𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎. 𝟏

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"Chegamos na estação de Shibuya".

 Foi a primeira coisa que ouvimos assim que chegamos na estação desejada. Me levantei do banco gelado do metrô e caminhei para fora junto de meu grupo de amigos, mas notei que meu irmão, Takemichi, permaneceu parado feito uma estátua enquanto mantinha os olhos perdidos em um ponto fixo qualquer, então o chamei.

— Vamos, Takemichi. — O menino se apressou para deixar o transporte, quase sendo esmagado pela porta.

— Vambora'. Para de enrolar. — Akun reclamou olhando para trás com tédio, assim como todos nós, fazendo todos volaterem a andar, finalmente.

— Ai, Yamagishi.Viu a edição dessa semana? — Makoto perguntou, sendo o primeiro a pisar na escada rolante em nossa frente.

— Mas é claro que eu vi. Mó' gostosa! — O menino respondeu com entusiasmo, fazendo-me revirar os olhos com seu comentário.

— Ai, dá pra vocês sossegarem um pouco? A gente tá em público. — Disse Akkun, os olhando com um ar de repreensão.

— É, vocês não tem respeito ao próximo não? — Perguntei franzido o cenho, enquanto os olhava.

— Eu tô morrendo de fome. Onde a gente vai comer? — Perguntou Takuya, fazendo uma cara estranha.

— Que tal a gente comer um hambúrguer? — Sugeri indo para o segundo piso.

— Eu tenho cupom de desconto. — Makoto comentou, levantando a mão animado.

 Quando vimos que os cupons dariam certinho para todos nós, nos apressamos para chegar na lachonete, mas havia algo de estranho em Takemichi. As vezes ele parecia fora de área como uma televisão velha. Ficava observando todos com mais atenção do que nunca, e pra piorar, pediu apenas uma babata frita da pequena!

— Qual é, Takemichi. Só vai comer batata? — Perguntou Makoto, com seu hamburger na mão.

— E ainda da pequena?

— Ah, é que eu tenho que pegar um trem pra casa. — Takemichi explicou com um sorriso gentil, fazendo-me estranhar mais ainda seu comportamento.

 Os meninos apreceram não notar sua mudança e começaram a falar sobre os cara do terceiro ginásio de Shibuya, cujo iam entrar em uma briga conosco nesse mesmo dia, então logo me animei. Comecei a comer com mais pressa, enquantos os meninos falavam em como humilhariamos os caras hoje, mas novamente, meu irmão agia de uma forma estranha, como se estivesse com medo.

 Esperamos todos acabarem de comer para partirmos em direção a praça que íamos brigar e a todo momento, Takemichi tentava nos convencer de ficar em "paz", mas como das outras vezes, ninguém deu ouvidos a ele. Ficamos esperando por eles durante bons trinta minutos, quase desistindo e voltando para casa por sua demora, mas enfim eles chegaram.

— Vocês são os merdinhas que estavam procurando pelo pessoal do segundo ano? — Perguntou o homem com um cigarro entre os lábios, acendendo seu maço com um isqueiro. — O pessoal do segundo ano viajou para uma excursão.

 De longe podia reconhecer Kiomassa, um dos soldadinhos de uma gange famosa por Tokio e também responsável pelas brigas organizadas do ginásio, acompanhado de mais sete homens. Revirei os olhos irritada, enquanto todos meus amigos tremiam de medo ao meu lado por Kiomassa e seus amigos serem de uma verdadeira gangue.

— O que essa garota ta fazendo aqui? A gente não vai lutar com uma mulher. — Disse um dos sete homens, rindo da causa enquanto se aproximava de mim.

— Oh, jura? Imaginei que fossem dizer isso, então trouxe algo para mudar a opinião dos rapazes. — Ri de uma forma meiga e sedutora, colocando uma mão em frente de minha boca, enquanto levava a outra para trás de minhas costas como se fosse pegar algo, mas quando ele menos esperava, fechei o punho e acertei o meio de seu nariz, fazendo-o cambalear. — Assim está melhor?

𝗧𝗵𝗲 𝗱𝗮𝗻𝗴𝗲𝗿𝘀 // 𝑲𝒆𝒊𝒔𝒖𝒌𝒆 𝑩𝒂𝒋𝒊 Onde histórias criam vida. Descubra agora