— Filho?
Acordei com Rosa me chamando. Não foi só um sonho e sim uma lembrança que estava bem lá no fundo da minha memória. Aquele foi o último natal que passamos em família. — Filho, tem um senhor na porta querendo falar com você.
— Não disse quem é?
— É o homem que vinha sempre falar com a dona Luiza. O tal dr. Alessandro.
— Doutor? Será que é o médico dela?
— Não. O médico que cuidava dela eu sei quem é. Esse é outro homem.
Eu adorava esse sotaque dela, bem interior...
— Vou atendê-lo no escritório.
— "Tá "certo.
Ao entrar no escritório sentir um aperto no peito, devia ser saudades, pois meu pai só vivia ali, sentado na cadeira, com a escrivaninha de madeira moldado cheia de papelada. Não estava mais daquele jeito, tudo estava bem-organizado, a prateleira que antes estava toda bagunçada, estava com tudo em seu devido lugar. Assim que me sentei, a porta se abriu e eu vi o senhor todo social entrar.
— Gael Mendes? — Veio em minha direção e me cumprimentou. — Prazer, sou Alessandro Nogueira, amigo e advogado da sua tia, que Deus a tenha.
— Muito prazer, queria se sentar, por favor.
Assim o fez.
— Eu não estava na cidade, estava em viagem a trabalho, por isso não comparecer ao enterro da sua tia. Cheguei ontem. Eu sinto muito pelo ocorrido.
— Obrigado.
— Bom, sem muitas delongas. Eu vim aqui porque tenho uns documentos que sua tia fazia questão que chegassem as suas mãos.
— Uns documentos?
— Sim. Uns meses antes dela entrar em coma ela me pediu para fazer um testamento. No nome de Alice Santos Mendes. — Ele abriu sua pasta de couro marrom e tirou uns papeis de dentro. Dedilhou umas folhas até chegar no documento certo. Estendeu para mim e eu peguei de imediato. — Nesse documento está o número da conta e da agência no nome da menina. E mais abaixo o valor do dinheiro em conta. Esse dinheiro ela vinha guardando desde quando soube que estava grávida.
Ao olhar o valor me espantei. Era uma boa quantia, 300 milhões em dólares. Alice era milionária.
— Eu soube da história de que o marido zerou sua conta, mas ele não sabia dessa conta internacional com o nome da filha. Ela continuou guardando todo esse tempo, com sua parte da transportadora e os lucros das lojas.
Minha tia foi muito esperta. Manteve essa conta em segredo, se o vagabundo soubesse, com certeza ia roubar também. — Seu pai, assinou como tutor dessa conta se caso acontecesse algo com Luíza. Mas...
— Ele foi primeiro.
— Sim. Ela ficou doente, tinha esperança de se curar, mas o médico disse que não havia mais nada a ser feito.
— Ela sabia que não ia se curar?
— Sempre soube, mas não quis contar as meninas a verdade. Então ela me pediu para incluir você como o tutor. Para cuidar dessa conta e das ações dela na transportadora. Até completar 18 anos, você vai ficar sendo responsável por todo o dinheiro dela.
Ela sabia que ia morrer e sabia que eu não negaria jamais a um pedido como aquele.
— Eu só tenho que assinar?
— Sim, bem aqui.
Apontou com o dedo indicador no papel.
Segundos depois de assinar, ele me estendeu um outro papel.
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DOCE MENINA (Ela provoca... Eu fico louco...)
RomanceObs. Plágio é crime. sua estória! Gael Mendes Giordano não vai a sua cidade natal, Juvenilia no interior, desde a morte do seu pai, há alguns anos...Vive em Belo Horizonte desde pequeno, quando seus pais se separaram. Formado em engenharia, está...