🔞Diagnóstico🔞

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17:00

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Guilherme's P.O.V. 💚

— C-como assim, péssimas notícias? Ele está bem, não está? — Pergunto ao médico, porém, não obtenho resposta imediata.

O médico olha para Nathaly, e sinaliza para que ela venha até nós. Ela se levanta e vem em nossa direção.

— Guinho, respira, mantenha a calma e o escute... você precisa se preparar para falar com ele, mas caso isso não seja possível, precisa estar preparado para lidar com a perda. Então, confie em mim. — Ela segura na minha mão. — E relaxa.

— Como você quer que eu fique calmo?... — Ela olha para o chão. — Me responde!

Silêncio. Ela sabe que ficaria pior que eu no meu lugar.

— O Rafael... — Olho de volta ao médico. — infelizmente não resistiu à intoxicação por melatonina. A limpeza realizada no corpo dele foi eficaz até certo ponto, porém, a quantidade excessiva de remédio a longo prazo resultou em falência dos órgãos vitais... eu sinto muito.

De início, não acreditei. Ele é forte, eu sei que ainda está vivo! Meus lábios tremem e eu não consigo controlar minha vontade de ir até ele.

— Eu não acredito em nenhuma palavra do que você disse. Ele não pode estar morto! Não pode! 

O médico não obteve reação. Minhas pernas começaram a correr e, sem que eu percebesse, puxei Nathaly comigo, não dei muita importância. Preciso vê-lo, sei que não está morto, não tem como estar! Ao chegar na sala ao qual o corpo de Rafael repousava, parei e soltei a mão de Nathaly.

— Como você pôde fazer uma coisa dessas? Precisava disso!? Não precisava! — Meus olhos ardem mais a cada lágrima teimosa que caía sobre minha pele quente. Me aproximei e toquei no seu rosto delicadamente e agarrei sua mão. Seu peitoral estava exposto. — Por que?... Você sabe o quanto eu te amo? Sabe o quanto me dói ver você assim? Respira, vai, por favor! 

Sua pele estava fria, respiração ausente, seus dedos estavam azulados. Sua pele, mais pálida do que nunca e meu coração estava partido. Mexi nos seus cabelos louros para relembrar os velhos tempos, mas isso apenas resultou em apertos no coração... apertava tanto que agora, respirar é um dos meus maiores desafios. Minha cabeça está explodindo. Não sei mais o que eu vou fazer, a única coisa que posso fazer agora é derramar minhas lágrimas sobre seu corpo sem vida. Até seus lábios mostravam outra coloração, diferente do rosado habitual, o rosado que costumava ter gosto doce de morango.

Nathaly me tira de cima dele e me abraça com força. 

— Desculpa pelo que ele fez com você, Nathaly, a culpa é somente minha! — Retribuo seu abraço, aos prantos.

— Você sabe que tudo aquilo foi efeito dos remédios e que era como se ele não estivesse sóbrio, e não estava mesmo! — Ela me solta, segura e meus ombros e me olha dentro dos meus olhos. Parecia que poderia descobrir meus segredos mais profundos, como se fosse possível ler minha alma através do meu olhar.

— Mas se eu não tivesse matado a família dele, nada disso teria acontecido! Eu sou um idiota, matei ele! Matei o amor da minha vida! — Não consigo parar de me culpar, nada parece fazer sentido... como eu pude destruir tantas vidas? Sinto que não mereço a vida que levo. Não mereço estar aqui.

Espertinha (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora