Rejeitado pelos pais por sua fragilidade, abandonado às vésperas do casamento e expulso de casa com um filhote no ventre, Jeff, um jovem ômega, se vê completamente sozinho. Após meses difíceis, ele finalmente dá à luz sua filhote, Pêssego, e faz a s...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Minha cabeça está doendo tanto que minha visão está turva, obrigando-me a sentar e respirar fundo, esperando que ela alivie ao menos um pouco sem que eu precise recorrer a algum analgésico.
Novamente, Fuaiz e eu discutimos. Ele está irredutível, com medo que eu o abandone. Todos esses anos juntos e ele ainda não acredita que eu seja diferente dos outros alfas, acha que assim que assinar o divórcio, vou jogá-lo na rua ou algo assim. Já disse inúmeras vezes que não sou como os demais, que não vou dar as costas para ele ou para a minha filhote. Ainda que as coisas entre Jeff e eu deem certo, que fiquemos juntos, eu não seria capaz de deixar minha filhote para trás. Fuaiz sabe disso. Nós dois adotamos uma filhote que não era nossa, como ele pode pensar que agora vou abandoná-la?
Eu cometi um grande erro em deixar as coisas chegarem a esse ponto. Quando percebi que Fuaiz começou a ter sentimentos mais fortes por mim, o certo teria sido pedir o divórcio e não machucá-lo, insistindo em uma fantasia de família perfeita. A culpa é minha, de certa forma. Fomos longe demais.
Suspiro, balançando a cabeça. Grande erro. Isso só faz com que a dor se intensifique.
- Problemas no paraíso? - ouço a voz do meu irmão.
- Meu paraíso se tornou um inferno e eu mesmo me condenei - resmungo, massageando minhas têmporas numa tentativa de aliviar o incômodo.
Apo puxa a cadeira e se senta ao meu lado.
- Conversa difícil?
- É impossível entrar em um acordo com Fuaiz - desabafo. - Ele não quer ceder e, infelizmente, vou ter que tomar medidas mais sérias. Eu só queria que tudo terminasse numa boa, como as coisas sempre foram entre nós. Sei que ele me ama, mas jamais poderei corresponder a esse sentimento.
Apo coloca a mão sobre meu ombro tenso.
- Ei, relaxa um pouco. Não querendo defender Fuaiz, ou não que eu concorde com suas ações, mas temos que tentar ao menos entendê-lo. A única matilha que ele conhece é essa que formou com você. Mesmo que o relacionamento de vocês nunca tenha ultrapassado a linha da amizade, ainda assim é uma relação confortável para ele.
- O que você quer que eu faça? Não posso mais seguir com isso, o meu interior grita para que eu saia dessa situação o mais rápido possível, para que eu volte para os braços da única pessoa que o meu coração aceita.
- Seu lobo está reivindicando Jeff? - ele pergunta, não tão surpreso.
- Desde a primeira vez que senti seus feromônios, algo no meu peito o reconheceu como meu. Só que eu preferi ignorar, porque você sabe, antes de ser um alfa, eu sou um homem e, como tal, devo respeitar o companheiro que tenho ao lado. Mas foi impossível manter distância daquele ômega. Nós nos pertencemos, Apo. Ele é meu ômega e eu não posso me imaginar estando longe dele. Sei que há muito que não sabemos um sobre o outro, sei que somos sobrecarregados, cheios de uma bagagem emocional pesada e um passado conflituoso. Mas eu o quero comigo, Apo. Quero cuidar dele, quero protegê-lo, quero me casar com ele. Um casamento de verdade, um casamento por amor como os que nossos pais não tiveram.
