•FAYE•
- Eu deveria ter vindo antes, mas devido aos traumas, me aconselharam a cuidar de mim primeiro - expliquei ao delegado, tentando manter a voz firme.
Ele me observou por um momento antes de responder.
- O seu caso foi encerrado como investigação. Vou conversar com o detetive responsável e entrarei em contato.
Assenti, sentindo uma mistura de alívio e frustração. Levantei agradecendo.
- Obrigada, senhor.
Sorrindo, saí da sala, mas assim que coloquei o pé para fora da delegacia, uma ideia surgiu: eu precisava ir à academia de luta. A sensação de se reconectar com o boxe me anima.
Dirijo até o carro alugado e pego meu celular, procurando o número do meu antigo treinador.
- Alô? - a voz grossa e impaciente atendeu.
- Olá, é a Faye Peraya.
- Faye!? Oi, quanto tempo! - disse ele, a animação na voz contrastando com meu estado de espírito.
- Eu preciso conversar com o senhor.
- Imagino que seja sobre o seu retorno a luta?
- Não, ainda não. Podemos conversar pessoalmente?
- Claro, vou te mandar o endereço por mensagem.
- Tá bom, obrigada.
Desliguei e coloquei o celular no colo, sentindo a ansiedade crescer.
Segundos depois, a notificação chegou. Coloquei o endereço no GPS e liguei o carro, dando partida rumo à conversa que pode mudar tudo.
•KEL•
Já fazia dias que não comia bem e não via a luz do dia. Durante a viagem, estive apagada, e agora me encontrava trancada em um espaço pequeno e claustrofóbico. As paredes de cimento pareciam apertar meu coração, e o cheiro insuportável de esgoto tornava tudo ainda mais insuportável.
Tentei comer o pouco que me deram, mas cada garfada me deixou mais fraca. Um aperto no tornozelo me lembrava que estavam me controlando - uma coleira que parecia um símbolo da minha impotência.
Chorava muitas vezes, sentindo-me vulnerável e desamparada. Meu celular fora tirado, e a ideia de nunca mais ver as pessoas que amo me consumia.
Uma batida na porta me fez encolher, abraçando meu corpo dolorido.
- ESTÁ ACORDADA? - uma voz masculina gritou.
- Sim - respondi, segurando a respiração.
A porta se abriu, rangendo como nos piores filmes de terror. Esperava ver meu sequestrador, mas, em vez disso, era um homem mais alto e intimidador.
- ESTÁ com fome? - ele perguntou, e eu apenas assenti, com medo de como isso iria acabar.
- Terá que merecer a comida.
- Como assim? - perguntei, tentando manter a calma enquanto ele se abaixava perto de mim.
Ele não respondeu, mas, com um movimento rápido, destravou a coleira do meu tornozelo. A dor me fez gemer.
- Você vai trabalhar em uma boate. Sabe dançar, né?
- Não - disse, a palavra saindo rápido demais.
Ele me encarou, os olhos frios.
- Então você não vai servir. Poxa, o chefe vai ficar chateado de ter tido todo esse trabalho pra no final acabar com você.
- Não, por favor. Eu posso tentar. Se vocês gostarem, eu danço.- Digo desesperada.
- Ótimo. Vou te dar essa chance.
Levantei-me com dificuldade, a tontura quase me derrubando, mas segui em frente.
Ele me conduziu para fora, e a luz do dia me cegou por um instante. Segui-o até um carro preto, a floresta ao redor parecia estranha e ameaçadora. Entrei no carro, deitando a cabeça para baixo e chorando baixinho, questionando se as coisas iriam melhorar ou se tudo iria desmoronar ainda mais.
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MINHA AFILHADA IRRESISTÍVEL /LÉSBICA FAYE PERAYA
RomanceRio cresceu no orfanato lúpus,após viajar para Tailândia ela consegue alugar um quarto em uma casa de uma mulher muito atraente. Só não esperava que essa pessoa a conhecesse.