Sou uma carioca metida a baiana, amo essa cidade e costumava passar as férias aqui quando criança era tradição da nossa família.Com o tempo nossas idas até lá foram diminuindo, e com a separação dos nossos pais eu e meu irmão acabamos ficando com minha vó.
Em falar de irmão estou voltando a Salvador para o casamento do meu irmão, Leandro.
— Ela é linda irmão! O que você viu nesse cabeçudo.— Brinco ao ver a minha cunhada pessoalmente pela primeira vez.
— O amor é cego..— ela brinca e caímos na gargalhada.
— Vocês são rápidos, casar em seis meses e já tem um sobrinho meu aí..— falo fazendo carinho em sua barriga
— Ou somos rápidos ou você está ficando para titia, irmã.— Leandro fala e eu amostro o dedo a ele.
Chegamos na antiga casa da nossa família, que agora vai ser o lar do Leandro e da Vanessa.
Ao entra o local está reformado mais ainda sinto o cheiro de férias da nossa infância, sei que eles serão felizes aqui.
— Espero que você esteja confortável em ficarmos aqui, sei que a casa é da sua família.— Vanessa fala.
Estamos na varanda que tem a vista mais linda do porta da praia, tomo um gole do café e sinto a brisa do mar bater em meu rosto.
— A casa é de vocês agora, eu tenho certeza que meu sobrinho vai ser feliz aqui, Vanessa.— Digo.
— Seus pais irão vim para o casamento? Leandro já me explicou a situação, mas eu estou bem.— Diz.
— A presença deles aqui talvez não seja a melhor opção, eles são nossos pais, mais são preconceituosos e não precisamos disso nesse momento, eu tenho vergonha e fico triste com essa situação, mais tenho que ser realista.— falo
—Então teremos problema, pelo menos com o Rafael.— ela diz.
—Uh, quem é Rafael? —pergunto.
Somos surpreendida com uma rouca, olho para trás e vejo um homem de quase dois metros, olho novamente e vejo que conheço ele de algum lugar.
Quando nossos olhos se cruzam o clima fica tenso, eu abrir um processo contra ele há uns dois anos atrás.
— Namoral, não acredito que tu é irmão da defensor de bandido, estou há dois anos com um processo nas costas por causa dessa advogada de Bandido! — ele diz em um tom mais alto
— Rafael, aqui não por favor.— Vanessa fala.
Paro na frente do grandalhão, estou morrendo de medo um empurrão e eu paro no Rio de Janeiro, mais não sou de abaixar a cabeça para macho, nunca.
— Primeiro abaixa sua voz pra falar comigo, e pode ter certeza que eu vou ganhar esse processo eu não entro em um caso para perder, você foi truculento em sua abordagem ao meu cliente, a prova está ai! —falo.
Ele respira fundo, Leandro me puxa pelo braço me levando até o quarto eu consigo escutar o maluco gritar me xingando de tudo.
— Porra Jade! O final de semana era pra ser massa, eu só tenho você de família não fode.— meu irmão diz.
— Desculpa, mais não vou abaixar a cabeça pra esse policial babaca.
Abro minha mala e tiro algumas roupas, pego uma mochila menor e coloco.
— Você vai pra onde? — ele questiona me vendo sair.
— Não vou passar o meu final de semana debaixo do mesmo teto que esse homem.
Vou até a Vanessa explicar que vou ficar em uma pousada aqui perto, não quero estragar a festa deles e eu sei que isso vai acontecer se eu ficar hospedada aqui.
Vejo o homem da um gole no café na maior cara de deboche.
— Já vai tarde, mimada.— ele Diz.
Eu perco total razão, mostro o dedo do meio ao homem que rir.
— Vai se foder idiota, você vai rir assim quando ficar afastado do seu trabalho.— falo
Ele vem em minha direção e o Leandro tenta conter o homem.
Já fui em três pousadas aqui perto e eles estão com os quartos todos reservados, sento em um barzinho e peço um drink.
Sento no banco, pego o celular e começo a tentar achar um lugar para passar a noite.
Já estou no terceiro drink e finalmente consegui achar um lugar para ficar, pago a conta e caminhando fica uns quinze minutos daqui.
Eu poderia pegar um uber, mais quero andar e rever tudo isso que me traz ótimas lembranças, quando minha família ainda era pessoas normais.
Estava distraída quando um garoto passa na minha frente e em questão de segundos ele pega minha bolsa e sai correndo.
Caralho!
Eu corro atrás do garoto, ali está meu notebook com todos os meu processo, algumas pessoas tentam me ajudar mais nada do garoto.
— É melhor você voltar pra casa, o boletim já foi aberto qualquer novidade te ligamos.— o delegado diz.
— O meu trabalho está todo naquela bolsa, então por favor qualquer novidade me avisa. —falo.
Volto para casa do meu irmão, ao entra na casa vejo o Rafael sentado na mesa sozinho, uma taça de vinho e o cigarro na mão, ele me olha com aquele olhar de ironia.
— A princesa voltou para casa? Patricinha não aguenta muita pressão.. — fala dando um gole na bebida.
— Eu acabei de ser roubada, não vou perder meu tempo com idiota igual você.—falo
— Ótimo, tem nem o que reclamar já que você defender essa qualidade de gente.— Diz.
Ignoro totalmente, vou para quarto.
Tomo um banho e visto meu pijama, estou sem celular amanhã vou precisar comprar outro urgente. Acabo pegando no sono.
Nem sei por quanto tempo eu dormi, mais sou acordadas com batidas na porta do meu quarto, ao abrir a luz do sol incomodar meus olhos eu fecho rapidamente e quando abro vejo o Rafael parado com minha mochila em suas mãos.
— Tá aí suas coisas.— ele me entrega a mochila.
— Como você conseguiu achar? — pego da sua mão.
— Meu trabalho é pegar vagabundo, apesar de você não merecer ajuda.. Mas o meu dever com a sociedade fala mais alto. — Diz..