A Sutil Crueldade das Palavras: Promessas Que Machucam

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     Engraçado como as palavras têm o poder de nos elevar ao céu ou nos empurrar direto para o inferno. Eu sempre achei que palavras eram só palavras – pequenas combinações de letras que poderiam ser facilmente ignoradas. Mas, no fim, são elas que ficam gravadas na memória. São elas que, repetidas vezes, voltam como um eco, me fazendo questionar: será que foi crueldade ou só descaso?

A Crueldade das Palavras

     Eu ainda tento entender como alguém pode ser tão cruel, especialmente com as palavras. Ele me iludiu de uma forma que me fez acreditar em coisas que, no fundo, ele nunca teve intenção de cumprir. Ele me fazia acreditar que havia um futuro, que eu significava algo especial. E, ingenuamente, eu acreditei em cada palavra.

Mas o que dói de verdade é que essa não é uma questão de "karma". Não é como se eu tivesse feito isso com alguém antes. Eu nunca fui de brincar com os sentimentos de ninguém. Se eu dizia que me importava, era porque realmente me importava. Então por que isso aconteceu comigo? Por que ele me fez acreditar em um conto de fadas que só existia na cabeça dele?

Ele pode tentar enganar os próximos garotos com as mesmas palavras doces e as promessas vazias. Mas a verdade é que, se eles realmente gostarem dele, estarão mentindo para si próprios, assim como eu fiz. Porque o que ele diz e o que ele faz nunca estão no mesmo lugar. Ele pode até esconder isso por um tempo, mas a máscara sempre cai. E a dor de perceber que você acreditou em uma mentira... essa dor é real.

Se ele não aprender a ser honesto — com os outros e com ele mesmo —, vai continuar machucando as pessoas que cruzarem o caminho dele. E, no final das contas, a única pessoa que ele estará enganando é ele mesmo.

A Maior Ilusão Sou Eu?

Já percebeu como, às vezes, a gente se perde no meio do caos emocional? Tipo, não é como se eu estivesse tentando ser outra pessoa... ou talvez eu estivesse, só um pouquinho. Foi assim com ele. Desde o começo, eu nunca consegui ser completamente eu mesmo. Talvez por medo, ou por aquela sensação incômoda que você tem quando o ex do seu crush volta para o jogo. Ah, o ex. Sempre tem um ex para complicar tudo, não é? Quando ele apareceu de volta, algo em mim simplesmente... travou.

Eu não conseguia me entregar 100% porque, lá no fundo, eu sabia que tinha algo errado. Sabe aquele sexto sentido que grita na sua cabeça: "Perigo! Algo está no ar!"? Pois é, ele estava lá, me sussurrando no ouvido o tempo todo. Mas, em vez de ouvir, eu ignorei e tentei ser uma versão "melhor" de mim mesmo — o que quer que isso signifique. Eu achava que, se me ajustasse um pouco aqui, recuasse um pouco ali, talvez ele me escolhesse. Grande erro.

O mais engraçado é que tudo o que eu queria, de verdade, era que os dois sumissem para sempre. Mas bloquear o ex dele do Instagram? Naquele momento, isso parecia um pouco dramático demais. Eu até pensei: "Isso é coisa de adolescente, não de alguém que já passou por uns bons tombos no amor". Só que, então, veio o golpe baixo: um story. Sim, UM story, que apareceu através de um amigo, foi capaz de fazer meu coração parar. Eu achei que estava livre daquela novela mexicana, ou melhor, venezuelana.

Afinal, o marido dele é louco e manipulador, a ponto de ligar para nossos amigos em comum, dizendo que o namorado dele ia se afastar da gente, tudo por causa das festas — sendo que nossos amigos são DJs! Eu pensei que, com eles longe, eu finalmente teria paz.

Mas não foi assim.

E agora eu entendo: a vida é curta demais para não ser quem a gente é. Eu passei tanto tempo tentando ser uma versão "melhorada" de mim, só para ver se ele ficava. No final, quem se perdeu fui eu. Eu estava tão focado em fazer com que ele me amasse que esqueci de me amar. E essa, meus amigos, foi a verdadeira tragédia.

