, seu olhar parecia menos perdido. E eu me agarrava a essas mudanças como pequenas fagulhas de esperança, como se cada uma delas iluminasse um pouco mais o caminho à nossa frente.
Hoje, Taehyung estava mais tranquilo. Desde o início da manhã, ele parecia mais presente, mais leve, e até mais comunicativo do que o habitual. Estávamos sentados na varanda de casa, tomando café, algo que se tornara uma espécie de ritual nos últimos dias. Ele olhava o horizonte, como se o céu à nossa frente tivesse respostas que ele ainda não conseguia enxergar.
"Você está bem?" perguntei, me inclinando um pouco na direção dele.
Ele me lançou um olhar rápido, antes de soltar um suspiro longo. "Eu acho que estou, pela primeira vez em muito tempo."
Eu me inclinei mais um pouco, tocando sua mão que estava sobre a mesa. "Isso é bom de ouvir. Eu estou muito orgulhosa de você, Tae. Eu sei que não é fácil passar por tudo isso."
Ele apertou minha mão de volta e me olhou com uma expressão séria, mas também agradecida. "Eu... não teria conseguido sem você, Karina. Sei que ainda tenho um longo caminho pela frente, mas pelo menos agora sinto que posso tentar. Não tenho mais tanto medo."
Essas palavras significaram mais do que ele poderia imaginar. A recuperação era lenta, e ele ainda tinha seus dias difíceis, mas saber que ele já não se sentia tão perdido era um grande avanço.
"Nós estamos juntos nisso, Taehyung. E vamos continuar assim, um dia de cada vez, sem pressa."
Ele assentiu, e por um momento, ficamos em silêncio, apreciando a companhia um do outro. Eu sabia que ele ainda enfrentaria desafios, mas também sabia que estava disposto a lutar. E isso, para mim, já era uma vitória.
"Você sabe," ele disse, quebrando o silêncio, "Eu ainda me pergunto o que fiz para merecer você."
Eu sorri, apertando sua mão. "Você não precisa fazer nada, Tae. Estamos juntos porque escolhemos estar, e é isso que importa."
Ele sorriu de volta, mas desta vez havia algo diferente em seu sorriso. Era um sorriso mais verdadeiro, um sorriso que eu não via há muito tempo. E naquele momento, eu soube que estávamos no caminho certo.
Depois de algum tempo em silêncio, ele se levantou e puxou uma cadeira para se sentar mais perto de mim. Colocou a mão no meu rosto, seus dedos traçando levemente minha pele, como se quisesse me gravar em sua memória.
"Eu quero que você saiba que eu vou continuar tentando. Não só por mim, mas por você também. Porque você merece o melhor de mim, e eu estou começando a acreditar que talvez... eu ainda possa ser isso."
Eu segurei sua mão contra meu rosto e fechei os olhos, aproveitando o toque. "Você já é o melhor para mim, Taehyung. Mesmo nos seus piores dias, você sempre será o que eu escolhi."
Ele sorriu novamente, dessa vez com um brilho diferente nos olhos. Havia esperança ali. E naquele instante, soube que, apesar de tudo, estávamos caminhando na direção certa.
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O
s dias ensolarados chegaram de forma inesperada, assim como as mudanças que começaram a se fazer presentes entre mim e Taehyung. Não era como se tudo estivesse magicamente resolvido, mas os pequenos progressos, os momentos de paz, começaram a se multiplicar. Era como se, finalmente, a escuridão estivesse sendo substituída por luz.
Hoje, estávamos deitados na cama, o som suave de uma música tocando ao fundo enquanto nos aninhávamos sob as cobertas. O inverno começava a dar sinais de chegada, e o vento frio lá fora fazia o calor dos nossos corpos parecer ainda mais reconfortante. Taehyung estava deitado de lado, observando-me com aqueles olhos intensos, mas desta vez, eles estavam mais serenos, menos tempestuosos.
"O que foi?" perguntei, sentindo o rubor subir pelo meu rosto ao notar que ele me encarava há algum tempo.
Ele sorriu de leve e puxou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. "Eu só estava pensando em como você trouxe cor de volta para a minha vida."
Essas palavras tocaram meu coração de um jeito que quase me fizeram chorar. Saber que ele estava encontrando um caminho de volta à felicidade, mesmo que aos poucos, era tudo que eu queria.
"Eu só ajudei você a ver o que já estava aqui, Tae. As cores sempre estiveram em você, só estavam escondidas atrás de toda a dor."
Ele fechou os olhos por um momento, como se absorvesse minhas palavras. Eu sabia que o processo de cura era longo e contínuo, mas havia uma calmaria agora, algo que antes não existia. O vazio que ele carregava parecia menor, menos sufocante.
"Você acha que vou conseguir?" ele perguntou de repente, os olhos ainda fechados, mas sua mão encontrando a minha por debaixo das cobertas.
"Eu sei que você vai," respondi sem hesitar. "Porque você já está conseguindo. Cada dia que você escolhe continuar, cada momento em que você luta contra seus demônios, você está conseguindo, Tae."
Ele abriu os olhos novamente, um sorriso pequeno e vulnerável nos lábios. E, por um instante, percebi que esse era o Taehyung que eu amava — não o homem cheio de escuridão e sofrimento, mas alguém que, apesar de suas cicatrizes, estava disposto a encontrar luz de novo.
"Eu quero tentar ser feliz, Karina. Quero viver sem carregar todo esse peso. Quero aprender a sorrir de verdade, por mim mesmo, e por nós."
As lágrimas que eu estava segurando escorreram. Não eram lágrimas de tristeza, mas de alívio, de felicidade. Eu o abracei com força, como se quisesse protegê-lo de qualquer coisa que pudesse tentar derrubá-lo de novo.
"E você vai, Taehyung. Vamos ser felizes juntos. Eu acredito em você."
Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas aproveitando a presença um do outro. E, naquele momento, eu soube que havíamos chegado a um novo começo. Talvez a vida ainda nos reservasse desafios, mas o importante era que agora estávamos prontos para enfrentá-los juntos.
Com o tempo, a terapia e o apoio mútuo, Taehyung começou a se reconectar com suas paixões. Ele voltou a pintar, algo que havia abandonado durante seus momentos mais difíceis. As telas que ele produzia agora estavam cheias de cor, em contraste com os tons sombrios que antes dominavam seu trabalho.
A arte se tornou uma maneira de ele expressar tudo o que sentia — a dor, a esperança, o amor. E eu estava lá, ao seu lado, observando sua transformação.
"Você é minha inspiração," ele disse um dia, enquanto finalizava uma nova pintura. "Tudo que faço agora tem um pedaço seu."
Eu sorri, sabendo que o amor que compartilhávamos havia se tornado uma força restauradora para ambos. Ele não estava mais sozinho, e eu também não.
Nossos dias de chamego, conversas profundas e beijos demorados tornaram-se uma nova rotina. Não eram os grandes gestos que marcavam nossa relação, mas os momentos pequenos, os olhares trocados, os sorrisos cúmplices. Era nisso que estava o verdadeiro amor.
E assim, Taehyung e eu continuamos nossa jornada, não mais presos às sombras do passado, mas caminhando juntos para um futuro que, agora, parecia muito mais brilhante.
Fim
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THE SADDEST COLOR | KIM TAEHYUNG
Fanfiction[CONCLUÍDA] "A Cor Mais Triste" Jeon Karina está apaixonada por Kim Taehyung, um homem de sorriso encantador, mas que carrega nas sombras de seus olhos uma tristeza profunda. Preso em um ciclo de dor, mágoas familiares e depressão, Taehyung luta con...