Always Forever || Wilmon AU.

11. Visions of Gideon (PARTE I)

16 anos de idade.

"E o seu irmão, Wilhelm?" Boris perguntou, segurando um pires e uma xícara de chá nas mãos. O vapor que saia dela era denso e tinha cheiro de camomila.

"Sei lá." Wilhelm respondeu, tentando não pensar muito na situação atual com o seu irmão. "O Erik é complicado, você sabe disso."

Boris assentiu, mergulhando o saquinho de camomila no líquido quente novamente, "Mas o que você quer dizer com Erik ser complicado?"

"Eu quero dizer que..." Wille hesitou, cutucando a cutícula de seu polegar com a unha, "Bom, parece que ele quer sempre estar competindo comigo. Em todas as ocasiões possíveis."

"Como?"

"Tipo, ele quer sempre ser melhor do que eu em tudo. Se eu estiver doente, ele faz de tudo para ficar mais doente do que eu. Se eu compro um chocolate, ele faz de tudo para comprar um chocolate melhor que o meu. É irritante pra caralho."

Boris assentiu lentamente, observando o comportamento de Wilhelm se tornar cada vez mais tenso e nervoso.

"Entendo que essa competição constante com seu irmão seja muito desgastante, Wilhelm. Parece que, para ele, é quase como se tudo fosse uma disputa, não é? Bom... talvez o Erik também esteja buscando validação ou lidando com suas próprias inseguranças. Mas o importante agora é como isso afeta você. Essa sensação de sempre precisar estar à altura dele, de nunca conseguir relaxar, pode ser sufocante. Você já pensou em como isso te faz sentir?"

Wilhelm respirou fundo, avaliando suas próprias emoções e se concentrando em como ele se sente, "Isso me faz sentir... Com raiva."

"Hm, muito bom. É um sentimento muito válido nesse tipo de situação. Pelo o que você me disse, vocês andam brigando muito, certo?" Boris perguntou, tomando um gole de seu chá e olhando para Wille com um olhar conhecedor.

"Sim. Por literalmente qualquer coisa. Ele arranja qualquer motivo pra implicar comigo. Tipo, hoje eu tava no banheiro, conversando com o Simon por chamada de vídeo, e-" Wilhelm parou, percebendo que Boris levantou uma sobrancelha. "A gente não tava transando por telefone, Boris."

"Sim, sim, tudo bem." Boris riu, "Não quis que você pensasse que achei isso."

Wilhelm revirou os olhos e deu uma risadinha, "Mas, voltando... Ele começou a bater na porta e mandar eu sair do banheiro, sendo que eu não tinha feito nada de errado."

Boris assentiu, respirando fundo e colocando seu pires e sua xícara em cima da mesinha á sua frente.

"Essa implicância constante do Erik pode ser uma forma dele expressar sentimentos que ele mesmo não consegue entender ou processar. Ele pode sentir que precisa afirmar sua posição de alguma forma, ou até lidar com pressões externas, de ser sempre o 'mais velho', o exemplo. Meu conselho seria que você tente, em momentos de mais calma, conversar com ele de uma forma direta, mas sem confronto. Explicar que você sente que essa competição está desgastando vocês dois. Talvez ele nem tenha percebido o quanto isso te afeta. O mais importante é tentar abrir esse canal de comunicação com ele, de um jeito que ele não veja como mais uma disputa, mas sim como uma tentativa de entendimento."

Wilhelm franziu a testa, absorvendo o conselho de Boris. "Valeu, Boris. Vou tentar fazer o que você disse."

Boris sorriu brevemente, antes de mudar de assunto, "Você comentou algo sobre estar conversando com o Simon por chamada de vídeo. Gostaria de falar mais sobre isso?"

"Ah, sim." Wilhelm deu de ombros. "Nosso relacionamento está muito bom, pra falar a verdade. A distância é ruim, mas não dá pra gente ficar se vendo toda hora. Provas e essas coisas."