Hoje, eu sei o que quero — ou melhor, o que não quero. Eu não quero mais ele, e definitivamente não quero mais sentir o que senti por ele. Sabe aquela sensação de estar preso em um loop emocional que você simplesmente não consegue sair? Foi isso. E não, não quero mais isso para mim.

A verdade é que, se alguém for gostar de mim de verdade, vai ser pelo que eu sou — com todas as minhas falhas, dramas e momentos de surtos no Instagram. E, por mais que tenha doído, eu finalmente entendi: eu nunca mais vou me perder por ninguém. Isso, querida, é o que chamamos de evolução.

A Comédia da Superação

Mas, como eu disse, estou muito melhor agora. A verdade é que tudo o que eu senti foi passageiro. A raiva, a mágoa, a ansiedade. Tudo isso passou. E a melhor maneira que eu encontrei para lidar com essas emoções foi escrevendo. Me expressar através das palavras foi o jeito de eu transformar tudo aquilo em algo concreto, que eu pudesse entender e, eventualmente, deixar para trás. Escrevi 30 capítulos sobre o que vivemos juntos, como me senti, e como superei – ou pelo menos tentei superar. E, quer saber? Não me arrependo de nenhuma palavra.

Foi necessário. Ele foi necessário na minha vida, e por mais doloroso que tenha sido, foi uma lição que eu precisava. E aí vem a pergunta inevitável: Será que foi amor? Ou será que foi só uma obsessão temporária, alimentada por carência, falta de autoestima, e a vontade de ter alguém? Talvez nunca saiba a resposta, mas, no fim das contas, isso importa?

O que importa é que, naquele momento, parecia amor. Para mim, pelo menos. E, por mais que eu tenha ficado meses me remoendo, questionando cada detalhe, cada conversa, cada visualização de stories (e, meu Deus, que tortura era isso), hoje eu percebo que eu estava me segurando em algo que nunca foi meu. Ele nunca foi meu.

Um Novo Eu, Sem Rancor

Agora, eu olho para trás e vejo o quanto eu cresci. Eu conquistei meu corpo dos sonhos – sim, aquele abdômen que até a Anahí ficaria com inveja – comprei meu carro, conquistei coisas materiais e, mais importante, conquistei a mim mesmo. Eu finalmente aprendi meu valor. E, sério, se eu me encontrasse hoje naquela situação, eu saberia dizer não. Saberia me afastar antes de me machucar. Mas, naquela época, eu estava perdido, inseguro. Eu deixei de me amar para amar ele. Que burrice. E tudo isso para quê? Para ele voltar para o ex.

Eles estão morando juntos agora, sabia? Pois é. E eu poderia dizer que estou bem com isso. Mas, honestamente, ainda dói. Não porque eu quero ele de volta. Não, pelo amor de Deus, não quero mais isso para mim. Mas porque eu dei tanto de mim para alguém que não me deu quase nada em troca. E isso machuca.

E claro, eu poderia dizer que isso é só mais uma lição de vida, que eu sou mais forte agora, blá blá blá. Mas a verdade é que, às vezes, a vida é só uma bagunça. E, sim, eu aprendi muito. Aprendi a me valorizar, a não aceitar migalhas. Mas também aprendi que o amor, mesmo quando machuca, é o que nos faz sentir vivos.

     Às vezes, tudo o que a gente precisa é de uma palavra certa no momento errado para entender que o amor, ou o que pensamos ser amor, pode ser mais enganoso do que um truque de mágica mal feito. E a grande lição? As palavras podem ferir, mas é o silêncio que cura. O que ficou por dizer, o que jamais será dito, é o que, no fim, me libertou de tudo aquilo que ele representava.

Amor e Glamour: Como Sobrevivi ao Drama e Voltei a BrilharOnde histórias criam vida. Descubra agora