Capítulo 10

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Estava difícil acreditar que aquilo realmente havia acontecido. Alek me beijou no parque. E foi o melhor beijo que eu já tive.

Tudo bem que só posso comparar com o beijo que dei em uma paquera no sétimo ano na escola, mas mesmo assim, o beijo que aconteceu entre mim e Alek foi intenso, apaixonante e ficou com um gostinho de quero mais no final.

Tudo parecia um sonho, não conseguia pensar em outra coisa a não ser nos lábios quentes e macios de Aleksander nos meus. Tudo bem, parecia que eu era uma menina de 14 anos novamente, apaixonada e sonhando acordada, mas dessa vez era real.

Dou um longo suspiro.

Coloquei um filme de suspense na TV para ver se me distraía do beijo e do encontro que tive outro dia, porém estava acontecendo o contrário. Como o filme era de uma gênero que não me atraía muito, ficava divagando nas horas que não tinha nenhuma ação, assim fico com muito tempo pensando no que aconteceu.

Lembro da mão de Aleksander na minha cintura, seus dedos no meu pescoço me puxando para mais perto. Os selinhos que ele me dava quando estávamos prestes a finalizar o beijo, mas isso não acontecia, porque logo voltávamos a nos beijar novamente.

Ficamos uns bons 10 minutos nos beijando embaixo daquela árvore, nosso algodão doce até se desmanchou. Aleksander nos comprou outro quando fomos embora, mas eu nem ligava para o doce mais.

Só queria ele.

Passo a mão no rosto para me despertar e ver se esses pensamentos fogem da minha mente. Pego o controle remoto e aumento o volume da TV um pouco e tento prestar atenção.

— Por que ele me beijaria? — pergunto em voz alta, voltando para o pensamento inicial.

Será que ele me achava atraente mesmo?
Será que ele gosta de mim?
Será que ele quer ter um futuro comigo?
Será que ele é apenas como todos os caras, quer apenas diversão?

Olho ao redor do meu quarto, tentando encontrar alguma distração.

Vejo que minha estante está abarrotada de livros de todos os gêneros possível - claro, menos livros de autoajuda -, organizados por gênero e tamanho.

Entretanto, minha visão foca também na pilha de livros desorganizados na minha escrivaninha, acumulados ao longo das semanas para divulgar nas redes sociais. Esqueci de guardá-los, se minha avó visse eles ali, desorganizados e fora do lugar, ela me mataria.

Esse beijo está tomando meus pensamentos e me deixando maluca, não conseguia me concentrar em nada, nem no trabalho que era o meu ponto de refúgio. Tinha dois livros nacionais para finalizar e divulgar, porém não conseguia terminar os livros por ser de romance.

Toda vez que lia algo romântico, sobre o amor de duas pessoas, me colocava no lugar da protagonista e ficava sonhando acordada. Okay, isso é muito fanfic, mas fazer o quê? Sou fanfiqueira mesmo.

Apenas deixo minha tentativa de me distrair ou de assistir um filme para lá, fecho os olhos por um momento, e tento relembrar cada detalhe do beijo.

Ele comprou o algodão doce que pedi, sem reclamar que era calórico ou coisas do tipo. O parque estava cheio, porém fomos para um espaço vazio. O sol estava radiante no céu, mas não era um sol quente agonizante, era um sol de primavera.

Foi um beijo suave para situação, mas não consigo esquecer a sensação.

Meu Deus, onde fui me enfiar?

Minha mente continua a repassar o momento repetidamente. O toque dos lábios dele nos meus, o jeito que ele me segurou... Será que ele realmente sente algo por mim? Ou foi apenas um momento de impulso?

Minha mente me auto sabota, não sabia o que pensar. No beijo ou na possibilidade de tudo isso não ser nada.

Meu coração acelera.

O filme de suspense continuava rodando na TV, porém já perdi total o contexto da trama. O quarto parecia encolher ao meu redor, como se os livros e móveis estivessem se aproximando, sufocando-me com suas presenças silenciosas. E o volume da TV parecia alto demais.

— Eu preciso parar de pensar nisso — digo em volta alta de novo, tentando convencer a mim mesma.

Levanto-me da cama e caminho até a estante, passando os dedos pelas lombadas dos livros. Meus olhos passam por títulos que já li antes, que eram meus preferidos, mas nenhum deles parecia naquele momento capaz de me distrair.

Volto para a cama, pego e abro um arquivo, documento em branco e começo a digitar tudo o que estava acontecendo nesses últimos dias e o que estava sentindo.

A escrita não iria me ajudar em tudo o que estava acontecendo, mas para processar um pouco e organizar meus pensamentos, escrever seria muito bom, mas ainda estou longe de entender tudo.

Fico 1 hora com a tela do computador ligada, escrevendo, escrevendo, apagando, organizando palavras. Mesmo que alguém não fosse ler, não queria deixar elegível.

A escuridão do quarto é quebrada apenas pela luz fraca do laptop. As sombras dos livros parecem dançar nas paredes, criando formas que quase pareciam vivas. Tento me concentrar em algo concreto, algo que possa segurar e entender, porém tudo volta sempre para o mesmo ponto: Alek e o beijo.

Finalmente, fecho o laptop e deito na cama, olhando para o teto. Minha mente continua a correr, viajando em possibilidades e hipóteses, mas o cansaço começa a me tomar conta. Sei que de manhã fiquei pilhada com tudo novamente, com novas perguntas e nenhuma resposta. Entretanto, por agora, tudo que posso fazer é esperar e tentar não me afundar em meus próprios pensamentos.

Teria outro encontro com Aleksander em breve e não queria parecer uma desesperada para cima dele, mas perguntaria o que podíamos ser no futuro ou que éramos. Isso não era nada demais, né?

•••

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