The Night We Met

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Jerry estava nervoso no seu regresso à ShieldTech, depois de um mês e alguns dias afastado. Ele tinha esperado por essa pausa como quem esperava a primeira brisa num deserto escaldante, mas agora que tinha regressado, o peso de tudo parecia ainda maior. 

"- Nada mudou." - pensou ele ao ver o prédio da empresa de cibersegurança onde trabalhava, com a mesma fachada imponente. Ele suspirou e entrou.

A ShieldTech ocupava três andares inteiros de um dos arranha-céus mais icónicos de Manhattan, situado na movimentada Avenue of the Americas

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A ShieldTech ocupava três andares inteiros de um dos arranha-céus mais icónicos de Manhattan, situado na movimentada Avenue of the Americas. O edifício, com a sua fachada de vidro espelhado, reflectia a grandiosidade da cidade, mas para Jerry, era como uma fortaleza repleta de pressão. A empresa especializava-se em segurança cibernética de alto nível, protegendo dados de clientes que iam desde corporações multinacionais até departamentos governamentais sensíveis, como o Departamento de Defesa. O mundo cibernético era implacável e a ShieldTech era uma das melhores muralhas que mantinha os inimigos à distância.

Quando Jerry atravessou as portas automáticas no piso térreo, o átrio familiar cumprimentou-o com a sua fria elegância. O mármore polido e as esculturas minimalistas, que outrora o impressionaram quando começou a trabalhar ali, agora pareciam opressivos, quase sufocantes. Ao olhar para os elevadores de aço escovado, ele sentiu um arrepio percorrer a sua espinha... não de medo, mas de antecipação do que o aguardava lá em cima. Subir ao 17º andar não era apenas uma rotina diária, era como ascender a uma arena onde batalhas invisíveis aconteciam constantemente. A ShieldTech, com as suas paredes de vidro, exibia uma vista panorâmica espectacular de Manhattan, mas dentro dos seus escritórios, a tensão era sempre palpável. A paisagem serena da cidade em contraste com a atmosfera caótica lá dentro sempre o intrigara. Naquela empresa, o mundo parecia estar sempre a um clique de distância do desastre, e qualquer falha poderia ter consequências catastróficas.

Os andares da empresa eram divididos em diferentes áreas: a equipa de inteligência de ameaças, especialistas em resposta a incidentes e a equipa de Jerry, os arquitectos de segurança, os responsáveis por projectar sistemas que mantinham os hackers à distância. Cada área era um mundo à parte, mas todas interligadas por uma missão: garantir que afectasse os sistemas cibernéticos. As janelas imensas do escritório permitiam a entrada de luz natural, mas era o brilho constante das telas dos computadores que dominava o ambiente. O som das teclas sendo pressionadas incessantemente criava uma sinfonia digital, enquanto gráficos e códigos fluíam pelos monitores de última geração. Aqueles andares altos e frios, com vista para a cidade, eram um reflexo directo da missão da empresa... elevada, distante, mas sempre alerta.

À medida que Jerry se aproximava da sua mesa de trabalho, a atmosfera corporativa de precisão e produtividade parecia mais pesada do que nunca. A empresa, com a sua óptima localização e uma vista deslumbrante sobre Manhattan, exalava sucesso e pressão em igual medida. Estar ali não era para os fracos... o ritmo era implacável, os desafios constantes, e Jerry sentia que o peso do mundo digital repousava sobre os seus ombros todas as vezes que se sentava na sua mesa. A cidade nunca parava, e ele,  assim como a cidade lá fora, também não poderia parar.

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