𝕺 𝕭𝖊𝖎𝖏𝖔 𝕴𝖓𝖊𝖘𝖕𝖊𝖗𝖆𝖉𝖔

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O sol da manhã filtrava-se pelos vitrais dos aposentos de Naerys, projetando um mosaico de cores no chão de pedra fria. A tranquilidade, no entanto, foi abruptamente quebrada quando a porta foi aberta com força, e Rhaenyra entrou, seu rosto marcado por uma combinação de fúria e preocupação.

— "O que você estava pensando, Naerys?" Rhaenyra disparou, sua voz ressoando nas paredes. "Você passou a noite na Rua da Seda com Daemon! Isso é inaceitável!"

Naerys, surpreendida pela investida da sobrinha, levantou-se da cama, um misto de confusão e indignação nos olhos. — "Rhaenyra, eu... Não foi o que você está pensando. Eu fui apenas... conversando com Daemon."

— "Conversando?" Rhaenyra quase gritou, seus olhos se estreitando. "Você sabe o que ele representa! Ele não é alguém para ser tratado levianamente, especialmente com todos os rumores que circulam na corte."

Naerys cruzou os braços, mantendo a compostura. — "Eu sou adulta, Rhaenyra. Posso tomar minhas próprias decisões. Daemon e eu sempre tivemos uma conexão, e ele é um aliado valioso."

— "Aliado? Ou um risco? Ele é conhecido por seu comportamento imprudente e por não se preocupar com as consequências. Você não pode ignorar isso!" Rhaenyra retrucou, sua frustração evidente.

A tensão no ar era palpável, e Naerys respirou fundo, tentando manter a calma. — "Eu entendo suas preocupações, mas eu não sou uma criança. Eu enfrentei desafios sozinha enquanto você estava ocupada com a corte. Preciso da liberdade de agir por conta própria."

Rhaenyra hesitou, o olhar dela suavizando por um breve momento. Mas algo invisível e inegável pairava entre elas. Naerys deu um passo à frente, sua respiração entrecortada. Elas trocaram olhares, e o ar pareceu esquentar de repente. Sem dizer uma palavra, Rhaenyra quebrou o espaço que restava entre elas, avançando de forma impulsiva, quase como se estivesse tomada por um desejo que não podia mais reprimir.

Ela puxou Naerys para si e, num instante, seus lábios se encontraram em um beijo profundo, carregado de anos de sentimentos ocultos. Naerys, pega de surpresa, hesitou por um momento, mas logo se entregou àquele gesto inesperado. As emoções contidas por tanto tempo entre as duas explodiram no silêncio do quarto.

Quando se separaram, ofegantes, o quarto estava silencioso, exceto pelo som de suas respirações rápidas. O olhar de Rhaenyra era uma mistura de arrependimento e algo mais profundo.

— "Eu... não devia ter feito isso," Rhaenyra murmurou, baixando o olhar.

Naerys, porém, não parecia abalada. Ela tocou suavemente o rosto da sobrinha, levantando-lhe o queixo. — "Não, Rhaenyra," disse ela, sua voz baixa, mas firme. "Há muito tempo que estamos lutando contra o que sentimos. Talvez seja hora de parar de fingir."

O silêncio se prolongou, mas, dessa vez, não era desconfortável. O que antes parecia ser um confronto havia se transformado em algo mais íntimo e profundo, algo que ambas sabiam que não podiam mais ignorar.

*Notas*

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Dragon dynasty  (Rhaenyra Targaryen)Onde histórias criam vida. Descubra agora