VI

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Alguns dias se passaram. Tudo se tornou bem rotineiro, por assim dizer.

Talia acordava, levava Lydia para a escola, passava a manhã revisando tudo o que precisaria para a clínica com BJ provocando-a com piadas e frases sugestivas, à tarde ela ia ver como estava a construção do consultório e à noite, ela passava algum tempo desenhando ou tentando fazer com que BJ não tocasse em suas coisas.

Os últimos dias a fizeram perceber algumas coisas. Uma delas é que fantasmas existem e nem todos são bons. E a outra é que talvez ela esteja apaixonada por um fantasma que cheira a morte.

Não foi exatamente fácil perceber isso. E muito menos aceitar. Em um momento ela olhava para BJ e sentia uma vontade imensa de se exorcizar para não sentir vontade de se afastar.

Não era comum que ela se interessasse por alguém, muito menos por alguém muito mais velho e que já tivesse morrido. Ela provavelmente era louca, muito louca.

Ela queria poder falar com alguém sobre isso. Mas Lydia já gostava de coisas assim, ela não queria preocupá-la mais dizendo que além dos fantasmas que ela conhece, há um certo demônio na casa por quem ela estava apaixonada.

Além disso, havia alguns problemas em torno de tudo isso.

1- Ele era um fantasma.

2- Ele não a amava.

Bem, ele continua dizendo o quanto gostava do corpo dela. Mas achar alguém atraente não significa que ela o ama.

"Jovem moça? Talia Deetz!", diz um homem, tirando-a de seus pensamentos. "Desculpe, mas precisamos confirmar a cor da parede."

"Ah, não, tudo bem, eu só estava pensando." ela pega o pedaço de papel com a cor. "É isso, mas só dentro do quarto, na área da recepção, deixe um azul mais claro."

Talia não tinha mais tempo para se concentrar em seus pensamentos. Havia muito em que pensar agora.

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Em casa, Talia se jogou na cama completamente exausta. Tinha sido um dia muito corrido.

"Parece que alguém está perto da morte", diz BJ, comendo algo que Talia preferia não saber o que era.

"Eu fiz tantas coisas que meu corpo dói", ela resmungou, enterrando o rosto no travesseiro.

"Ah, você precisa de uma massagem." BJ apareceu rapidamente de costas, massageando seus ombros.

Isso tinha se tornado tão normal. Que ela nem se importava mais, apenas aceitava. Às vezes ele ousava tocar mais do que o ombro dela, e ele sempre era repreendido.

A massagem foi muito boa. Apesar das mãos estranhamente calejadas, foi prazerosa. Mas, de repente, as mãos dele desceram para as costas dela.

BJ adorava atormentar o pobre humano com seus movimentos ousados. Mas nos últimos dias, ela não o repreendia quando ele fazia um comentário. No máximo, dizendo que ele era nojento, mas não pedindo para ele parar.

Querendo testar as águas, ele deslizou as mãos mais para baixo no corpo ridiculamente atraente dela. Ela não se moveu. Ele já podia sentir que estava ficando duro. Bem, não demorou muito, por assim dizer.

Ele desceu um pouco mais, passando pela ponta da bunda dela.

"Acho que preciso de um banho." Ela rapidamente se levantou de costas para ele. "Não preciso dizer para você não me seguir, certo?"

Ela não esperou por uma resposta e foi até o banheiro. Quando se olhou no espelho, viu suas bochechas completamente rosadas. Foi o mais longe que ela o deixou tocá-la.

O que ela estava pensando para deixá-lo tocá-la tanto?! Talvez ela estivesse entrando em seu período fértil. Esse era um período que ela nunca entenderia.

A sensação da mão dele era algo que ela nunca havia sentido antes.

"Preciso de um banho frio."

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Assim que ela saiu do chuveiro. BJ estava novamente mexendo em suas roupas. Ela respirou fundo, fundo.

"Quantas vezes eu tenho que pedir para você não tocar nas minhas roupas?!" Ela disse colocando uma das mãos no rosto.

"Não consigo evitar, eles cheiram como você."

"Se você pelo menos não fizesse bagunça, eu não me importaria, seu pervertido!" ela gritou, completamente irritada agora. "Se você quer tanto me cheirar, pegue meu perfume!"

"Mas aí não teria graça."

"Você é nojento e estúpido!" ela se aproximou dele, colocando um dedo em seu peito. "Se você tivesse um pingo de decência em você, talvez as pessoas gostassem de você."

"Olha que legal, eu não ligo para o que os outros pensam, meninas, eu faço o que eu quero." ele disse, não se deixando abalar nem um pouco.

Talia cerrou os dentes. Como ela poderia amar um cara assim? Ela nunca entenderia.

Depois que sua raiva diminuiu um pouco, ela percebeu o quão perto ele estava. Ela estava basicamente com o peito pressionado contra ele. Talia olhou para cima, encontrando BJ olhando para ela com diversão. Ela sentiu suas bochechas esquentarem.

As mãos dele foram até a cintura dela. Muito estáticas, ela não as tirou. Quase automaticamente, ela colocou as próprias mãos no peito de BJ.

Ela deveria beijá-lo? Porque era isso que ela queria fazer agora. Ela nunca entenderia como, mesmo quando estava com raiva, ela queria.

Os rostos deles estavam a centímetros de distância um do outro. Talia conseguia sentir o cheiro dele, era nojento, mas vivendo com ele todos os dias, você se acostuma.

Logo ela Ela sentiu os lábios frios dele nos dela. Não foi um toque gentil, BJ logo mostrou o quanto ela estava faminta. Foi um pouco difícil acompanhar, considerando que ela não tinha beijado ninguém tão intensamente.

As mãos de BJ exploraram o que ele podia da bunda dela. Talia soltou um suspiro entre o beijo, claramente gostando. Isso estava ficando demais, ela logo ficaria sobrecarregada.

Com isso ela empurrou BJ com força. O corpo dele caiu na cama atrás dele. Talia se levantou tentando normalizar sua respiração.

"Uau, eu não sabia que você tinha isso em você, boneca." ele diz com um sorriso travesso, seu cabelo um rosa chocante, Talia suspeitou que a mudança de cor tinha algo a ver com seu humor. "Eu sabia que em algum momento você não seria capaz de resistir a mim."

"Cale a boca, isso não deveria ter acontecido." ela diz sentando-se na cama, enquanto solta um longo suspiro.

"Ah, você vai dizer que não quer sentir o quão grande eu posso ser?", ele passa o dedo pela espinha dela, causando um arrepio.

Ela quer, ela realmente quer. Mas ela não cederia tão facilmente. Especialmente para um cara que nem a ama.

Toc toc.

"Talia, querida, você já está pronta? Ah, você nem se arrumou ainda." Delia apareceu pela porta, graças a Deus ela não conseguia ver BJ.

"Eu não me preparei para quê exatamente?"

"Alguns dos meus amigos virão jantar hoje, então vista algo bonito, ok?"

"OK."

Com isso, Delia foi embora. Talia não estava com vontade de ir jantar.

Say My Name Honey (Beetlejuice)Onde histórias criam vida. Descubra agora