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Era uma manhã de outono como outra qualquer na escola secundária de Whitley.

Os corredores estavam movimentados, com os estudantes apressados a irem de sala em sala, risos e conversas a ecoar pelas paredes.

O som dos passos apressados misturava-se com o farfalhar das folhas secas que começavam a cair das árvores do pátio.

Noah Wolfgang, um jovem de cabelos escuros e olhos atentos, caminhava em direção à sua sala de aula, a mochila a balançar no ombro.

Ele nunca se preocupava muito com as novas pessoas, mas havia algo diferente naquela manhã. Um pressentimento, uma sensação que não conseguia ignorar.

Ao entrar na sala, reparou numa nova aluna sentada na última cadeira, sozinha. Ela chamava-se Ema Dark, e a sua presença era... estranha, quase inquietante.

A sua aparência não era o que chamava a atenção, mas o comportamento dela.

Os seus cabelos curtos

e escuros estavam cuidadosamente arrumados, o seu uniforme escolar parecia impecável, quase como se tivesse sido desenhado especificamente para ela.

E ainda assim, havia algo fora de lugar. Não era a sua aparência, mas a forma como ela estava ali, como se fosse uma sombra, uma presença que não pertencente ao espaço físico.

Ema olhava para a janela com um foco intenso, como se estivesse em outro mundo, como se o que estava do lado de fora fosse mais real do que a sala onde se encontrava.

Os seus olhos, em particular, tinham uma intensidade incomum, como se carregassem uma dor silenciosa que ninguém mais conseguia perceber. Parecia estar à procura de algo, mas Noah não conseguia entender o quê.

O seu olhar não se movia, não se desviava. Os alunos ao redor pareciam ignorá-la, mas Noah não conseguia desviar os olhos dela, como se um magnetismo invisível o mantivesse ali.

Ele sentou-se na sua cadeira, tentando ignorar o desconforto que sentia.

A sala estava cheia de murmúrios e risadas nervosas, mas tudo parecia distante, como se a sua mente estivesse ocupada demais tentando resolver um mistério que nem ele sabia qual era.

Tentou não prestar atenção à nova aluna, mas a sensação de que algo estava errado não o deixou em paz.

Ema não olhava para ninguém, nem para os outros alunos que passavam por ela, nem para o professor.

Era como se ela fosse invisível, ou talvez como se tivesse surgido do nada, sem qualquer explicação.

A professora entrou na sala com um sorriso forçado, quebrando o silêncio. Parecia aliviada por começar a aula, mas Noah reparou que a sua expressão ficava ligeiramente tensa quando olhava para Ema.

A professora parecia estar tentando esconder algo, como se o comportamento da nova aluna fosse algo que ela já esperasse, algo com o qual já lidara antes, mas que não sabia como explicar.

“Bom dia a todos”, disse a professora, escrevendo algo no quadro.

“Esta é Ema Dark, a nossa nova aluna. Ela chegou recentemente de outro país e, como sabem, entrou no meio do ano letivo.

Espero que a recebam bem.”

Alguns alunos olharam para Ema, mas ninguém se atreveu a dizer uma palavra.

O silêncio pairava, como se todos estivessem à espera para ver o que ela faria em seguida.

Ema, por seu lado, parecia não se importar com os olhares. Continuava ali, imóvel, com os olhos fixos na janela, como se estivesse à espera de algo que só ela entendia.

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