Capítulo 6 - Quase Ranking

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— DESGRAÇADO, OS MEUS LIVROS!!!! — Berrei agredindo Zenitsu com furia, meus olhos a ponto de chorar.

— Desculpa, eu esqueci! — Se ajoelhou em minha frente se redimindo.

— "Desculpa" não vai trazer eles de volta! — Pisei nele.

— Ai... — Murmura — Quando anoitecer, juro que encontro eles novamente e compro outros!

— E...? — Cruzo os braços. Só fazer isso não fará diferença.

— E... qualquer coisa que você quiser! livros, coberta, comida fresca, qualquer coisa!

— Você já faz qualquer coisa pra mim. — Reviro os olhos e tiro o pé de cima de Zenitsu, então indo para um canto da caverna, mas parando no caminho com uma voz desconhecida.

— Ei, vi vocês brigando. Livros, né? Eu tenho alguns. Romance, fantasia, literatura japonesa e de mito. Gosta de algum desses? — Era um oni comum. É como qualquer oni normal a pouco tempo, desde a transformação, pupila fina para caça, pele cinzenta, garras e dentes pontiagudos. Em situações normais, eu o ignoraria, mas essa situação não é normal.

    Para deixar claro, em algum momento da noite eu apaguei, quando acordei estava no colo do Zenitsu (não pergunte, foi constrangedor) nessa caverna que nunca vi sem meus amados livros.

— Oh! — Sorrio do melhor jeito que consigo, o oni se assustou um pouco, então parei. Nunca fui bom nisso — Claro, gosto de literatura, qual tem? — caminho em direção ao oni.

— Tem dois, mas nunca li. Fica à vontade. Por sinal, me chamo Yoshida. — Sorria de forma nervosa enquanto me entregava os livros.

— Kaigaku. Não sou de dar dicas, mas prestes bem atenção. Se continuar sendo assim, gentil e simpático, vai morrer cedo, ter virado oni não terá valido a pena. Agora, irei ler. — Ele parecia nervoso, mas não me importo com isso.

— Vou tentar seguir isso, obrigado. — Assenti e fui para meu canto ler. Um livro da era Edo, escrito por alguém chamado Ilhara Saikaku. O livro se chama Koshoku ichidai otoko.

    Passou o dia com Zenitsu costurando. Não sei como ele achou linha e agulha e não meus livros. Minhas roupas que rasgaram e as dele. O loirinho começou a pensar bem e disse que seria melhor transformarmos os tecidos das roupas em nossa carne, para que quando rasgasse novamente, pudéssemos regenerar.
    Anoiteceu, me despedi do Yoshida, e parti a procura dos meus livros junto de Zenitsu. Pra sorte do loiro, encontrei. Decidimos que para evitarmos esse tipo de coisa, escolher um logar fixo para nós, esse que já sei perfeitamente qual é.

— Não pensei que voltariamos aqui... — Observo a casa do mesmo jeito que deixamos, exceto pela poeira — O que você acha?

— Já estivemos aqui antes? — que?

— Sim, não lembra? — Agora eu estou muito surpreso.

— Não, devia? — Talvez.

— Se você não lembre, mestre Muzan deve ter apagado. — Digo — Realmente não era importante.

— Talvez você esteja certa. — Respondeu com receio em sua voz.

    Chega desse blá, blá, blá, já estava amanhecendo (de novo), entramos em casa, a poeira era terrível, tive problemas com isso. Por sorte havíamos deixado os janelas fechadas ou qualquer outra parte que pudesse passar sol.
    Pela manhã limpamos a sala e cozinha, tirando a poeira dos móveis (dentro e fora), matando as aranhas, varrendo o chão, eliminando uma cobra (que queime no além), os quartos, banheiro e a  "sala médica" foram limpos durante a tarde, roupas de cama trocadas, retirado o pó dos móveis, separada as roupas com cheiro de mofo para lavar a noite, chão varrido,  lixo tirado para ser levado depois, muitas das minhas preciosidades guardadas nas gavetas foram descartadas como lixo por Zenitsu, mas não posso realmente julgar, eram realmente lixo, mas lixo reutilizável. Descartei as que eram dele. Continuando, lavamos as paredes de toda a casa, e sepados tudo para o anoitecer.
    Chegando a noite, levei os lixos para rua e Zenitsu lavou e estendeu as roupas que retiramos, para então fazer o que eu menos esperava, jogar um balde de água em cada cômodo. Enquanto Zenitsu jogava água, limpei a parte de fora como as folhas das árvores que cairam e frutas que sobraram da época (meus pêssegos), espadas de madeira e outros utensílios de treino, limpos e organizados.
    Finalmente acabamos. Me sentei no chão esperando Zenitsu acabar.

Onis do trovão - Cinco SuperiorOnde histórias criam vida. Descubra agora