Os anos passaram-se como o vento suave que atravessava os campos floridos de Eldoria. Amara e Cael, agora monarcas experientes e comedidos, governavam com sabedoria e compaixão, mantendo a paz que tanto haviam lutado para conquistar. O reino florescia sob a proteção deles, e o povo de Eldoria conhecia um período de prosperidade nunca antes visto.No entanto, como toda liderança, o tempo se aproximava para que um novo herdeiro assumisse o trono. Thorne e Alira, os gêmeos, agora tinham vinte e cinco anos, enquanto Elara, a caçula, havia acabado de completar dezoito. As responsabilidades que se aproximavam para os filhos de Amara eram grandes, e a expectativa do reino pesava sobre eles.
Era um fim de tarde, e o céu estava pintado de tons alaranjados e dourados, refletindo nas águas cristalinas do lago próximo ao castelo. Amara, acompanhada de Cael, observava de longe seus filhos reunidos sob uma árvore centenária. Thorne e Alira discutiam algo, com Elara escutando atentamente.
— Eles vão conseguir lidar com tudo isso, Amara? — Cael perguntou, em um tom suave mas carregado de preocupação.
Amara manteve os olhos fixos nos filhos, um sorriso sereno em seus lábios.
— Eles são nossos filhos, Cael. Foram criados com sabedoria e coragem. Mas, assim como nós, eles precisarão encontrar suas próprias respostas, cometer seus próprios erros. — Ela olhou para Cael, seus olhos refletindo uma confiança inabalável. — Thorne será um grande rei, eu sei disso.
Cael balançou a cabeça.
— Não me entenda mal. Eu acredito em Thorne. Ele tem o espírito de um líder, mas… ele não está sozinho nessa. Alira e Elara também têm papéis importantes a desempenhar. Acho que o reino precisará mais de todos eles juntos do que qualquer um deles isoladamente.
Amara assentiu, compreendendo o ponto de vista de Cael. A verdade é que Eldoria não era mais um reino dividido por tirania. Era um reino unido por alianças, por uma harmonia conquistada com sangue e sacrifício. Os desafios do futuro não seriam guerras, mas manter a paz, liderar com sabedoria e evitar o retorno dos antigos perigos.
Sob a árvore, Thorne andava de um lado para o outro, a mão segurando com força o punho da espada cerimonial que ele carregava. Seus cabelos escarlates estavam desarrumados, o que refletia sua inquietação.
— Alira, eu não sei se estou preparado para isso. — Thorne parou e olhou para a irmã com uma expressão grave. — E se eu falhar? E se o reino voltar ao caos sob meu comando?
Alira, que sempre fora a mais pragmática dos irmãos, cruzou os braços e o encarou com um olhar firme.
— Você não vai falhar, Thorne. Porque, ao contrário de muitos reis antes de você, você tem algo que eles não tinham: família. — Ela deu um passo à frente, colocando a mão no ombro dele. — Não estamos mais em tempos de guerra. Nossa luta é diferente agora, mas não menos importante. E você não precisa fazer isso sozinho.
Elara, sentada em uma pedra próxima, balançou a cabeça, concordando com a irmã.
— Alira está certa. Você é o primogênito, mas isso não significa que todas as responsabilidades caem sobre você. — Ela sorriu, sua voz suave, mas confiante. — Nós três sempre estivemos juntos em tudo. E será assim no futuro. Eu posso ser a mais jovem, mas sei que tenho um papel a desempenhar.
Thorne respirou fundo e olhou para as irmãs. Havia algo tranquilizador em saber que ele não enfrentaria o futuro sozinho.
— Vocês são o melhor de mim — ele finalmente disse, um sorriso relaxado aparecendo em seu rosto. — Não sei o que faria sem vocês.
Alira riu.
— Provavelmente estaria batendo a cabeça contra uma parede, como você faz sempre que está ansioso.
Elara soltou uma gargalhada leve, e Thorne balançou a cabeça com uma expressão de exasperação fingida.
— Sim, provavelmente — ele admitiu.
No dia da coroação, o reino de Eldoria reuniu-se na grande praça diante do castelo. O povo cantava e aplaudia, seus rostos radiantes de orgulho e esperança. A cerimônia foi marcada por uma solenidade simples, como Amara e Cael desejavam, mas cheia de significado.
Thorne, agora com a coroa de ouro e prata sobre a cabeça, fitava a multidão diante de si. Ao seu lado, Alira e Elara o acompanhavam, suas próprias responsabilidades refletidas em suas posturas firmes. Alira, com seu olhar atento, seria a conselheira mais próxima de Thorne, garantindo que cada decisão fosse ponderada e justa. Elara, com sua natureza diplomática e afável, já havia conquistado a confiança de várias nações vizinhas, assegurando que a paz entre Eldoria e seus aliados permanecesse inabalável.
Amara e Cael observavam de longe, com o orgulho transbordando em seus corações.
— Eles estão prontos — Amara disse em voz baixa, suas palavras mais para si mesma do que para Cael.
— Estão — Cael respondeu, segurando a mão de Amara. — Você os preparou bem, minha rainha.
Lyra virou-se para ele com um sorriso.
— Nós os preparamos. Juntos.
Os anos passaram, e sob o reinado de Thorne, Eldoria continuou a prosperar. Ele mostrou ser um rei sábio e justo, mas com uma vantagem que poucos reis antes dele tiveram: o apoio incondicional de suas irmãs. Alira, conhecida por sua sabedoria e estratégia, tornou-se uma força nos conselhos de guerra, evitando conflitos antes mesmo que começassem. Elara, por outro lado, viajava frequentemente para terras distantes, tecendo alianças que asseguravam a paz em Eldoria.
Em uma dessas viagens diplomáticas, Elara encontrou-se com um príncipe de um reino distante, um jovem nobre que compartilhava sua visão de um mundo sem guerras. Os dois formaram uma aliança, e o amor que cresceu entre eles fortaleceu ainda mais os laços de Eldoria com outras nações.
Enquanto isso, Alira, sempre focada e determinada, optou por permanecer solteira, dedicando-se inteiramente à causa de manter Eldoria segura e próspera. Mas, mesmo ela, em seu coração, sabia que o futuro traria outras formas de desafios, e que sua força continuaria sendo necessária.
Num final de tarde, já no décimo quinto ano do reinado de Thorne, Amara e Cael, agora em seus últimos anos de vida, caminhavam pelos jardins do castelo.
— Você acha que o legado deles será tão duradouro quanto o nosso? — Cael perguntou, olhando para as árvores que haviam sido testemunhas de tantas gerações de sua família.
Amara, com os cabelos escarlates agora marcados por fios prateados, sorriu.
— Eles já o estão construindo, Cael. E será ainda maior do que o nosso. — Ela olhou para o horizonte, onde o sol se punha. — Porque, ao contrário de nós, eles têm paz. E a paz é a maior vitória de todas.
O reinado de Thorne durou décadas, e Eldoria tornou-se um farol de justiça e prosperidade. O reino, outrora marcado pela guerra e tirania, agora florescia como um exemplo para todas as nações. E assim, a chama que Amara e Cael acenderam continuou a brilhar, passada para seus filhos e para as futuras gerações, como um símbolo de esperança, amor e união. E a lenda da filha do sol Amara a chama de Eldoria era contada até os dias atuais.
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A Filha do Sol: Amara
Fantasytão jovem,mas já lutava com destreza, Amara nascida da guerra presenciou só o caos e morte, mas isso não lhe deixou perder as esperanças, pelo contrário, ela levou a esperança para as pessoas, com seus cabelos flamejantes Amara se tornou uma lenda u...