Cap 11: Desejo Disfarçado

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MILA ON:

No dia seguinte, as coisas começaram a tomar um rumo interessante. Pela manhã, enquanto tomava meu café na sala, fui chamada por Murilo para uma breve reunião.

Entrei em sua sala com um sorriso educado, mas já sabendo exatamente como conduzir a conversa. Murilo estava sentado em sua cadeira, parecendo um pouco mais sério do que o normal.

Murilo: Mila, podemos falar por um minuto? — ele começou, enquanto folheava alguns papéis na mesa.

Mila: Claro, Murilo. Estou à disposição. — respondi, sentando-me à sua frente.

Murilo: Então, sobre essa questão de você supervisionar o Guto… Eu ainda acho que, sendo eu o chefe direto dele, deveria continuar lidando com as atividades do setor de T.I.. — ele disse, tentando manter o tom profissional, mas era claro que ele estava incomodado com a minha interferência.

Eu sorri, inclinando-me levemente na cadeira.

Mila: Murilo, entendo perfeitamente sua preocupação. Mas, como parte da minha promoção, recebi orientações diretas do Júpiter para estar mais envolvida com as equipes, principalmente as que estão diretamente ligadas aos processos digitais. E o time de T.I. se encaixa nisso. — expliquei, meu tom suave, mas firme.

Murilo franziu o cenho, parecendo ainda mais desconfortável. Ele estava tentando se manter no controle, mas claramente não estava preparado para essa mudança.

Murilo: Entendo, Mila. Só quero ter certeza de que não vai haver interferências no fluxo de trabalho. O Guto ainda está se adaptando, e eu prefiro que ele continue focado nas tarefas que já foram designadas. — ele insistiu.

Eu me inclinei para frente, olhando diretamente nos olhos de Murilo.

Mila: Murilo, você sabe que todos queremos o melhor para a empresa, certo? E eu estou aqui para garantir que isso aconteça. Não se preocupe, o Guto vai continuar seguindo suas ordens. Mas agora, ele também terá a minha supervisão. Não vejo por que isso seria um problema, afinal, todos estamos aqui pelo mesmo objetivo. — finalizei com um sorriso que deixava claro que a conversa estava encerrada.

Ele suspirou, percebendo que não tinha mais argumentos. Não havia muito o que ele pudesse fazer. Eu já tinha a aprovação de Júpiter, e Elisa estava do meu lado.

   (..)

GUTO ON

Eu estava sozinho na sala de TI, focado nas configurações do novo sistema de segurança da Mancini Music. O som dos cliques no teclado e o zumbido dos ventiladores dos computadores eram os únicos barulhos que preenchiam o espaço, o que me dava uma estranha sensação de tranquilidade.

De repente, meu celular vibrou na mesa. Olhei para a tela e vi o nome do meu pai. Suspirei antes de atender. Ele sempre ligava nos momentos mais improváveis, e, mesmo que eu soubesse que ele só queria saber como eu estava, sempre me sentia um pouco pressionado.

Guto: Oi, pai — atendi, tentando parecer tranquilo.

Ubaiara: E aí, filho! Como você está? Já almoçou? — a voz do meu pai sempre era um pouco alta demais, mesmo ao telefone. Ele queria saber de tudo, desde como estava meu trabalho até se eu tinha me alimentado direito.

Guto: Sim, já comi alguma coisa, estou bem — respondi, sem entrar em detalhes. Eu não queria preocupar meu pai, mas ultimamente eu vinha sentindo aquele aperto no peito com mais frequência, e eu sabia o que isso significava.

Ubaiara: E a bombinha? Tá usando direitinho? Não pode esquecer, hein! — ele perguntou, como se pudesse ler meus pensamentos.

Guto: Sim, pai, tô usando — menti, forçando um sorriso, mesmo sabendo que ele não podia ver.

LA FEA EN MANCINI MUSIC:  Mila & Guto / GUMILA Onde histórias criam vida. Descubra agora