Há um Assassino Entre Nós

Mais Perto do Que Parece

~Chicago, 9:15PM, 20 de outubro~

  A noite estava mais fria do que nunca, e somente o calor dos cobertores podiam esquentar, Wednesday e Enid estavam lado a lado no sofá.

O filme da noite anterior não tinha saído da cabeça de Enid, mas havia algo a mais. As palavras de Wednesday, o pedido para que ela se cuidasse não saía dos pensamentos.

— Você tem estado diferente – comentou Enid, rompendo o silêncio.

Wednesday manteve o olhar fixo em seu computador, onde analisava os arquivos relacionados aos assassinatos. Suas mãos não paravam de digitar.

— Diferente como? – perguntou ela.

— Não sei.... mais preocupada talvez? – Enid sugeriu, se inclinando mais perto.

Por um instante, Wednesday olhou para Enid. Algo mudou na sala, a proximidade que estava tendo, estava mexendo com Wednesday. Seus olhares se encontraram e com ele um ar de nervosismo com algo a mais se fez presente. Enquanto ela observava, um incrível desejo se fez presente, um desejo de entender Enid, de descobrir o porquê ela era diferente do resto do mundo.

Ela percebeu a suavidade dos traços de Enid, a forma como o cabelo caía delicadamente sobre os ombros, como o sorriso dela parecia aquecer seu coração. Por mais que Wednesday tentasse manter sua mente afiada, seus olhos traíam sua pose.

Antes que Enid pudesse continuar, o celular de Wednesday vibrou em cima da mesa. Ela pegou o aparelho de maneira automática, mas o que viu na tela fez seu corpo enrijecer.

Mensagens~

– Você está mais perto do que imagina.  Mas cuidado... o amor pode te cegar.

Wednesday apertou o telefone com força, seus olhos analisando cada palavra. O tempo parecia parar por um segundo, enquanto Enid, sem perceber, continuava distraída.

Aquilo a incomodava mais do que qualquer ameaça física, o fato do assassino parecia conhecê-la o suficiente para tirar o sério.

Enid se aproximou de Wednesday, sentando-se mais perto no sofá. Suas mãos tocaram o braço de Wednesday suavemente, tentando chamar sua atenção de volta.

— Tá tudo bem? – perguntou ela, cheia de preocupação.

Wednesday fechou os olhos por um segundo, tentando reprimir o turbilhão de emoções e pensamentos que circulavam em sua mente. Ela olhou para Enid, e naquele instante, o desejo que sentira antes voltou com mais força, mas desta vez, misturado com uma sensação de perigo iminente.

Ela sabia que deixar esse desejo crescer poderia colocá-la em risco.
Mas a maneira como Enid estava tão perto, tão preocupada, fez Wednesday vacilar internamente. Por um breve segundo, ela imaginou o que seria ceder a esse impulso, a essa atração.

— Estou bem, só preciso de mais tempo para resolver isso.

Enid assentiu, mas seu olhar permaneceu fixo em Wednesday, como se tentasse ler algo além do que estava sendo dito. Ela não perguntou mais nada, apenas ficou ao lado dela, a proximidade entre elas ficando cada vez mais evidente.

Enquanto Enid se distraía novamente com o ambiente, Wednesday olhou para ela por um instante mais longo do que o habitual. O assassino sabia algo que ela mesma só começava a perceber. Seus sentimentos por Enid estavam mudando, e aquilo a tornava vulnerável.

Mas ela não tinha tempo para ser fraca.

A mensagem ainda estava fresca em sua mente, ecoando nas paredes do apartamento e no fundo de sua consciência: "O amor pode te cegar."

O tempo passava sem que elas percebessem. Quando Enid finalmente olhou pela janela, o céu de Chicago estava coberto por uma manta de nuvens escuras, e a rua lá embaixo estava praticamente deserta.

— Acho que está tarde demais para eu voltar para casa – comentou Enid, olhando para Wednesday esperando sua solução.

Eram quase 2 da manhã, e, de fato, seria perigoso para Enid sair naquela hora.

— Pode dormir aqui, tem um sofá – falou Wednesday.

— Você não está falando sério, né? Esse sofá parece desconfortável até para sentar, imagina para dormir – respondeu ela rindo.

— Então eu durmo no sofá - concluiu, já indo buscar uns travesseiros. Mas Enid balançou a cabeça rapidamente.

— Nem pensar! Eu não vou deixar você dormir nessa pedra. Você pode dormir comigo na cama – Disse com os braços cruzados.

Por um momento, Wednesday hesitou. Dividir a cama? A ideia parecia estranha, mas Enid parecia tão natural, tão à vontade, que Wednesday não teve forças para argumentar.

— Se você insiste.... – respondeu ela, enquanto se dirigia-se para o quarto.

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Só postei pq a chatinha da ana tava purgantiando para postar.

Afff, quero um açaí pelo capítulo.

Comentem e votem! Tô de olho

Bjsss da Nahhh💕💕💕💕