21.Tudo culpa minha!/faye

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Faye

- O que aconteceu? - ando de um lado para o outro, sem acreditar. Não pode ser ela. Eu a vi há pouco tempo.

- Falaram que ela... - paro, encarando Cléo. - Pode ter sido morta. - Ela levanta e me abraça, sentindo que eu estou à beira de chorar.

- Mas... como? Por quê? - digo entre soluços.

- A polícia está investigando. - Afasto-me dela e me deixo cair no sofá, cobrindo o rosto com as mãos.

- Cléo, sei que não é a hora, mas... você viu a fita? - sinto-a sentar ao meu lado.

- Não. Eu nem tirei da mala. - Limpo as lágrimas que escorrem.

- Então... - ela murmura.

- Por quê?- olho para ela, temendo a resposta.

- A casa dela foi revirada. Provavelmente estavam procurando algo. - Fico em silêncio, processando a informação.

- Você está dizendo que... eles podem estar procurando a fita? - ela assente.

Pego meu celular e ligo para meu ex-treinador.

- Oi, Tem um minuto? - balanço a perna nervosamente.

- Sim, pode falar, Faye.

- Apenas responda: apareceu alguém aí perguntando da fita que você me deu?

- N-não. - Ele gagueja.

- Wil, eu preciso da sua sinceridade, ok?

- Tá, apareceram. Eles me ameaçaram, eu tive que dizer onde você estava... - ele diz, desesperado, e eu arregalo os olhos.

- Alô? Faye? Eu sinto muito... - desligo o celular.

- A culpa é minha. - Olho para Cléo.

- Faye... - ela começa, mas eu me levanto rapidamente, correndo para as escadas.

Subo as escadas, seguindo em direção ao meu quarto enquanto ouço Cléo atrás de mim.

- Onde está essa merda? - grito, revistando a mala.

- Faye, calma... - Cléo diz, agachando-se e tentando ajudar.

- Se não está aqui, Cléo... - passo a mão pelo rosto, sentindo a frustração aumentar.

- Eu esqueci lá. - As lágrimas escorrem.

O peso da culpa e da impotência me consome. A fita era a única prova para descobrir quem me machucou naquele dia, e agora não tenho mais. Assim como a tia da Lua, que morreu por minha causa.

- Me deixa sozinha. - Sento no chão, agarrando meu joelho.

- Tá bom. - Ela se levanta e sai, fechando a porta suavemente atrás de si.

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Lembro-me de estar no parque com a minha tia e Lua. O sol brilhava alto, e nós estávamos cercadas por flores coloridas e risadas. Lua tinha trazido um cesto de piquenique, e a empolgação dela era contagiante.

- Vamos fazer um lanche! - ela exclamou, enquanto tirava os sanduíches e as frutas do cesto.

Minha tia sorriu, seus olhos brilhando de felicidade.

- Faye, você trouxe a limonada, certo? - perguntou, sabendo que eu não esqueceria.

- Claro! - respondi, rindo.

A toalha xadrez estava estendida sobre a grama, e enquanto nos sentávamos, eu me sentia completamente feliz. A comida era deliciosa, mas o que realmente importava era estarmos juntas.

- Esse é o melhor dia do verão! - eu disse, mordendo um sanduíche.

- E o melhor lanche! - Lua acrescentou, fazendo uma careta divertida.

As risadas ecoaram ao nosso redor, e por um momento, não havia preocupações, apenas amor e alegria.

Fico alguns minutos em transe. Como se eu estivesse perdendo todas as pessoas que se aproximam de mim. E temo que a rio ou cléo também estejam em perigo. Agora que eu estava começando a me aproximar da Rio, O que ela vai pensar ao ouvir que não quero mais que ela more aqui?
Ouço batidas na porta.

- Entra.- Murmuro ainda encarando a parede branca do quarto. Ouço a porta abrindo.
- Faye.- Olho rio entrar e se sentar ao meu lado.

- O que houve?- Ela me abraça de lado e eu apenas encosto minha cabeça em seu ombro. Não conseguindo conter as lágrimas.

MINHA AFILHADA IRRESISTÍVEL /LÉSBICA FAYE PERAYA(Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora