Ao deixarem a cabana do sábio, Lara e Viktor sentiram o peso das revelações pairando sobre eles. O céu começava a escurecer, tingido de tons avermelhados que anunciavam a chegada da noite. O caminho de volta à vila parecia mais longo, cada passo ecoando as advertências do sábio em suas mentes.

— O que você está pensando? — Viktor perguntou, quebrando o silêncio tenso entre eles.

— Sobre o que ele disse... O amor pode ser uma maldição. E nós... — Lara hesitou, a preocupação se infiltrando em seus pensamentos. — O que se passará conosco se continuarmos?

Viktor parou, segurando a mão dela. — Nós já enfrentamos tanto juntos. Não podemos recuar agora. Se o que descobrirmos pode nos ajudar a entender o que aconteceu com aquele casal, precisamos seguir em frente.

O coração de Lara pulsava rapidamente. A determinação de Viktor a inspirava, mas a dúvida ainda a atormentava. — E se acabarmos como eles? O que aconteceu com ela pode se repetir.

Viktor sorriu, embora seus olhos refletissem uma sombra de preocupação. — Não vamos deixar que isso aconteça. Podemos mudar nosso destino.

À medida que se aproximavam da vila, a atmosfera parecia mais pesada, como se as sombras se estivessem aproximando. Decidiram voltar à taverna, onde poderiam ouvir mais histórias e talvez encontrar pistas adicionais sobre o casal.

A taverna estava animada, repleta de risos e conversas. Mas ao entrar, notaram que a mulher que os atendeu antes agora estava com um olhar preocupado.

— O que vocês descobriram? — ela perguntou, seus olhos piscando de curiosidade.

— Fomos até o sábio da colina — respondeu Lara. — Ele nos falou sobre o casal que procuramos. A mulher... ela fez um pacto e acabou se perdendo. Precisamos entender mais sobre isso.

A mulher se aproximou, seu tom se tornando mais sério. — O pacto que você menciona... é algo que poucos se atrevem a fazer. As consequências são sempre imensas. Não é só um conto de fadas.

— O que você quer dizer? — Viktor perguntou, a preocupação crescendo.

— Os pactos envolvem forças antigas e poderosas. Às vezes, o amor não é suficiente para lidar com o que vem depois. A mulher pode ter perdido a própria essência.

Lara trocou um olhar com Viktor, sentindo a urgência da situação. — Precisamos saber se existe alguma forma de quebrar esse tipo de pacto.

A mulher hesitou, como se pesasse suas palavras. — Existem formas, mas elas exigem coragem e sacrifício. O caminho não é simples, e o que se pode perder no processo pode ser muito mais valioso.

— Estamos dispostos a enfrentar isso — afirmou Viktor, a voz firme. — O que precisamos fazer?

— Primeiramente, vocês devem procurar o artefato que a mulher usou. Um amuleto que ela tinha, que a conectava ao poder que invocou. Dizem que ele está escondido na floresta ao norte da vila, perto de um lago.

Lara sentiu uma onda de esperança. — O que fazemos quando encontrarmos o amuleto?

— Vocês precisarão realizar um ritual — disse a mulher, com uma expressão grave. — Para libertá-la das correntes que a prendem. Mas estejam preparados: o caminho é perigoso e as sombras não vão deixá-los ir facilmente.

— Não temos escolha — disse Lara, a determinação crescendo dentro dela. — Precisamos ir.

Com um último aceno de cabeça, a mulher lhes deu algumas orientações sobre como chegar ao lago. Ao saírem da taverna, a lua já estava alta no céu, iluminando o caminho à frente. A floresta parecia envolta em mistério, as árvores se erguendo como guardiãs de segredos antigos.

Caminhando pela trilha, Lara e Viktor se perderam em pensamentos. A floresta ao redor era densa e sombria, e os sons da noite pareciam amplificados. A tensão aumentava a cada passo, mas o desejo de descobrir a verdade era mais forte.

Finalmente, chegaram a um pequeno lago cercado por árvores altas. A água refletia a lua como um espelho, criando uma atmosfera mágica. No centro do lago, uma pequena ilha se destacava, e Lara sentiu que o amuleto estava ali, aguardando por eles.

— Como chegamos até lá? — Viktor perguntou, olhando para a água.

Lara observou o lago e, em um impulso, disse: — Vamos nadar. Não podemos deixar que o medo nos impeça.

Viktor concordou e, juntos, eles se lançaram na água, a sensação fria revigorando-os. Ao nadarem em direção à ilha, a adrenalina tomava conta, e logo chegaram à margem.

O coração batendo forte, Lara olhou ao redor. No centro da ilha, um brilho dourado emanava de um objeto meio enterrado na terra. Eles se aproximaram, e Lara ajoelhou-se, desenterrando um amuleto em forma de coração, ornamentado com pedras preciosas.

— É isso! — exclamou ela, segurando-o nas mãos. — Agora precisamos realizar o ritual.

Viktor olhou para ela, a seriedade em seu olhar. — O que faremos agora?

Lara respirou fundo, lembrando das palavras da mulher na taverna. — Devemos invocar o espírito da mulher. Acreditamos que seu amor pode libertá-la. Vamos fazer isso juntos.

A noite parecia viva ao redor deles, e, enquanto o lago refletia a lua, Lara e Viktor começaram a entoar as palavras que haviam ouvido do sábio. Com cada sílaba, o ar ao redor começou a vibrar, e uma névoa suave surgiu do lago.

As sombras começaram a dançar, e Lara sentiu uma presença emergindo, uma energia que a envolvia. O amuleto brilhava intensamente, e uma figura etérea começou a se materializar diante deles.

Era a mulher da fotografia, seu olhar cheio de dor e saudade.

— O que vocês desejam? — perguntou a figura, sua voz um sussurro melodioso, mas carregado de tristeza.

Lara e Viktor se entreolharam, o coração acelerado. Era hora de enfrentar o que se escondia nas sombras, e juntos, estavam prontos para lutar pela verdade e pela liberdade.

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⏰ Última atualização: Sep 29 ⏰

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