Coloquei uma roupa rápida e prendi o cabelo, indo até o mercado mais próximo. Pelo horário a loja estava mais vazia assim como as ruas, que tinham mais carros do que pessoas. Sentia o suor começar a surgir em minha pele enquanto carregava o pesado botijão nas costas. Eram incontáveis as vezes que vi tudo ficar preto, mas infelizmente não passava nenhuma alma caridosa para ajudar a moça bonita aqui.
— Nossa, você é forte mesmo. — Suou uma voz masculina atrás de mim.
— Tá, obrigada. — Virei para o indivíduo, me deparando com o mesmo menino de ontem a noite. — Ah, é você.
— Pra que essa grosseira toda? Deixa eu te ajudar. — Pediu colocando a mão no botijão, mas eu continuei a andar. Mantendo meu orgulho intacto perante um membro da Toman.
— Eu posso me virar sozinha, obrigada.
— Deixa de ser teimosa, garota. — Disse tirando o botijão de minhas costas com apenas uma mão, fazendo-me arregalar os olhos. — Onde você mora?
— É nessa rua ao lado. — Respondi esticando as costas, sentindo uma dor gigante percorrer o local.
— Sério? Eu moro lá temendo.
— Legal. — Disse indiferente, sorrindo e acenando para uma amiga de minha tia que passou ao nosso lado.
— Por que você é super gentil com as pessoas e não comigo? — Perguntou ele.
— É simples, eu não gosto de pessoas que me seguem e acham que eu não sou capaz de fazer coisas sozinha por ser mulher.
— Ei! Só quis te ajudar, eu não sou nenhum machista. Já vi você lutar com Kiomassa, sei que é forte.
— Eu sei que você sabe.
— Eu sei que você sabe que eu sei. — Disse rapidamente, tentando me embolar.
— Eu sei que você sabe que eu sei que você sabe. — Disse tropeçando nas palavras, fazendo-me soltar uma risada.
— Olha, eu fiz você rir. — Deu uma gargalhada.
— Talvez você não seja tão ruim assim. Como se chama?
— Me chamo Baji Keisuke, capitão da primeira divisão. Não precisa se apresentar, já te conheço, mas não vai se achando não! — Fez bico, me tirando outra gargalhada.
— Fala, Mitsuya. — Baji cumprimentou o garoto de cabelo roxo do outro lado da rua.
— E ai, irmão. Oi, namorada do Baji. — Acenou meio confuso e envergonhado, me fazendo arregalar os olhos.
— Eu não sou a namorada dele. — Me defendi, sentindo as bochechas corarem, assim como as do menino em nossa frente.
— Ah, me desculpa. É que ninguém nunca viu o Baji ajudando alguém de fora da gangue. Qual seu nome? — Perguntou ele, atravessando a rua.
— Mitsury Hanagaki. — Sorrio estendendo a mão.
— Mitsuya Takashi. — Sorri de volta pertando a minha mão.
— Tá Tá, vamos logo. Tchau, Mitsuya. — Baji chamou, impaciente.
— Tchau, Mitsuya!
— Tchauzinho. — Acenou, afastando-se de nós.
— Se você não tivesse me seguido ontem eu não séria tão grossa com você. — Dou de ombros.
Ele ignorou meu comentário, e continuamos nosso caminho. Já estávamos próximos de casa, então me apressei para tirar a chave do bolso.
— Bom, chegamos... Obrigada, Baji. Não teria aguentado esse caminho todo sem você, juro. — Disse tentando tirar o botijão de sua mão.
— Eu levo pra você.
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𝗧𝗵𝗲 𝗱𝗮𝗻𝗴𝗲𝗿𝘀 // 𝑲𝒆𝒊𝒔𝒖𝒌𝒆 𝑩𝒂𝒋𝒊
ActionApós a morte suspeita de seu pai, Mistsury Hanagaki com apenas alguns meses de vida é levada de volta para Tokio, sua cidade natal. Sua mãe havia morrido durante seu parto e seu pai não surportou a dor do luto, então foi contra a própria vida pela p...