O céu estava sem nuvens neste dia. Sobre a vila, o sol brilhava; mais um dia tranquilo e normal. Algumas pessoas trabalhavam no campo, outras colocavam as roupas para secar. Gachuti e Thijou encontravam-se em frente à guilda de aventureiros. Os dois conversavam à espera de Rosary, que, ao longe, corria para alcançá-los.
“Gachuti, está preparado para registrar-se na guilda?” — Em suas palavras, havia uma ponta de medo.
“Com certeza, ancião Thijou.” — Sua resposta, além de ter determinação, também possuía um sorriso.
“Já falei com você…” — Uma certa decepção surgiu em seu rosto.
“Hum? O que foi?”
“Já falei que pode me chamar de avô.”
“Não brinque com isso. Eu não sou digno de chamar um ancião de avô.”
“Talvez não demore para nos tornarmos realmente avô e neto.” — Quase como um sussurro, sua frase saiu de seus lábios.
“Hã? O que disse?”
“Nada. Só disse que tudo bem.” — Enfim, desistindo daquele assunto por aquele momento.
“Cheguei!” — A exclamação terminou com Rosary pulando abruptamente nas costas de Gachuti. Ele juntou todas as suas forças para que os dois não caíssem no chão.
Após alguns minutos de repreensão, a cena era de Rosary na posição Seiza, ajoelhada, pedindo perdão por seus atos, quase chorando, e Gachuti de pé, evidentemente irritado.
“Está bem. Só não faça mais isso.” — Por fim, com um suspiro de alívio, perdoou-a.
“Deixa comigo.” — Começou a secar suas possíveis lágrimas. Neste instante, uma mão pousou sobre o ombro de Gachuti e, ao ver o dono dela, lembrou-se do motivo de estarem ali.
“Já terminaram com a brincadeira, crianças?”
“Eu pedi para não me chamar de criança, ancião Thijou.” — Dizia, tentando fingir irritação.
“Posso ver que se acalmaram. Então, vamos?”
“Podemos.” — Os dois responderam ao mesmo tempo.
Dentro do local, havia até certa movimentação. Havia algumas mesas, um local com missões e os balcões de recepção. Escolhendo um deles, foram até lá.
“Será rápido. Por favor, coloque sua mão nessa esfera.” — A atendente mantinha um sorriso a todo momento.
“Então?” — Depois de colocar a mão, a esfera emanou uma linda luz roxa. Contudo, em seguida, a luz foi se degradando até escurecer.
“O senhor é…” — O sorriso no rosto da atendente desapareceu e sua calma se tornou fria.
“O que aconteceu?”
“Meio Dem…” — Um enorme zumbido tomou seus ouvidos e todo o local pareceu rodar.
1 mês depois.
O céu está nublado e o clima agradável. Uma pequena folha verde caindo mostra a beleza da primavera e, finalmente, ela encontra o chão úmido. No entanto, sua jornada é interrompida por um sapato. Sem nem notar, a pessoa continuou a seguir seu caminho.
“Onde você está?” — O antigo silêncio da floresta foi coberto pela voz de Rosary, que podia ser vista com roupas leves.
Uma brisa leve perpetuava-se por toda a floresta, percorrendo seu corpo e mexendo levemente em seu cabelo.
“Gachuti?” — Sua voz saiu quase como um sussurro e, em seu coração, sentia estar perto de seu objetivo.
Correu intuitivamente, seguindo seu coração, buscando a origem da brisa. Aproximando-se do lugar, uma nova voz ecoou.
“Concentre-se!” — Respirou profundamente e uma onda de ar o envolveu, espalhando-se pelo ambiente, passando por Rosary como uma brisa.
“Que sensação é essa?” — Sua mente começava a perder-se na sensação do vento. Era quente e acolhedor, ao mesmo tempo que era gélido e intrigante. Com certeza, uma cena de tirar o fôlego.
“Preciso fazer isso por eles. Mostrar que eu não sou o monstro a ser temido, que não preciso do poder da escuridão.” — Empunhava sua espada e a lâmina dela envolveu-se em um fogo de tom ciano, o que só deixava a cena mais bela para quem via.
Com rapidez e maestria, ele desferiu um corte diagonal em uma árvore, que instantaneamente se incendiou. No entanto, o fogo congelou, transformando as chamas em gelo.
“Hyōen Dōji.” — Um suspiro pesado escapou.
“Finalmente te encontrei” — Sem se virar, os olhos de Gachuti se abriram, enfim, percebendo a invasora, respondendo-a.
“Rosary, pedi um tempo a sós.”
“Mas você está aqui há uma semana. Vamos conversar.” — Deu um passo para frente, estendendo seu braço.
“Não! Você sabe… eu… sou…” — Sua voz tremeu, com um tom de choro.
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Entre a luz e as trevas: Gachuti Blood {Reescrita}
FantasiGachuti, um ex-morador de Demigem, testemunhou a destruição de sua vila e agora segue seu caminho, onde faz novas amizades, desafios, ao mesmo tempo que tenta descobrir sobre o seu passado.