Capítulo 1

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Henrique Pov's

Corta! - Ouço Ortiz gritando.

Meu Deus...acabou. Esta foi a última cena... A nostalgia de terminar um projeto tão intenso é sempre elevada, mas tudo ganha outra proporção quando existem sentimentos que ultrapassaram a ficção. Torna-se mais angustiante porque surgem mil questões...

A mais assombrosa na minha cabeça é o sentimento que acabou nascendo pela Ju, dentro de mim, ao longo dos meses. A Electra do meu Murilinho. 

Mas...agora não existe mais Murilo e Electra. Nossas vidas irão continuar, como Henrique e Juliana, por caminhos diferentes porque infelizmente ela não é a "minha Ju", mas sim do Danilo. Homem sortudo da porra...

É até irónico como a realidade imitou a ficção. Me apaixonei, mas está outro no lugar em que eu queria estar. E eu Henrique, irei ficar no meu canto, tal como Murilo.

-Henrique! - Escuto Juliana me chamando.

- Hey Juu! - Gritei animado, sem nem dar conta. Acho que já era inevitável. Meus olhos brilhavam e meu sorriso abria assim que  a sentia por perto.  Me arrepiava inteiro, às vezes só ao ouvir a sua voz. 

- Só vim agradecer nossa parceria! Cê foi foda demais e nosso Manrilo não teria tido o sucesso que teve se não fosse pela sua entrega! - Diz, me abraçando com força.

E eu claro, como era comum, só a consegui abraçar com todo o amor que tinha no meu corpo. A vontade de a ter para mim era tanta que não cabia no meu ser. A dura realidade é que não queria que aquele abraço terminasse, pois não sabia quando ou se se voltaria a repetir.

Eu queria ser seu e sentir o seu coração contra o meu peito e os seus lábios pressionados no meu pescoço, fez com que os segredos que tenho mantido em mim se exteriorizassem em lágrimas.

- Está chorando Henri? - Pergunta preocupada depois de sentir a alça do seu vestido molhada. 

- Desculpa Ju! É impossível para mim não sentir uma certa nostalgia... Ter você como parceira foi uma benção de Deus! Cê foi minha metade do princípio ao fim e sem você nada disto teria sido possível! Sou muito grato a você mesmo! - Digo, dando-lhe um beijo na face.

Mal ela sabia que isto não era um terço do que lhe queria dizer, e que as lágrimas são apenas de um homem apaixonado que vai ver o seu amor ir embora com outro e que se sente completamente perdido pois não vai saber o que fazer sem ela no seu dia à dia. Como é que é suposto viver sem a nossa outra metade? É como se a única coisa que me mantivesse vivo fosse o bater do meu coração, que embora estivesse dentro de mim, não me pertencia.

-Você é maravilhoso! É isso que cê é! Você foi minha fortaleza durante todo este projeto, viu? Sou muito grata pela sua vida e por ter cruzado o meu caminho!- Diz, voltando a me abraçar!  Desta vez de forma mais rápida pois Danilo já esperava por ela. - Até mais! Diz , me  retribuindo o beijo na face e desaparecendo do meu campo de visão.

Ali eu soube que era real. Ela foi embora e eu não sabia quando a voltaria a ver. Não temos projetos em comum, não temos nada marcado com a equipa...e eu vou ter que me contentar em vê-la pelas redes sociais, ou com umas breves trocas de mensagens...Se ela soubesse o quanto é desolador ver seus momentos com Danilo...mas é o seu amor e eu só tenho que aceitar. Sei que a inveja tem um quê de pecado, mas Deus me perdoe. Como não sentir, se ele está com a mulher pela qual me apaixonei da forma mais intensa e inexplicável possíveis?  Acho que estou jurado para morrer de amor.

Pouco tempo depois, me despedi de todos, entrei no carro e assim que liguei o rádio, ri da minha própria desgraça assim que comecei a ouvir o trecho da música "Felicidade Dela", de Hugo e Guilherme..."às vezes ganhar é aceitar que perdeu, eu dei meu amor, mas ela te escolheu..." e nisso me embolei em lágrimas e num choro tão profundo que quem me visse, acharia que alguém tinha morrido...E no fundo, tinha. Não uma pessoa, mas a esperança que de alguma forma ela pudesse retribuir meus sentimentos. Mas, eu estava ali, sozinho, conduzindo até casa e ela estava com ele. Com o amor da vida dela, como me disse tantas vezes, e cada uma me doía mais e mais, era como se meu coração levasse uma facada atrás da outra.

Passado uns 10 minutos, chego em casa e vou até à cozinha.

Dou por mim, abrindo o vinho que comprei pensando que algum dia o tomaria com ela. Eu sei, ingénuo...mas o que posso eu fazer?

Me sento no sofá com a taça e assim que dou o primeiro gole, ouço a campainha tocando. Olho para as horas. 20h45. Quem seria?

Abro a porta e estremeço.

-Olá! - Diz frio.


Hey gente! Estou reescrevendo os capítulos e a colocá-los da forma exata como quero que a história se desenrole, daí a demora na postagem dos mesmos.

Até ao próximo!

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