Capítulo 3

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— Quem mais seria? Ou se esqueceu de mim? — Ele mantinha aquele sorriso que me era tão familiar.

— O que faz aqui? Achei que tinha aberto seu restaurante no interior. — falo, ainda surpresa.

— E quem disse que eu não abri? Sou um homem de negócios. Essa comida que você está quase devorando foi eu que fiz: meu famoso ensopado. — diz, se gabando.

— Como é? Nem está tão bom assim, um ensopado comum. — interrompo, parando de comer, mesmo querendo repetir; era o melhor ensopado que já provei.

— Só porque é você, farei uma cortesia. — Ele se vira para a mini cozinha do food truck e traz outro prato de ensopado. Meus olhos brilham, mas é Ichiro, e eu não queria dar o braço a torcer.

— Prove este! Minha especialidade.

— Estou satisfeita! — aviso, levantando-me da cadeira. Ele sai de dentro, aproxima-se da mesa e, segurando firme meus braços, me coloca sentada novamente. Fiquei sem reação.

— Coma, você precisa se alimentar, Srta. Kobayashi. Seus olhos estão fundos; imagino que, com toda a pressão, não esteja descansando o suficiente. Você precisa estar saudável. A vida após a faculdade pode ser desafiadora. — Ele diz suavemente, mantendo um aperto firme em meus braços.

   Queria ser forte, mas, naquele momento, o que menos fui foi isso. As palavras dele me acolheram de uma forma que deixei minha criança frágil escapar e chorei até soluçar.

— Está tudo bem... está tudo bem! Comigo você sempre poderá chorar, então chore o quanto quiser. Estou aqui. — Ele me abraça forte por trás.

Minha história com o Sr. Sato começou na infância; estudamos juntos até o último ano do ensino médio, quando escolhas diferentes nos separaram. Vivíamos como cão e gato, e, olhando agora, percebo que isso nunca mudou. O tempo e as pessoas não conseguiram apagar isso. O que mais adorava em nossa amizade era como ele tornava meus problemas insignificantes. Em sua companhia, achava que poderia enfrentar qualquer desafio.

— Você está tremendo... Só te soltarei quando achar que é necessário. Não sei o que está acontecendo, e não precisa compartilhar se não quiser, mas me prometa uma coisa: não se deixe abater. Pode parecer muito, mas prometa que, mesmo que o mundo ameace desabar sobre você, continuará vivendo. Não se preocupe; posso demorar, mas vou te encontrar. Vou salvar você. Só não desista. — Ele me abraça ainda mais apertado, sussurrando em meu ouvido. 
       
   Apenas consegui chorar, mas meu coração estava aberto às suas palavras.

3 Meses Para Me Amar Onde histórias criam vida. Descubra agora