Pov. Kim Taehyung
Eu sempre fui bom em esconder o que sentia. Desde pequeno, aprendi que ser vulnerável era fraqueza, que expor as cicatrizes internas só abria espaço para mais dor. Mas com Karina... com ela, era diferente. Havia algo em seu olhar, em seu toque, que me fazia querer ser verdadeiro. Com ela, eu sentia que poderia ser apenas eu, sem precisar fingir.
O beijo de mais cedo ainda estava em minha mente. Nunca imaginei que algo tão simples pudesse me trazer tanto conforto. Beijá-la foi como encontrar uma ilha no meio de um oceano tempestuoso. Senti como se, por um momento, o caos dentro de mim tivesse silenciado.
Ela dormia em meu peito agora, respirando suavemente, tão pacífica que me perguntava como alguém como eu, tão destruído por dentro, poderia merecer algo tão puro. Eu passei a mão pelos seus cabelos, tentando memorizar cada detalhe, cada sensação.
Enquanto a observava, não pude evitar a onda de pensamentos que me atingiu. Lembrei-me de todas as noites em que fiquei acordado, lutando contra a insônia, com o peito apertado por uma tristeza sem nome. Cada vez que tentei, sem sucesso, sufocar a dor com distrações vazias ou me afogando em sentimentos que eu nem sabia identificar. E agora, ali estava ela, iluminando minha escuridão.
Mas e se eu a afundasse junto comigo?
"Você vai ficar bem, Taehyung," eu me disse em pensamento. Era algo que o psicólogo havia me ensinado: falar comigo mesmo de forma gentil, como faria com um amigo. "Você está melhorando. Um passo de cada vez."
Olhei para o teto, respirando fundo. Eu sabia que as coisas ainda seriam difíceis. A cada dia, uma batalha diferente. Mas agora, com Karina ao meu lado, parecia menos impossível.
De repente, senti-a se mexer. Karina abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes antes de me olhar. Um sorriso preguiçoso se formou em seus lábios, e eu não pude evitar sorrir de volta.
"Você está bem?" ela perguntou com a voz sonolenta, sua mão subindo até o meu rosto, traçando linhas invisíveis na minha pele.
Eu assenti, segurando sua mão. "Estou bem. Só... pensando."
"Em quê?"
"Em nós. Em como tudo está mudando," confessei, sem desviar o olhar. "Em como você tem sido a melhor coisa que aconteceu na minha vida."
Ela me olhou por um momento, seus olhos brilhando com um misto de surpresa e carinho. "Você é a melhor coisa que aconteceu na minha também, Tae."
Essas palavras me atingiram de uma forma que eu não esperava. Como ela podia enxergar algo de bom em mim, quando tudo o que eu via era caos e confusão?
"Eu não sei o que seria de mim sem você," sussurrei, sentindo o nó na garganta apertar. "Às vezes, sinto que sou um peso... que vou te arrastar para baixo."
Ela se sentou um pouco, ficando de frente para mim, e segurou meu rosto com as duas mãos, fazendo-me encará-la diretamente. "Nunca pense assim, Taehyung. Você não é um peso. Você está lidando com coisas que muita gente nem imagina. E está fazendo isso da melhor forma que pode. Estou aqui para te apoiar, não para te salvar. Nós vamos passar por isso juntos."
As palavras dela ecoaram em minha mente, trazendo uma onda de alívio que eu nem sabia que precisava. "Eu... eu só não quero te machucar," eu disse, baixando o olhar, lutando para segurar as lágrimas que insistiam em aparecer.
Ela sorriu gentilmente e, sem dizer nada, se aproximou e me beijou. Um beijo suave, cheio de compreensão e amor. Quando ela se afastou, seus olhos estavam tão cheios de determinação que me senti pequeno diante dela.
"Você não vai," ela disse, sua voz firme. "Nós estamos nisso juntos. Seja o que for que o futuro nos traga, nós vamos enfrentar. E você não está sozinho."
Essas palavras "você não está sozinho" me atingiram de uma forma que eu nunca imaginei. Por tanto tempo, eu vivi como se estivesse à deriva, sem ninguém para realmente me entender. Mas Karina... ela era diferente. Ela via além das máscaras, além da fachada que eu colocava para o mundo. Ela me via.
E pela primeira vez em muito tempo, eu acreditei que tudo ficaria bem.
"Eu te amo," sussurrei, a voz rouca pela emoção que tentava segurar.
Ela sorriu, aquele sorriso que sempre iluminava qualquer escuridão. "Eu também te amo, Taehyung. Mais do que você imagina."
Nos próximos minutos, ficamos ali, trocando pequenos beijos e carícias. Não havia necessidade de palavras; o silêncio era confortável, cheio de uma intimidade que só o tempo e a vulnerabilidade podiam construir. Cada toque, cada olhar, parecia reafirmar o que já sabíamos: que, juntos, éramos mais fortes.
"Você sabe," ela começou, quebrando o silêncio com um tom divertido, "Se você continuar sendo tão fofo assim, vou acabar ficando mal acostumada."
Eu ri, sentindo o peso no meu peito diminuir um pouco mais. "Não se preocupe. Eu vou tentar ser menos fofo de vez em quando, só para manter o equilíbrio."
"Acho bom," ela brincou, me dando um beijo rápido no nariz.
Eu a puxei para mais perto, nossos corpos se moldando perfeitamente um ao outro. O calor do momento, a segurança que eu sentia com ela, era algo que eu não trocaria por nada no mundo. E enquanto o sol finalmente desaparecia no horizonte, banhando a sala em sombras suaves, eu soube que, apesar de tudo, com Karina ao meu lado, eu poderia enfrentar qualquer coisa.
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THE SADDEST COLOR | KIM TAEHYUNG
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] "A Cor Mais Triste" Jeon Karina está apaixonada por Kim Taehyung, um homem de sorriso encantador, mas que carrega nas sombras de seus olhos uma tristeza profunda. Preso em um ciclo de dor, mágoas familiares e depressão, Taehyung luta con...