5.

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• Rio •

Kel: agora eu me sinto observada lá. — murmurou, se referindo à loja.

Keneka: mas você olhou as câmeras de fora de novo pra ver se ele aparece lá?

Kel: Sim, mas ele não aparece. — suspira aliviada.

— Acho que você está paranóica porque ficou com medo.

Kel: Sim. Mas vamos mudar de assunto.

Keneka: Eu quero ver as gêmeas!

— Aí, tá, vou chamá-las. — deixo o celular na cama.

Faz 5 dias que as gêmeas estão aqui. Elas são super fofas e as crianças já se apegaram a elas. Eu não esperava que tivessem 11 anos; agora, são as mais velhas do grupo.

Eu e a diretora estamos à procura de uma costureira que possa fazer roupas para elas, mas ainda não encontramos nenhuma. Por isso, elas usam roupas improvisadas, cortadas com a tesoura e grudadas. Confortável, mas nada como um traje feito sob medida.

Chego em frente ao quarto delas. Como não há mais camas, conseguimos uma de casal para as duas.

Bato na porta e ouço uma delas gritar pra entrar.

Abro a porta e vejo-as escrevendo em um caderno.

— O que estão fazendo? — olho curiosa.

Rayza: Desenhando você. — elas viram o caderno pra mim e eu sorrio, sentindo meus olhos lacrimejarem. O desenho estava começando a tomar forma, com detalhes que refletiam a alegria delas.

Luz: Gostou? Ainda não tá pronto. — ela fala, voltando a desenhar.

— Eu amei, tá lindo, meus amores. — sorrio emocionada, pensando em como essas crianças trouxeram luz para nossas vidas.

— Vocês podem parar um minuto? Tem umas amigas minhas que querem ver vocês.

Luz: Claro. — Elas deixam o caderno e levantam, a empolgação visível em seus rostos.

— Vamos ao meu quarto. — saímos juntas e entramos no meu quarto.

— Gente, essas são Luz e Rayza. — apresento, cheia de orgulho.

Luz: Oii! — sorri, mostrando os dentes com entusiasmo.

Rayza: Olá. — acena tímida, um pouco envergonhada.

Keneka/Kel: Oii, lindas! — as duas respondem, acenando de volta.

Keneka: Sou Keneka.

Kel: E eu me chamo Kel. Vocês estão bem?

Luz: Tô bem.

Rayza: Não, tô com fome. — rimos, nos identificando com Ray.

Keneka: Rio, faz algo pra elas comerem.

— O que vocês querem?

Rayza/Luz: Bolo de chocolate. — assinto, sabendo que esse seria um sucesso.

— Bom, vou desligar. Até depois. — mando beijos e elas devolvem.

Kel: Tchau, fofas.

Luz/Rayza: Tchauu! — elas acenam e eu desligo.

— Tá, vamos ter que fazer 4 bolos pra dar pra todo mundo, e vai ter que ser nas formas retangulares.

Rayza: Vamos ver se temos os ingredientes. — assinto e vamos para a cozinha.

Na cozinha, olho para os armários. Tinha farinha, mas só um pacote na metade.

— Vou ligar pra diretora e avisar que vamos ao supermercado. — falo, saindo da cozinha com o celular.

Diretora: Alô?

— Oi, diretora. As gêmeas querem bolo, vou ao supermercado com elas comprar os ingredientes.

Diretora: Tá bom, pode ir. Pega a van que eu vou mandar o pix.

— Tá bom, obrigada. — desligo e pego a chave da van.

☆☆☆

Já no mercado, pegamos o carrinho maior e começamos a comprar tudo que precisamos. O ambiente estava cheio de cores e cheiros. As gêmeas olhavam tudo com curiosidade, como se estivessem em um parque de diversões.

Ainda eram 2:20 da tarde. Vou buscar as crianças na escola às 6:20, então temos tempo. Enquanto escolho os ingredientes, ouço Luz e Rayza discutindo sobre quais confeitos usar.

— E se a gente colocar granulado colorido? — sugere Rayza.

— Não, chocolate é melhor! — Luz responde, decidida.

Eu sorrio, lembrando de como a alegria delas trazia um novo ânimo para todos nós. Elas vão começar a escola na segunda, então comprei de presente pra elas material escolar.

• Faye •

Me levaram ao hospital, mas eu não quis ficar. Já estava bem o suficiente e tinha que escolher as garotas para o desfile.

Fah: Você tem certeza que quer ir?

— Já disse que sim. — comunico novamente, prestando atenção na estrada, tentando manter o foco.

Fah: Só estou preocupada. — ela fica quieta, mas a tensão é palpável.

Paro o carro em frente ao shopping, vendo Endi à espera. Ela acena e um sorriso brota no meu rosto, mas me sinto dividida.

Estaciono e tiro o cinto, saindo do carro.

Endi: Oi, meu amor. — ela ia me beijar, mas desvio.

Endi: O que foi?

— Depois conversamos, agora estou ocupada. — saio andando apressada, adentrando o shopping.

Vou ao primeiro elevador, apertando o botão, sentindo o peso das expectativas.

• Endi •

— O que eu fiz? — murmuro, olhando para Fah.

Fah: Não é nada com você, ela está estressada.

— Espero que seja só isso mesmo. — mordo os lábios, preocupada. Faye está mais distante que o normal.

Fah: Vamos trabalhar. — assento, seguindo em frente, tentando não deixar que a preocupação me domine.

Fomos para a loja de roupas novas da marca Peraya. A variedade de cores e estilos é eletrizante, mas a tensão no ar é evidente.

MINHA AFILHADA IRRESISTÍVEL /LÉSBICA FAYE PERAYA(Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora